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Bolsa bateu recorde e depois virou. Ainda vale entrar?

Téo Takar

Do UOL, em São Paulo

21/05/2019 04h00

Depois de bater recorde, passar dos 99 mil pontos e quase fechar na marca histórica de 100 mil pontos há dois meses, o Ibovespa entrou em trajetória de queda nas últimas semanas e atingiu o menor nível do ano na sexta-feira (17), fechando abaixo dos 90 mil pontos. Ontem recuperou-se parcialmente, com alta de 2,17%. Será que ainda vale a pena entrar na Bolsa de Valores? Ou é melhor esperar?

Por trás de todo o nervosismo no mercado financeiro, estão a confusão política, as incertezas sobre a aprovação da reforma da Previdência, os sinais de crescimento mais fraco da economia neste ano e a guerra comercial entre China e Estados Unidos. Embora a intensa instabilidade assuste os investidores menos experientes, analistas afirmam que é um bom momento para comprar ações, desde que o prazo do investimento seja superior a dois anos.

"A Bolsa está barata. As quedas representam oportunidades de entrada para o investidor que tem apetite por ativos de risco e foco no longo prazo", disse Bruno Muniz, assessor de investimentos da Ativa.

"No curto prazo, teremos muita volatilidade por causa das negociações políticas para a aprovação da reforma da Previdência. Mas é importante lembrar que o mercado antecipa os movimentos. Portanto, deveremos ver uma recuperação das ações tão logo o cenário de aprovação da reforma fique mais claro. É um bom momento para comprar ações com desconto", afirmou Pedro Galdi, analista da Mirae Asset.

Política não deve afastar investidor

Embora as discussões políticas causem mal-estar entre os investidores e façam as ações sofrerem oscilações bruscas em alguns momentos, os especialistas consideram que a aprovação da reforma é apenas uma questão de tempo.

"Se os grandes investidores estrangeiros se preocupassem sempre com o fator político, ninguém investiria no Brasil", afirmou Muniz.

Alta da Bolsa deverá ser menor neste ano

O desempenho da Bolsa em 2019 ainda será positivo, mas a alta não será tão expressiva como alguns analistas previam. Segundo Galdi, o otimismo observado no começo do ano foi exagerado.

"A aprovação da reforma não será tão rápida como se imaginava. Mas, se ela sair até agosto como estão prevendo agora, ainda teremos quatro meses positivos. O Ibovespa não vai bater nos 120 mil, 130 mil pontos, mas certamente deverá passar dos 100 mil."

Empresas estão preparadas para economia fraca

Embora as projeções para crescimento da economia brasileira tenham sofrido forte redução nas últimas semanas, Galdi acredita que a maioria das companhias listadas em Bolsa apresentará resultados satisfatórios nos próximos meses.

"É claro que uma fabricante de máquinas industriais vai sentir a economia mais fraca, já que ninguém está comprando. Mas, de maneira geral, as empresas fizeram ajustes nos últimos anos, enxugaram suas estruturas e se adaptaram a uma realidade de crescimento de PIB [Produto Interno Bruto] da ordem de 1% ao ano."

Guerra comercial entre China e EUA já é prevista

Embora a guerra comercial entre a China e os Estados Unidos seja um fator que preocupe os investidores, os especialistas avaliam que os impactos mais negativos dessa disputa já foram incorporados aos preços das ações.

"Essa guerra provavelmente vai se arrastar por mais algum tempo. Estamos vendo agora alguns desdobramentos na área de telecomunicações, com Trump fazendo retaliações à Huawei. Mas, assim como a desaceleração da economia mundial já era esperada, essa guerra também está no preço [é prevista e não deve afetar mais a Bolsa]."

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