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Analistas da Levante contam tudo sobre o mercado no Investimento Ao Vivo, que acontece quinzenalmente, às terças.


Inflação e juros no Brasil e nos EUA: o que seu dinheiro tem a ver com isso

Colaboração para o UOL, em São Paulo

22/06/2021 04h00Atualizada em 17/12/2021 15h05

Sabe o que tem impacto em seus investimentos? Inflação e juros. E não só no Brasil; inflação e juros nos EUA também impactam o seu dinheiro por aqui. O assunto foi abordado no programa Investimento Ao Vivo, do UOL Economia+, feito em parceria com a casa Levante Ideias de Investimentos, e transmitido na terça-feira (15).

Para o economista Felipe Bevilacqua, inflação e juros são os fatores mais importantes na vida do investidor na hora de tomar sua decisão. "Não é só no Brasil. No mundo inteiro a gente passa por um momento muito parecido", afirmou. Assista ao vídeo abaixo e confira toda a análise feita pelos economistas Felipe Bevilacqua e Rafael Bevilacqua. Eles também responderam a perguntas sobre finanças e investimentos.

O programa Investimento Ao Vivo é transmitido quinzenalmente na página inicial do UOL e do UOL Economia+, mas fica disponível para consulta. O vídeo é exclusivo para assinantes.

Juros baixos: mais dinheiro circulando na economia

O analista Felipe Bevilacqua disse que, ao longo de 2020, houve um movimento mundial de redução de juros.

"Os bancos centrais ao redor do mundo reduziram muito a taxa de juros em função do cenário da pandemia, quando a economia sofria bastante o impacto do coronavírus. Para tentar reduzir um pouco esse impacto, os bancos centrais fizeram medidas estimulativas, ou seja, reduziram os juros", explicou.

Segundo ele, a redução de juros traz mais dinheiro para a economia. "As pessoas têm uma tendência menor de poupar, porque o juro é menor. E juro menor acaba por colocar mais dinheiro circulando na economia", disse.

O resultado disso com o passar do tempo? Inflação.

Rafael Bevilacqua disse que não só a política monetária interfere na economia como também a política fiscal. "É aquela de dar voucher para estimular a economia, dar dinheiro para as pessoas. Tudo isso tem consequência hoje. Agora, é entender como essa alta dos preços está impactando nas taxas de juros e como isso impacta nas ações, nos nossos investimentos", afirmou.

Inflação alta e aumento de juros

No Brasil, disse Rafael, a inflação atingiu 8% nos últimos 12 meses, acima da meta estabelecida pelo Banco Central para este ano (3,75%).

"Quando a gente olha para a inflação ao produtor, o IGP-M [Índice Geral de Preços - Mercado], que é muitas vezes usado para corrigir aluguéis, a gente vê uma inflação bem mais alta. O IGP-M está em 37%, porque é uma inflação ao produtor. Você pega os insumos. Tudo subiu. Esse índice mostra essa alta", afirmou.

E o que o Banco Central está fazendo? "Subindo juros", disse. Isso acontece justamente para reduzir a circulação de dinheiro na economia e forçar uma queda na inflação.

"O bom é que a economia voltou a crescer", disse Rafael Bevilacqua. Segundo ele, existe uma projeção de que o crescimento da economia brasileira deva ficar na casa dos 5% este ano.

Expectativa clara ajuda o investidor

Felipe Bevilacqua disse que um fato importante para os investimentos é a expectativa.

"O Banco Central fica dialogando com os investidores, com o mercado, com todo mundo, falando qual caminho que ele vai tomar. As surpresas existem quando o Banco Central faz algo diferente do que ele vem comunicando. E ele vem comunicando que vai continuar aumentando os juros", disse.

Para ele, haverá um patamar de juros um pouco mais alto, mas com uma inflação controlada.

"Isso ajuda todo mundo a se planejar. Produtores, empresários, consumidores utilizam a expectativa clara do que vai ser os juros para tomar sua decisão. Essa confiança é muito importante para o crescimento da economia."

EUA são referência para os outros mercados

Para os dois economistas, quando se fala em inflação e juros, é preciso olhar para os EUA.

"Os EUA são referência para todos os outros mercados. Todos os países, sejam mais desenvolvidos sejam emergentes, usam os EUA como base. Há sempre comparação com os EUA", declarou Felipe Bevilacqua.

Segundo ele, quando os juros aumentam nos EUA, a comparação muda para todos os investidores do mundo. "Os EUA são considerados um país sem risco. O menor risco do mundo está nos títulos americanos", afirmou.

Por isso, disse, um aumento de juros por lá vai criar uma instabilidade em todo o mundo, pois os grandes investidores, fundos, bancos etc. operam globalmente.

Felipe afirmou que aconteceu nos EUA algo similar que ocorreu no Brasil: redução muito forte dos juros e aumento da inflação. "Reduziram juros exatamente pelo mesmo motivo: colocar a economia para rodar", disse.

Para Rafael Bevilacqua, o grande risco agora para os mercados globais é o aumento de juros nos EUA de forma rápida.

"O Banco Central dos EUA tem dois mandatos: inflação e atividade econômica. O país está num momento de reaquecer a economia. Eles já haviam se posicionando de que teria uma inflação mais alta, que já era esperada e que tolerariam isso", disse Rafael.

Segundo ele, a inflação norte-americana deve incomodar, "mas em algum momento ela deve convergir", e o Banco Central vai seguir a trajetória dele. "Ele vai calibrando, para não deixar as pessoas serem otimistas demais, com o risco de criar uma bolha, mas também não pode deixar o pessimismo tomar conta", declarou.

"Muito do que acontece neste cenário de juros, inflação, Brasil, mundo, China, etc., a gente utiliza para a tomada de decisão nas nossas carteiras recomendadas", afirmou Felipe Bevilacqua.

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Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.