Com juros baixos, em que casos ainda vale a pena investir no Tesouro Direto
Resumo da notícia
- Com Selic baixa, investimentos tradicionais rendem menos --como poupança, fundos DI e Tesouro Direto
- Títulos públicos podem continuar na carteira de investimentos, com alguns cuidados
- Para reserva de emergência, Tesouro Selic é boa opção, pois pode ser sacado a qualquer momento sem risco de perda
- Para médio prazo, títulos prefixados ganham competitividade; destaque para papéis atrelados a inflação
Com o corte da Selic, taxa básica de juros, uma das principais referências dos investimentos atingiu uma nova mínima histórica. Com isso, algumas das aplicações mais tradicionais rendem menos —casos da poupança, dos fundos de renda fixa DI e do Tesouro Direto.
O planejador financeiro da Planejar, Bruno Mori, diz que o brasileiro terá que migrar recursos para investimentos que apresentam maior risco, como ações na Bolsa, fundos de ações ou fundos multimercados, além de títulos privados e fundos imobiliários. "Além da diversificação, o investidor terá que buscar aplicações por prazos mais longos", afirmou.
Mas os títulos públicos podem continuar no cardápio de opções dos investidores, desde que o aplicador preste atenção às características de cada papel. Isso porque o movimento de queda de juros está afetando de forma diferente cada tipo: Tesouro Selic, Tesouro Prefixado e Tesouro IPCA+. Veja abaixo qual a dica para cada um deles como aplicação, levando em conta o prazo de investimento.
Reserva de emergência
As aplicações mais conservadoras seguirão tendo lugar na vida dos brasileiros para a reserva de emergência, aquele dinheiro que precisa estar disponível a qualquer momento para cobrir imprevistos. Por isso mesmo, esse tipo de investimento não deve sofrer com mudanças de preços, para cima e para baixo, a chamada volatilidade.
"A queda da Selic afeta principalmente os títulos do Tesouro que têm componente prefixada", afirma o fundador e presidente da plataforma de simulação de investimentos Yubb, Bernardo Pascowitch, referindo-se ao Tesouro Prefixado, que paga um rendimento anual fixo, e ao Tesouro IPCA+, que paga uma taxa equivalente à variação da inflação mais um extra pré combinado.
"O Tesouro Selic rende menos, mas é o único que a pessoa pode sacar a qualquer momento sem perder rendimento", afirma Pascowitch.
Na última sexta-feira (7), por exemplo, uma aplicação no Tesouro Selic 2025 (papel disponível no Tesouro Direto) pagava a Selic (4,25%) mais 0,02% ao ano.
Para comparar, a poupança nova, das contas que foram abertas a partir de 2012, que tem rendimento equivalente a 70% da Selic, está agora dando 2,98% em 12 meses. Já um fundo renda fixa DI, com uma taxa de administração de 0,5%, pagaria 3,29% ao ano, já descontado o imposto para esse período de aplicação.
Aplicando no médio prazo
A sugestão muda para quem pode deixar o dinheiro aplicado por mais tempo, sem o risco de ter que sacar o investimento no período. O fundador da plataforma de consultoria e planejamento financeiro Par Mais, Alexandre Amorim, diz que os títulos públicos prefixados ganham competitividade. Ele dá preferência aos papéis atrelados à inflação.
Conforme cotações dessa última segunda-feira (dia 10), os papéis Tesouro IPCA+ estavam pagando a inflação mais uma taxa de 2,64% a 3,44% ao ano, dependendo do prazo do vencimento — de 2026 a 2055.
No mesmo dia, comparando com o Tesouro Prefixado, que paga de 5,50% a 6,66% ao ano, para vencimentos de 2023 a 2031, os papéis atrelados à inflação representam uma opção interessante, uma vez que a inflação está rodando na casa de 4,2%.
Com ou sem juros semestrais
Os títulos indexados ao IPCA podem ser de dois tipos: os papéis que pagam juros a cada seis meses e os papéis que só permitem o saque —do principal e dos juros— no fim do prazo.
Os títulos que pagam a renda semestral têm um rendimento proporcionalmente menor, exatamente porque pagam um rendimento ao aplicador a cada seis meses, diferentemente dos papéis sem pagamento de juros semestrais, que só pagam o investidor no resgate.
Apesar disso, os consultores preferem esse título, especialmente nesse ambiente de Selic em queda. "O brasileiro tem uma experiência melhor com o investimento quando vê um rendimento entrando na conta", afirma Pascowitch, da Yubb.
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