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ANÁLISE

Eletrobras e Cielo: veja o que esperar para as ações hoje

Eletrobras: com as ações da companhia mais valorizadas, a expectativa é de que o governo se desfaça dessas ações - Reprodução
Eletrobras: com as ações da companhia mais valorizadas, a expectativa é de que o governo se desfaça dessas ações Imagem: Reprodução

Felipe Bevilacqua

20/05/2021 10h16

No Investigando o Mercado de hoje, vamos conversar sobre a aprovação, pela Câmara dos Deputados, da MP que possibilita a privatização da Eletrobras (ELET3) e sobre a troca no comando da Cielo (CIEL3).

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Confira a seguir a análise de Felipe Bevilacqua, analista e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e análises de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimentos. Este conteúdo é exclusivo para os leitores de UOL Economia+. Conheça os recursos do serviço de orientação financeira UOL Economia+, para quem quer investir melhor.

Eletrobras: privatização aprovada na Câmara

A Câmara dos Deputados aprovou ontem (19) a Medida Provisória 1.031, que viabiliza a privatização da Eletrobras. Ainda serão analisadas, porém, cerca de dez emendas dos partidos de oposição antes que o projeto siga para o Senado.

A aprovação, por 313 votos a favor e 166 contra, aconteceu depois que o deputado Elmar Nascimento, relator da proposta, aceitou retirar a minuta que transferia as indenizações que a Eletrobras tem a receber para a estatal que será para criada para assumir a Eletronuclear e a hidrelétrica de Itaipu.

Foi uma vitória para o governo federal. O texto permite que a União realize uma capitalização da companhia, com chamada de capital, porém sem participar da operação. Dessa forma, o Estado reduzirá sua participação de 61% para 45%, mantendo, porém, uma "golden share" que lhe confere poder de veto sobre decisões mais sensíveis.

No futuro, com as ações da companhia mais valorizadas (ELET3/ELET6), a expectativa é de que o governo se desfaça dessas ações, realizando lucro. A perspectiva de privatização deve gerar impacto positivo no preço das ações no curto prazo.

Cielo (CILE3) : Diretor-presidente renuncia

A Cielo (CIEL3) confirmou ontem a renúncia de seu diretor-presidente, Paulo Caffarelli, após dois anos e meio no comando da maior adquirente do país. Caffarelli fica no cargo até o fim de maio para realizar a transição de cargo para o atual CFO, Gustavo Henrique Santos de Sousa

Em sua gestão à frente da Cielo, Paulo Caffarelli tentou modernizar a companhia com iniciativas como a Cielo Digital e negociou pessoalmente com Facebook e Banco Central o lançamento de pagamentos via Whatsapp. Ambos, Caffarelli e Sousa, iniciaram suas carreiras no Banco do Brasil (BBAS3), companhia que divide controle da Cielo com o Bradesco (BBDC4), e são amigos há mais de 30 anos.

A saída do executivo foi surpresa até mesmo para pessoas próximas à empresa. Como não foi apresentada uma justificativa, as versões correm o mercado. Algumas fontes alegam que ele sai porque tem "outros planos". Outras, porém, acreditam em motivações políticas. Caffarelli respondeu pelo braço de investimentos do BB no governo Dilma e presidiu o banco na gestão Temer. Nunca foi ligado, porém, ao atual presidente.

A notícia é negativa para a companhia. Caffarelli vinha conduzindo a Cielo para caminhos mais promissores, apesar da performance negativa das ações. A adquirente enfrenta problemas estruturais. A governança corporativa dividida entre Bradesco e BB a impede de adotar iniciativas além da área de pagamentos que possam gerar competição para os dois bancos.

Enquanto isso, concorrentes como a Stone (NASDAQ:STNE) inovam, ampliando seu escopo ao prover um ecossistema para os varejistas, como por exemplo a aquisição da provedora de softwares para o varejo Linx (LINX3).

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL