IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

ANÁLISE

Inter/Banco ABC e Localiza/Unidas: parcerias que chamam a atenção na Bolsa

Localiza: Cade pediu mais tempo para analisar a fusão com a Unidas - Divulgação
Localiza: Cade pediu mais tempo para analisar a fusão com a Unidas Imagem: Divulgação

Felipe Bevilacqua

21/05/2021 08h37

No Investigando o Mercado de hoje, vamos conversar sobre a parceria entre o Inter (BIDI11) e o Banco ABC (ABCB4) para atuação conjunta no mercado de capitais. Analisamos, também, as ressalvas do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) na análise da fusão entre Localiza (RENT3) e Unidas (LCAM3).

O UOL Economia tem uma área exclusiva para quem quer investir seu dinheiro de maneira segura e lucrar mais do que com a poupança. Conheça!

Confira a seguir a análise de Felipe Bevilacqua, analista e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e análises de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimentos. Este conteúdo é exclusivo para os leitores de UOL Economia+. Conheça os recursos do serviço de orientação financeira UOL Economia+, para quem quer investir melhor.

Inter e Banco ABC: parceria para atuar em mercado de capitais

O Inter anunciou uma parceria com o Banco ABC na emissão de dívidas e ações no mercado financeiro. Por enquanto, é apenas um acordo operacional, não uma joint-venture.

A estratégia é levar a experiência do Banco ABC (ABCB4), que já possui equipe de atuação no setor, com destaque para renda fixa, à base de mais de 11 milhões de clientes do banco Inter.

Em 2019, o banco ABC coordenou 56 emissões de dívidas, um recorde no mercado. Em 2020, devido à pandemia, o número baixou para 21. Este ano, porém, o ABC já coordenou 24 operações do tipo. O banco também já possui alguns mandatos para IPOs.

Segundo o presidente do Inter, o acordo pode evoluir para uma joint-venture, com a criação de um banco de investimentos, dependendo do sucesso da operação.

A notícia é positiva para o Inter (BIDI11) , que cresce aproximadamente em 100% sua base de clientes a cada ano e agora procura novos meios de rentabilizar essa base. No primeiro trimestre do ano, a companhia apresentou receita anual média por cliente de R$ 190,80, 8,5% superior ao ano anterior, devido ao aumento de iniciativas como venda de seguros, marketplace e aumento da carteira de crédito.

Localiza e Unidas: Cade pede mais tempo

A Superintendência-Geral (SG) do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) fez uma declaração a respeito da proposta de fusão entre Localiza e Unidas. A operação foi definida como complexa. Avaliações preliminares levantaram preocupações a respeito da alta concentração que a fusão geraria no mercado de aluguel de veículos.

Na declaração, publicada no site do Cade, a SG aponta a necessidade de aprofundar a análise do caso para verificar se a fusão causará desvantagem à concorrência.

Um dos pontos a ser verificado é o aumento do poder de barganha na aquisição de veículos. O porte da nova empresa traria forte vantagem competitiva sobre as demais. Além disso, também serão avaliados os riscos de entrada de novos competidores no mercado.

A declaração de complexidade permite que a Superintendência peça, posteriormente, a extensão do prazo de análise da operação, que pode aumentar de 240 para até 330 dias.

Até o momento, as companhias Movida, Fleetzil, Ouro Verde e Ald Automotive entraram como terceiras interessadas no processo, levantando preocupações concorrenciais.

As ressalvas feitas pelo Cade podem atrasar a fusão, mas não acreditamos que tenham impacto direto nas ações das companhias (LCAM3/RENT3) neste momento. Elas já eram esperadas pelo mercado, portanto já estão precificadas. Se aprovada, a fusão Localiza-Unidas resultará numa companhia de cerca de R$ 53 bilhões de valor de mercado.

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.