Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Vale investir em loteamentos? Qual é a opção mais segura?
Loteamentos são divisões de solo destinadas às construções em geral, desde prédios de alto padrão em bairros nobres até empreendimentos em municípios menos assistidos. Neste último caso, essas obras acabam por contribuir de forma relevante para o desenvolvimento dos locais onde estão, já que a legislação exige que loteadores executem projetos relacionados à infraestrutura básica do entorno.
Além disso, é importante ressaltar que o segmento imobiliário como um todo tem alta demanda de mão de obra, o que gera aumento da renda e impacta positivamente o ciclo econômico da região.
No entanto, ainda que os loteamentos tragam saldos positivos para a sociedade e sejam considerados essenciais para a economia, o setor não conta com linhas de crédito bancário para viabilizar o financiamento de seu crescimento.
Historicamente, esse negócio era gerido por empresas familiares por meio de recursos próprios, o que restringia o potencial desse mercado. Na última década, essa indústria começou a se profissionalizar e, na ausência de produtos de empréstimo tradicionais, passou a acessar o mercado de capitais para preencher essa lacuna.
E qual a relação dos loteamentos com os investimentos?
Nesse contexto, é essencial o papel das securitizadoras, que são as responsáveis por converter os empréstimos das loteadoras em títulos de renda fixa a serem ofertados para investidores no mercado de capitais. Esses investimentos são os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs). Na prática, pequenos, médios e grandes empresários do ramo recebem à vista o recurso que desejam. Dessa forma, podem financiar seus projetos a partir de uma alavancagem saudável.
Os investidores, por sua vez, também são beneficiados, pois o valor alocado é devolvido com juros, e dentro de um prazo predeterminado. E, do ponto de vista de rentabilidade, a compra de um CRI de uma loteadora pode ser uma excelente oportunidade, já que esses títulos são uma das poucas alternativas do setor se financiar, além de financiarem o próprio cliente a taxas igualmente atrativas.
Além disso, há outro ponto bastante positivo, que costuma ganhar os holofotes quando falamos de CRIs. Dado a importância do segmento para a economia do país —o número anual mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) indica que o imobiliário representa quase um terço do PIB brasileiro em 2021-, o investimento é isento de Imposto de Renda. Essa é uma maneira de o governo estimular o aporte nesses títulos que contribuem potencialmente para a ascensão do setor.
Quais são os riscos de investir em CRIs de loteamentos?
De toda forma, é importante ressaltar que adquirir um CRI tem riscos. Um dos principais é a loteadora emissora não honrar seus compromissos e deixar de pagar a dívida. Por esse motivo, é extremamente necessário estudar sobre a empresa que está sendo investida.
E também é preciso pesquisar sobre a securitizadora que estruturou o título, já que é essa companhia que atuará na gestão do título e na diligência do ativo com o objetivo de trazer segurança aos investidores.
Como funcionam os fundos de investimentos imobiliários do setor?
Um caminho eficaz para a descentralização do risco, inclusive, é investir em fundos de investimento imobiliários (FIIs) que compram CRIs de empresas loteadoras. Também isentos de Imposto de Renda, esses títulos fazem aportes em companhias distintas, o que contribui para a construção de uma carteira diversificada, um dos conceitos essenciais do universo de investimentos.
Outra vantagem do FII é a democratização do acesso, já que são voltados para investidores em geral, diferente de muitos CRIs, que são direcionados apenas aos investidores qualificados ou profissionais, aqueles que detém patrimônios superiores aos valores de R$ 1 milhão e R$ 10 milhões, respectivamente, aplicados em investimentos.
Vale destacar que é essencial que investidores conheçam as possibilidades que esse segmento oferece. Assim, a partir de informações sólidas e embasadas — que podem ser encontradas nas páginas oficiais das gestoras de recursos — é possível definir quais serão seus aportes para complementar e diversificar sua carteira de investimentos.
Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.
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