Juros e inflação baixos e mercado parado: boa hora para financiar sua casa
A nova queda da taxa básica de juros (Selic) ao menor nível histórico, a 2% ao ano, é um chamativo para quem sonha em comprar um imóvel. Segundo especialistas consultados pelo UOL, o momento é realmente propício para financiar a casa própria, porque reúne condições difíceis de andarem juntas: além dos juros reduzidos, a inflação está baixa e o mercado imobiliário, pouco movimentado. Mas é preciso tomar alguns cuidados.
Taxas não devem cair mais
Apesar da nova queda de 0,25 ponto percentual na Selic, as taxas cobradas para o financiamento imobiliário não devem se alterar de maneira significativa, segundo levantamento da plataforma CrediHome.
"Os players de crédito imobiliário já estão operando com taxas mínimas [a partir de 6,5% ao ano] e, se fizerem alguma movimentação no sentido de redução, deve ser pequena e pontual", afirmou, em nota, Bruno Gama, CEO da CrediHome.
Veja os juros cobrados nos 5 maiores bancos
O UOL questionou os cinco grandes bancos sobre as taxas de juros mínimas cobradas, ao ano, sem as demais taxas:
- Banco do Brasil: a partir de 6,59%
- Bradesco: a partir de 6,95%
- Caixa Econômica Federal: a partir de 6,5%
- Itaú Unibanco: a partir de 7,3%
- Santander: a partir de 6,99%
Em financiamento de R$ 250 mil, economia de R$ 90 mil
De acordo com Alberto Ajzental, coordenador do curso de desenvolvimento de negócios imobiliários da FGV, as taxas de juros cobradas devem ficar, na média, em torno de 7% ao ano. Mesmo assim, ainda é atrativo.
"O crédito imobiliário está em um patamar como nunca esteve. Basicamente, quando você compra imóvel financiado, na prática, você compra crédito. E, quando você compra crédito, principalmente em valor alto, em prazo alto, a taxa de juros influencia muito", disse Ajzental.
Segundo ele, na comparação entre 2016 e 2020, de um financiamento de R$ 250 mil, o comprador chega a economizar cerca de R$ 90 mil apenas na diferença de juros, dada a queda na Selic.
"O financiamento que mais sai é na faixa de R$ 200 mil para um bem de R$ 250 mil. Se você financiar esse valor em 20 anos, você economiza R$ 90 mil apenas na diferença de 12% de juros cobrados há quatro anos para cerca de 7% hoje", afirmou.
Para Sillas de Souza Cézar, professor de economia da Faap, dificilmente o Brasil terá um convergência de fatores como juros em queda, inflação baixa e mercado imobiliário com pouco movimento.
Para quem quer comprar imóvel para morar, chegamos a um bom momento. Dificilmente teremos uma convergência tão forte de fatores favoráveis. Mas para investimento tenho dúvidas.
Sillas de Souza César
Prefira financiar por até 25 anos
Apesar do bom momento para o financiamento, os especialistas afirmam que a decisão de comprar um imóvel tem que ser muito bem pensada e que questões pessoais, como estabilidade financeira, patrimônio e características do imóvel também devem ser levadas em conta, segundo especialistas.
Além disso, o interessado em comprar o imóvel próprio deve buscar dar uma entrada relevante e não financiar por mais de 25 anos, se possível.
Lembre-se de que, para financiar, você precisa reunir condições de estabilidade de emprego e renda. É uma ótima oportunidade porque, sim, está mais barato por questão dos juros e crédito. A diferença de um financiamento de 25 anos para o de 30 anos, em reais por mês, é baixa. Então, se possível, opte por até 25 anos.
Alberto Ajzental.
Melhor investir o dinheiro e pagar aluguel?
Quem pensa em investir o valor do imóvel em alguma aplicação financeira para, com o rendimento, pagar um aluguel, como acontecia no passado, pode repensar a decisão.
"Com a Selic a 2%, a poupança dá cerca de 1,4% ao ano. Então, eu prefiro agora ter o imóvel, porque o dinheiro do imóvel na renda fixa dá menos do que eu vou pagar de aluguel", afirmou Azjental.
Vale a pena comprar imóvel para investir?
Se a decisão de compra do imóvel for pensando em investimento, há outros produtos que podem pagar mais do que o rendimento do aluguel, por exemplo. O aluguel representa de 0,3% a 0,4% do valor do bem.
Provavelmente, haverá um movimento de renda fixa para o imóvel. Mas o investidor tem que levar em consideração o risco de inadimplência, de falta de valorização, enfim, diversos fatores.
Sillas de Souza Cézar.
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