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Veja o que pode acontecer no Brasil se os EUA aumentarem os juros

Do UOL, em São Paulo

09/06/2021 04h00

Para conter os impactos da pandemia da covid-19, os EUA, assim como outros países, alteraram sua política monetária --ou seja, o país alterou a taxa básica de juros, que foi reduzida a patamares próximos de zero.

"Quando a taxa básica de juros está em patamares tão baixos, é como se o dinheiro ficasse mais 'barato', estimulando o consumo", afirma Felipe Bevilacqua, economista da casa de análises Levante Ideias de Investimentos. Além disso, foi criado o programa de recompra de títulos públicos, e programas de estímulos à população e às empresas.

Diante disso, o aumento da inflação era esperado, porém não em patamares tão elevados como os divulgados no último mês: em abril, a inflação variou 0,2%; e subiu 4,2% nos últimos 12 meses. Uma das armas para combater a inflação é aumentar os juros —com isso o governo diminui o volume de dinheiro em circulação no país. A possibilidade de os EUA aumentarem os juros tem preocupado investidores de todo o mundo. Entenda o motivo abaixo.

Juros mais altos, dinheiro mais "caro"

Segundo Bevilacqua, o aumento de juros nos Estados Unidos "pode resultar em sérios impactos para a economia".

Acontece um arrefecimento da economia, com poucas pessoas interessadas ou capazes de consumir. Com o dinheiro mais 'caro', as empresas não investem em expansão e podem até mesmo reduzir suas operações, o que causa um aumento no índice de desemprego. Se por si só, essa mudança pode causar "estragos", imagine somada a uma economia em recuperação.
Felipe Bevilacqua

O que acontece no Brasil?

Bevilacqua explica que, se a taxa de juros norte-americana sobe, haverá uma fuga de capital estrangeiro do Brasil. Esse fenômeno ocorre porque, para o estrangeiro, é melhor deixar o dinheiro investido em títulos públicos norte-americanos, considerados os mais seguros do mundo, do que investido em um país emergente com alto risco, como é o caso do Brasil.

Essa fuga de capital pode causar alguns impactos como:

1- Desvalorização do real frente ao dólar;

2- Pressão vendedora no mercado acionário, causando uma diminuição no preço dos ativos no curto prazo;

3- O Brasil é um grande exportador de commodities, agrícolas e não agrícolas. Com o real desvalorizado, a mercadoria ficará mais atrativa para o mercado externo, e ainda mais atrativa para a empresa exportadora que receberá em dólar. Isso pode gerar uma escassez de produtos no mercado interno, causando, além de outras coisas, um aumento dos preços.

"Esses são só alguns exemplos do que pode acontecer e, por esses motivos, os investidores se preocupam tanto com o rumo da inflação norte-americana", afirma Bevilacqua.

O economista preparou um relatório completo, simples de entender, com a análise do impacto da inflação e dos juros norte-americanos na economia brasileira. Você pode baixar o relatório aqui.

No relatório você ainda encontra uma análise da estratégia de cada carteira de investimento criada pelo analista para os assinantes de UOL Economia+.

Para quem ainda não pegou as recomendações de investimentos, elas estão aqui:

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Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo analista Felipe Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.