O presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, foi indicado pelo governo para a presidência do Conselho de Administração da Petrobras. O que significa isso para a empresa? Haverá ingerência no governo na administração da companhia?
Confira a seguir o comentário de Felipe Bevilacqua, analista e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento, sobre o tema. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e avaliações de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimento. Este conteúdo é acessível para os assinantes do UOL. O UOL tem uma área exclusiva para quem quer investir seu dinheiro de maneira segura e lucrar mais do que com a poupança. Conheça!
A gigante Petrobras (PETR3/PETR4) comunicou ao mercado que recebeu do governo federal a indicação de Luiz Rodolfo Landim Machado para o cargo de presidente do Conselho de Administração da companhia.
Landim é engenheiro de formação, foi funcionário da Petrobras por 26 anos e chegou a ser presidente da antiga BR Distribuidora. Atualmente, o engenheiro preside o Flamengo, com mandato até 2024, e garantiu à torcida que não irá abandonar o cargo independentemente de sua indicação para a nova posição na petrolífera.
Landim deve substituir o almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, que deixa o cargo alegando motivos particulares, e chega à companhia sob pressão em meio às discussões acerca da política de preços dos combustíveis.
Com a disparada do preço do barril de petróleo no mercado internacional, o debate sobre medidas capazes de manter os preços dos combustíveis em níveis mais baixos volta a ganhar força.
A indicação do engenheiro para o cargo é controversa. Por um lado, Landim possui vasta experiência no setor de óleo e gás e fez carreira na Petrobras. Por outro lado, a indicação pode ser vista como um meio de aumentar a influência do governo sobre a estatal, visto a proximidade de Landim com o presidente Bolsonaro.
A Assembleia Geral Ordinária que definirá a composição do Conselho de Administração da empresa está agendada para o dia 13 de abril, e espera-se grande escrutínio na candidatura de Landim, que possui denúncia por gestão fraudulenta. A denúncia foi realizada no ano passado e resultou em uma ação penal que tramita na 10ª Vara Federal de Brasília.
De acordo com a ação, Landim, junto ao então presidente do BNDES, Demian Fiocca, teria se envolvido em um esquema de desvio de recursos de fundos de pensão de funcionários de estatais. Tal esquema teria desviado cerca de R$ 100 milhões dos fundos.
Em nota enviada ao UOL em novembro de 2021, quando a Justiça instaurou uma ação penal, a defesa de Landim disse que "prestará os esclarecimentos cabíveis e confia que demonstrará a improcedência da acusação" (leia a íntegra da nota aqui).
Além disso, a Petrobras comunicou na última sexta-feira (4) que assinou contrato com a chinesa CNOOC Petroleum Brasil (CPBL) para a cessão de 5% de sua participação no Contrato de Partilha de Produção do Volume Excedente da Cessão Onerosa para o campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos.
Segundo a companhia, a CPBL exerceu seu direito na opção de compra que detinha, passando agora a ter uma participação de 10% no contrato. A Petrobras passará a deter 85% de participação no campo, enquanto a CNODC continua com os outros 5%. A conclusão da operação ainda depende de aprovação do CADE, da ANP e do Ministério de Minas e Energia (MME).
No fechamento da operação, o valor a ser recebido à vista pela Petrobras é de US$ 2,12 bilhões.
O campo de Búzios é um dos principais ativos que integram o portfólio da Petrobras, de onde é extraído um óleo de alta qualidade e com baixo teor de enxofre. Apesar disso, a cessão está em linha com a estratégia da companhia de compartilhamento de riscos com outras grandes petroleiras, e deve resultar na entrada de uma quantia expressiva no caixa da estatal.
No pregão de segunda-feira (7), as ações preferenciais da Petrobras fecharam em queda de 7,10%, cotadas a R$ 31,80.
Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.
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