Itaúsa e Braskem: vendas movimentam ações e impactam investimentos
Hoje vamos conversar sobre o apetite do capital privado por ativos em negociação por aqui. Começamos pelo leilão da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE), que foi dividido em quatro blocos, e teve competição acirrada em três deles. Em seguida, analisamos o caso da Braskem (BRKM5), cujos dois principais acionistas, Novonor (ex-Oderbrecth) e Petrobras, buscam se desfazer de suas posições.
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Confira a seguir a análise de Felipe Bevilacqua, analista e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e análises de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimentos. Este conteúdo é exclusivo para os leitores de UOL Economia+. Conheça os recursos do serviço de orientação financeira UOL Economia+, para quem quer investir melhor.
Leilão de concessão da Cedae
Foi realizado na sexta-feira (30), na B3, o leilão de concessão da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae). A disputa foi acirrada, com vitória dos consórcios Aegea e Iguá, e arrecadou cerca de R$ 22,7 bilhões em três dos quatro blocos.
Foi o primeiro leilão de saneamento realizado em 2021. Foram apresentadas 12 propostas. Entre os consórcios participantes estavam: i) Redentor, formado por Equatorial Energia e Sonel Ambiental; ii) Aegea, formado por Itaúsa, Equipar e GIC; iii) Rio Mais, formado por Vinci Partners, Águas do Brasil e BRK Ambiental; e iv) Iguá Saneamento e Sabesp.
A Aegea arrematou os blocos 1 e 4 do leilão por R$ 15,4 bilhões, amplamente superior ao lance mínimo inicial de R$ 6,5 bilhões. Após a vitória, o consórcio optou por desistir do Bloco 3, que terminou o leilão sem ofertas. O consórcio Iguá arrematou o Bloco 2 com lance de R$ 7,3 bilhões - ágio de 129,68% em relação ao valor inicial.
Essa competitividade traz uma perspectiva de investimentos robustos no setor de saneamento nos próximos anos. Os contratos de concessão preveem investimentos, pelos consórcios, de cerca de R$ 30 bilhões em infraestrutura ao longo de 35 anos. Desse total, R$ 12 bilhões devem ser desembolsados nos primeiros 5 anos.
A notícia é positiva para a Aegea, que expande suas operações no país, e para a Itaúsa. Esperamos impacto positivo para o preço das ações ITSA4 para o curto prazo.
BRASKEM: Sondagem de venda em bloco derruba cotação
As ações da Braskem (BRKM5) apresentaram, na última sexta (30/04), a maior queda do dia no Ibovespa, de quase 7%. O recuo ocorreu por causa dos rumores de que a Petrobras considera realizar uma venda em bloco - quando uma grande quantidade de ações é negociada entre alguns participantes do mercado. A Petrobras soltou comunicado na própria sexta informando que não há definição sobre o formato dessa venda, mas isso não foi suficiente, porque a nota deixou em aberto a possibilidade de um block trade.
A negociação em bloco tem sido realizada com frequência pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento). O formato foi usado na venda das participações na Vale (VALE3), na Klabin (KLBN11), na Suzano (SUZB3) e na Petrobras (PETR3/PETR4). Deve repeti-lo na venda de sua parte na JBS (JBSS3). Os rumores causaram a queda nas ações porque nesse tipo de venda, como o volume movimentado é alto, as partes interessadas geralmente negociam cotações abaixo das praticadas em pregão aberto.
A queda de BRKM5 pode ter sido reforçada pela realização de lucros. As ações da companhia acumulavam alta de mais de 130% somente em 2021, consequência da resolução de problemas no México e em Alagoas, além do excelente momento operacional da companhia, com margens e volume recordes.
Esse bom momento desperta o interesse de grandes fundos de investimentos e pares internacionais. Nas especulações, surgem os nomes do Mubadala e da LyondellBasell, por exemplo, o que ajuda a impulsionar as cotações de BRKM5. O avanço na venda da parte da Novonor (ex-Odebrecht) na petroquímica pode continuar atraindo investidores e capturar uma possível oferta com ágio
Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.
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