Pouco dinheiro não é desculpa. Dá pra investir com aporte inicial de R$ 1
Resumo da notícia
- Como começar investimento mesmo com dinheiro curto em meio à crise
- Surgimento de plataformas de investimento e queda dos juros permitiram lançamento de produtos que aceitam aplicação mínima baixa
- Instituições financeiras oferecem aplicações em CDBs e fundos de investimento com aporte inicial a partir de R$ 1
A crise do novo coronavírus mostrou a importância de ter uma reserva de emergência para cobrir despesas quando imprevistos reduzem ou até mesmo eliminam toda a renda de uma hora para outra. Mas como começar um investimento se o dinheiro está tão curto que você mal consegue cobrir os gastos mensais?
É um desafio, admitem especialistas, mas o surgimento de várias plataformas de investimento nos últimos anos e a recente queda dos juros no país permitiram o lançamento de diversos produtos que aceitam uma aplicação mínima baixa.
Há instituições financeiras que oferecem aplicações em CDBs e fundos de investimento com um aporte inicial a partir de R$ 1.
Aplicações com aporte inicial baixo são uma forma de apresentar o mundo dos investimentos a quem está começando a formar sua carteira de reserva, e a de longo prazo também.
Sandra Blanco, estrategista-chefe da plataforma de investimentos Órama
Como começar com R$ 1
Títulos de renda fixa: Por esse valor, há títulos de instituições financeiras, como CDBs (Certificados de Depósito Bancários), LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) ou LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio), oferecidos por bancos tradicionais e digitais.
Na plataforma de comparação Yubb, há papéis com rendimento bruto de até 3,1% ao ano. É uma variação baixa, mas é importante destacar, dizem consultores financeiros, que a taxa básica de juros (Selic) está em 2% ao ano, o que reduz o rendimento da renda fixa. Além disso, a inflação acumulada nos últimos 12 meses está em 2,13%, segundo o IBGE, o que limita a corrosão do rendimento.
Há cobrança de Imposto de Renda sobre o rendimento. A alíquota varia conforme o tempo da aplicação. Quanto mais tempo o dinheiro ficar investido, menor a mordida do governo.
- Até seis meses: 22,5% de IR
- Até um ano: 20%
- Até dois anos: 17,5%
- Acima de dois anos: 15%
Poupança: A caderneta de poupança não paga imposto, mas o rendimento é de apenas 70% da taxa básica de juros. Ou seja, cerca de 1,4% ao ano.
Fundos de investimento: Empresas financeiras começaram a lançar fundos de investimento que permitem uma aplicação inicial de apenas R$ 1. Há produtos tradicionais, com baixo risco, como fundos de renda fixa que investem em títulos do governo, ou fundos de ações, com mais risco.
Há desconto de imposto, e alguns gestores cobram taxa de administração.
Para quem economiza R$ 2 por dia
Com R$ 60 ao fim de 30 dias, o investidor tem mais opções.
Tesouro Direto: Os títulos do governo negociados na plataforma Tesouro Direto aceitam investimentos iniciais a partir de R$ 36,23, caso do Tesouro Prefixado 2023 que está rendendo 4,12% ao ano.
O Tesouro Direto é um clássico quando o assunto é renda fixa. Possui opções como o Tesouro Selic, para quem está montando a reserva de emergência, e o Tesouro IPCA+, para quem pensa no longo prazo e tem como objetivo financeiro a formação de uma reserva para a aposentadoria.
Carlos Terceiro, CEO da startup de gestão de finanças pessoais da Mobills
Há mais outras oito opções de títulos, com aplicação inicial abaixo de R$ 60.
Esses investimentos pagam Imposto de Renda e uma taxa de custódia de 0,25% ao ano para a B3, a Bolsa de Valores brasileira.
Fundo de investimento: Há produtos que aceitam a partir de R$ 10, como o fundo Brasil Plural Firf Referenciado, na plataforma da Genial, e o fundo BTG Pactual Juros e Moedas.
Opções com R$ 3,50 por dia
Com aplicação inicial a partir de R$ 100, há títulos do Tesouro e centenas de fundos de investimentos oferecidos por bancos e corretoras.
Tesouro Direto: Com aplicação mínima de R$ 106,50, o Tesouro Selic 2025 tem rendimento de Selic + 0,0344% ao ano. Ou seja, de cerca de 2,3% ao ano.
Mais fundos: Aqui as opções se multiplicam. Há fundos de renda fixa, como o Modalmais Lion FI, um fundo multimercado que aplica em títulos públicos e crédito privado. Na renda variável, há carteira de ações, como o fundo Genial Ações FIC FIA, e fundos de ouro, como o Plural Ouro FIM.
As plataformas permitiram levar mais produtos e de mais qualidade a mais gente, graças aos ganhos de escala.
Pedro Padilha, responsável pela seleção de fundos da Genial Investimentos
Primeiro a reserva, depois a diversificação
Profissionais de mercado destacam que o investidor iniciante deve buscar informações para começar suas aplicações.
A recomendação mais comum é que a pessoa comece com ativos mais conservadores, de menor risco, como renda fixa. À medida que o dinheiro for crescendo, diversifique, aplicando em produtos de maior risco, como ações, por exemplo. "A renda fixa continua sendo a base de uma carteira", afirmou Sandra Blanco, da Órama.
"O passo seguinte, depois de formar sua reserva de emergência, é sair dos investimentos [com rendimento atrelado ao] CDI e buscar a diversificação", afirmou Luis Gustavo Jorge Politi, sócio de Desenvolvimento de Negócios da Consulenza Investimentos.
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