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Mais 1.300 funcionários da Volks em SBC podem ser demitidos, diz sindicato

Do UOL, em São Paulo

07/01/2015 19h48

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC afirma que podem ser demitidos outros 1.300 funcionários da Unidade Anchieta da Volkswagen, em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo.

Na última terça-feira (6), 800 trabalhadores da unidade foram dispensados. Por causa da medida, os funcionários entraram em greve por tempo indeterminado.

Segundo o sindicato, "a ameaça de demissão existe para outros 1.300 trabalhadores, já que a Volks anunciou publicamente sua avaliação de que existem 2.100 excedentes na fábrica do ABC".

A Volkswagen não confirma novas demissões no futuro, nem o número, mas na nota em que divulgou os motivos para os cortes dos funcionários afirma que a medida é uma "primeira etapa de adequação de efetivo”.

Os 800 trabalhadores da Volkswagen foram dispensados quando retornaram de férias coletivas. Antes de voltarem ao trabalho, receberam um telegrama informando que deveriam comparecer a um setor específico da empresa.

Na carta aos demitidos, a empresa também afirma que "em razão dos fatores apresentados, será necessário o início imediato de ações de adequação de efetivo. A primeira etapa será anunciada em 06/01/15, e as demais oportunamente".

Telegrama recebido por funcionários demitidos da Volkswagen de São Bernardo do Campo - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

Montadora afirma que medidas não funcionaram

A Volkswagen informou que demitiu os funcionários "visando estabelecer condições para um futuro sólido e sustentável para a Unidade Anchieta, tendo como base o cenário de mercado e os desafios de competitividade".

Também afirmou que tomou medidas para superar as dificuldades, como férias coletivas e suspensão temporária de contratos de trabalho, mas que isso não foi suficiente.

O sindicato afirma que, por causa de acordo firmado em 2012, não poderiam haver demissões na fábrica de São Bernardo do Campo.

Empresas demitiram mesmo com redução do IPI

Em 2012, o governo manteve a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Em contrapartida, as montadoras se comprometeram a reduzir preços e a não demitir funcionários.

A redução no imposto ajudou a manter as vendas de veículos em alta até 2012, mas nos dois anos seguintes o setor teve queda nas vendas e a expectativa é de que a tendência se mantenha em 2015.

De janeiro a novembro de 2014, as montadoras chegaram a cortar 12.568 postos em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), entidade que representa as empresas.