Você pode investir só R$ 1, mas às vezes não vale a pena pelos custos
Você sabe qual é o valor mínimo para investir na poupança, em fundos de investimento, em títulos públicos do Tesouro Direto ou em ações na Bolsa de Valores?
Dá para começar a investir com pouco dinheiro, até R$ 1, mas não são todos os produtos que valem a pena para quem está começando a juntar grana. O motivo são os custos. Veja como buscar opções melhores, mesmo com pequenas quantias para aplicar.
Qual é o valor mínimo exigido para investir?
- Poupança: Não há um valor mínimo. Você pode aplicar desde alguns centavos até grandes quantias
- Fundos: Alguns fundos aceitam aplicação mínima de R$ 100. A maioria, porém, exige pelo menos R$ 1.000
- Tesouro Direto: Dependendo do título escolhido, você pode comprar uma fração dele com uma quantia mínima entre R$ 35 e R$ 102
- CDB/LCI/LCA: Alguns bancos permitem aplicar a partir de R$ 1. Porém, a maioria exige aplicação mínima entre R$ 1.000 e R$ 10 mil
- Ações: Você pode comprar apenas uma ação. O valor mínimo depende do papel escolhido. Uma ação da Petrobras, por exemplo, custa cerca de R$ 25
Fique de olho nos custos
Não adianta escolher o produto apenas olhando o valor mínimo necessário para se investir, ou o rendimento esperado e o risco que ele oferece. Você deve avaliar também quanto vai gastar para fazer o investimento.
Se você recebe o salário em uma grande instituição bancária, provavelmente terá que transferir o dinheiro para uma corretora ou plataforma de investimento se quiser aplicar na Bolsa, em fundos ou CDBs que ofereçam um rendimento melhor do que os produtos disponíveis no seu banco. Nesse caso, para enviar o dinheiro, terá que fazer uma transferência do tipo TED ou DOC.
TED como "pedágio" do seu investimento
Ou seja, para fazer um investimento fora do seu banco, você terá que pagar uma tarifa de TED ou DOC, que varia entre R$ 10 e R$ 15 por operação, dependendo da instituição na qual você tem conta. Se você quiser investir R$ 100, por exemplo, terá que pagar um "pedágio" de R$ 10. Isso equivale a 10% da sua aplicação.
O problema é que uma aplicação de R$ 100 em um CDB que rende 6% ao ano, por exemplo, pagará cerca de R$ 5 de juros depois de um ano, já considerando o desconto de Imposto de Renda. Nesse caso, mesmo depois de manter o dinheiro aplicado por um ano, você ainda não terá conseguido pagar sequer o gasto com a TED do seu banco.
Vai para a Bolsa? Cuidado com a corretagem
Se o seu plano é comprar ações, preste atenção na taxa de corretagem cobrada pela instituição na qual você pretende fazer seus negócios. Há corretoras que cobram desde zero até R$ 20 para cada operação de compra ou venda de ações.
Aqui vale o mesmo raciocínio da despesa com a TED. Imagine que você tem apenas R$ 100 e quer comprar quatro ações de Petrobras (cada uma custa R$ 25). Se sua corretora cobra R$ 10 de taxa de corretagem, o custo para realizar essa operação será de 10% do seu investimento.
Não se esqueça que, no caso das ações, o custo incide duas vezes: você paga corretagem na compra e na hora de vender as ações.
Aumente o valor do investimento para diluir os custos
Um caminho para que os custos não pesem tanto nos seus investimentos é conseguir acumular uma quantia maior.
Se você conseguir juntar R$ 1.000 para investir, o peso de uma TED de R$ 10 na sua aplicação vai diminuir consideravelmente: será de apenas 1%. Na aplicação de R$ 100, citada acima, o peso dessa despesa era de 10%, lembra?
"É possível investir com apenas R$ 30 ou R$ 100, sim. Mas com R$ 1.000 abre-se um mundo de possibilidades", afirmou Ronaldo Guimarães, sócio-diretor do banco digital Modalmais.
Tesouro e fundos são boas opções para começar
A essa altura, você deve estar se perguntando como investir com pouco dinheiro se o custo da maioria das aplicações é proibitivo.
Não é bem assim. A poupança é uma opção para começar a investir. Porém, há produtos melhores, mesmo para quem tem pouco dinheiro. A caderneta tem a vantagem do custo zero, mas ela rende muito pouco.
Os títulos do Tesouro Direto rendem um pouco mais do que a poupança e têm baixo risco. Você pode investir por meio do seu banco mesmo, e o custo é quase zero. Há cobrança apenas da taxa de custódia, de 0,25% ao ano sobre o montante aplicado.
Cuidado com a taxa de administração dos fundos
Alguns fundos de investimento também permitem aplicar a partir de R$ 100. Nesse caso, você deve prestar atenção à taxa de administração cobrada pelo fundo. Quanto menor a taxa, melhor.
Fuja de fundos de renda fixa que cobrem taxa de mais de 1% ao ano, ou de fundos de ações e multimercados com taxas acima de 2% ao ano.
Transfira seu salário para um banco digital
Outro caminho para fugir dos custos é fazer a portabilidade do seu salário para um banco digital. Em geral, essas instituições não cobram tarifas, como a TED, e dispõem de diversos produtos, como fundos e CDBs, com rendimentos melhores do que os ofertados pelos grandes bancos.
"Antigamente, as pessoas eram obrigadas a ficar amarradas aos grandes bancos. Hoje, com os bancos digitais, as pessoas não precisam mais pagar tarifas e têm boas opções para investir, mesmo para pequenas quantias", afirmou Guimarães.
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