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Confira dez dicas para aplicar no Tesouro Direto com mais segurança

Epaminondas Neto

Do UOL, em São Paulo

10/01/2013 06h00

Em 2012, o programa federal Tesouro Direto se destacou como um dos investimentos mais favoráveis ao investidor. Chamou a atenção o desempenho de um dos títulos negociados (a NTN-B que vence em 2035), cujo preço disparou mais de 40% ao longo do ano passado.

Há dez anos, o Tesouro Direto permite que os investidores do tipo pessoa física negociem "pedaços" da dívida pública (a dívida do governo), chamados de títulos.

Esses títulos funcionam como uma espécie de nota promissória emitida pelo governo. O Tesouro Nacional (o órgão público responsável) vende esses papéis e se compromete a devolver o valor originalmente pago pelo investidor, corrigido por uma taxa de juros, em uma data determinada. O prazo varia de poucos meses a décadas.

Para atrair mais investidores, a BM&FBovespa e o Tesouro Nacional decidiram deixar de cobrar a taxa de negociação de 0,1% no momento da compra dos títulos do Tesouro Direto. A regra entrou em vigor em 1º de janeiro. 

Veja abaixo algumas dicas para aplicar no Tesouro Direto com mais segurança. 

10 dicas para aplicar no Tesouro Direto

1. Entenda as diferenças entre os títulos

A LTN é aplicação prefixada: o rendimento é combinado no momento da compra. A NTN-B corrige o dinheiro aplicado pela inflação (o indice de preços IPCA, no caso) mais uma taxa de juros, definida no momento da compra. Já a LFT "persegue" a taxa básica de juros do país (hoje em 7,25% ao ano). A NTN-F também é prefixada, mas paga os juros a cada 6 meses. A NTN- B Principal, diferente da NTN-B "comum", paga juros junto com a aplicação inicial

2. Monitore o noticiário econômico

"Acompanhar a economia vai evitar que o investidor compre uma LFT num momento em que seria mais recomendado comprar um título prefixado ou atrelado à inflação", diz Eric Martins, especialista da corretora Renascença

3. Tenha consciência do risco de perdas

Os preços dos títulos variam dia a dia. Caso seja preciso se desfazer do papel antes do prazo de vencimento, o poupador pode ter prejuízo: o valor de venda pode não ser tão vantajoso quanto o valor de compra. Essa eventual perda não se concretiza no bolso se o investidor guardar o título até o prazo final, quando o Tesouro paga o rendimento combinado no momento da compra.

4. Diversifique seus investimentos

Antecipar a trajetória da inflação ou dos juros está cada vez mais difícil. "Hoje, existe muita procura pelas NTN-Bs por causa da preocupação com a inflação, mas o investidor também deveria reservar uma parcela do dinheiro para comprar LFTs. Existe a possibilidade de a inflação subir muito acima da meta do governo", afirma Guilherme Nascimento, da Trader Brasil Escola de Investidores

5. Os títulos LFTs costumam ser menos instáveis

Para investidores de perfil muito conservador, especialistas costumam recomendar aplicações em LFTs. Alguns, inclusive, sugerem esses papéis também para acumular dinheiro para reservas de emergência, em vez da poupança. Não se trata de um substituto perfeito, por causa do impacto do Imposto de Renda (leia mais no item 8)

6. Antes de comprar, defina prazos e objetivos

Títulos como LTNs e NTN-Bs são mais indicados para os investidores que desejam manter o papel até a data de vencimento, porque são mais instáveis. Se não for o caso, o mais indicado é a LFT, um título oferecido a prazos mais curtos --no dia 9 de janeiro de 2013, por exemplo, a LFT mais duradoura oferecida no Tesouro Direto vencia em 2017

7. Fique atento ao prazo de vencimento

Títulos de prazo mais longo tendem a ser mais instáveis do que os títulos de duração mais curta. "Se você pretende resgatar o dinheiro antes do vencimento, não é interessante aplicar em títulos de longo prazo", diz Lucykelli Regina Nogueira, analista da gestora DirectaInvest

8. Lembre-se dos impostos

Os títulos do Tesouro Direto também sofrem com a mordida do Leão. Quanto menor o prazo da aplicação, maior vai ser o impacto do Imposto de Renda. Para um prazo inferior a um ano, a cobrança é de 22,5%; acima de dois anos, a mordida cai para 15%

9. Pesquise as taxas cobradas para aplicar

É necessário que o investidor seja cadastrado em uma corretora de valores para comprar e vender os títulos. Cada corretora cobra uma taxa de serviço, que pode variar de 0,05% até 2% sobre o valor aplicado, mas já existem pelo menos cinco que isentam o investidor dessa cobrança. O Tesouro publica uma lista com o ranking dessas taxas

10. Aproveite os baixos valores para testar a aplicação

Não é preciso muito dinheiro para aplicar. Uma NTN-B para vencer em 2035, por exemplo, pode ser comprada por pouco mais de R$ 90, enquanto uma LTN para vencer em 2016, por menos de R$ 80. Para se acostumar com as características da aplicação, pode ser interessante começar com pequenos valores