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OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Quanto investir hoje para receber R$ 5.000 por mês em dividendos?

Levantamento com 200 ações mais negociadas mostra quanto precisa juntar para ter dividendos de R$ 5.000 - Divulgação
Levantamento com 200 ações mais negociadas mostra quanto precisa juntar para ter dividendos de R$ 5.000 Imagem: Divulgação

24/06/2022 04h00

Diversas ações têm oferecido um retorno em dividendos maior do que no ano passado, conforme mostrei em um artigo anterior. Mas quanto você precisaria investir, atualmente, para viver desse tipo de rendimento?

Para responder essa pergunta, fiz um levantamento com as 200 ações mais negociadas da Bolsa brasileira que pagaram dividendos nos últimos 12 meses.

Abaixo, você vai saber qual seria o investimento necessário para gerar uma renda de R$ 5.000 por mês, considerando o retorno médio dos papéis analisados, bem como os melhores e piores resultados encontrados.

Retorno médio

Se considerarmos o retorno em dividendos das empresas analisadas, seria necessário investir, hoje, R$ 1,16 milhão para se obter um rendimento de R$ 5.000 por mês. A meu ver, fui conservador nesse cálculo, pois prefiro errar por ser pessimista demais.

Você vai ver mais abaixo que, em casos mais extremos, um investimento inferior a R$ 500 mil seria suficiente para um retorno de R$ 5.000 mensais. Porém, lembre-se de que esses ativos têm riscos e não há nenhuma garantia de que o retorno continuará nesse patamar nos próximos anos ou mesmo meses.

No cálculo, selecionei as 200 ações mais negociadas que pagaram dividendos nos últimos 12 meses. Retirei as 10% com melhor retorno e as 10% com pior, para evitar que alguns pontos fora da curva distorcessem a média.

O resultado final foi um retorno médio de 5,16% em dividendos em um ano. Isso significa que, distribuindo seus investimentos de forma igual em todos esses ativos, você terá um retorno de 5,16% em proventos nos próximos 12 meses, desde que eles mantenham o ritmo atual de remuneração dos acionistas.

Por que é uma estimativa conservadora?

Considero que esse retorno de 5,16% é conservador porque, no levantamento, considerei todas as ações que pagaram qualquer quantia em proventos nos últimos 12 meses. Dessa forma, mesmo retirando os 10% com pior resultado, ainda restaram diversas empresas com retorno inferior a 1% ao ano.

Na prática, se você for investir com foco em dividendos, provavelmente não vai nem cogitar empresas que não tenham tradição de remunerar os acionistas com regularidade. Se você for seguir a carteira recomendada de algum especialista, que já passou por uma análise inicial, o retorno médio provavelmente será maior.

Os melhores e os piores resultados

Veja quanto seria necessário investir para obter uma renda de R$ 5.000 por mês nas ações que apresentaram o maior retorno em dividendos, entre as 200 analisadas.

  • Petrobras (PETR4): R$ 138.376
  • Bradespar (BRAP3): R$ 157.315
  • Gerdau (GOAU4): R$ 232.288
  • Braskem (BRKM5): R$ 240.096
  • Marfrig (MRFG4): R$ 248.859

Lembrando que esses cálculos consideram que a empresa manterá o ritmo atual de distribuição de proventos, o que não é garantido.

Por isso a necessidade de diversificar e, mais do que isso, estudar as companhias para identificar aquelas que têm mais chances de continuarem no nível atual de remuneração aos acionistas.

A empresa que ficou em primeiro lugar no levantamento, por exemplo, eu nem citei aqui. Foi a Cyrela Commercial Properties, que anunciou proventos completamente fora da curva no final do ano passado, distorcendo o resultado. Para se ter uma ideia, o retorno nessa empresa seria de 210% ao ano. Evidentemente, isso não é sustentável a longo prazo.

Já as companhias que tiveram os piores resultados deram um retorno em dividendos inferior a 0,5% em um ano, como a Petz (PETZ3). Nesses casos, seria necessário investir mais de R$ 12 milhões para se obter uma renda de R$ 5.000 por mês.

Como decidir em qual investir?

A decisão de investimento em ações requer um conhecimento especializado e um estudo aprofundado. Apenas os números que eu cito aqui não são suficientes, na minha opinião, para uma tomada de decisão. Por isso eu sempre digo que ativos mencionados na minha coluna não são recomendações de compra nem de venda.

Eu trago esses números para você ter uma noção geral de quanto precisa começar a investir se quiser um complemento para a sua aposentadoria no futuro. Se você não tem tempo para estudar uma empresa com profundidade, o ideal é ler as recomendações de analistas e, se ficar convencido, escolher os ativos indicados.

Alguma dúvida?

Tendo alguma dúvida sobre a coluna de hoje ou sobre investimentos em geral, entre na minha conta no Instagram e me envie uma pergunta por lá. Sua questão poderá ser respondida nesta coluna em breve.

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.