O cenário econômico de 2022 trouxe diversos desafios aos investidores: a persistência da pandemia, a guerra na Ucrânia e o aumento da inflação de forma generalizada ao redor do mundo afetaram a rentabilidade de diversos ativos e acabaram privilegiando produtos de renda fixa em detrimento de investimentos em renda variável.
Mesmo assim, apesar das dificuldades, uma classe de ativos conseguiu gerar rendimentos acima do CDI: os fundos multimercado.
Quer saber um pouco mais sobre como eles funcionam e, inclusive, ver os principais destaques do ano nesta categoria? Vem com a gente!
Fundos multimercado
Os fundos multimercado apostam forte na diversificação ao alocar capital em diferentes mercados: eles podem investir tanto em renda fixa, com títulos e CDBs, quanto em renda variável, com ações, câmbio ou derivativos, por exemplo, tanto no Brasil quanto no exterior. Logo, cada gestor tem uma estratégia para maximizar a rentabilidade para os cotistas.
Dessa maneira, por apostarem em diferentes estratégias e classes de ativos, os fundos multimercado apresentam um diferencial que não existe em fundos de ações ou imobiliários, por exemplo: a flexibilidade de diferentes classes de ativos. Isso permite a adequação das carteiras e, na prática, está gerando retornos que superam frequentemente o CDI.
O CDI, referência para investimentos de renda fixa, retornou 11,92% no ano até 20 de dezembro. Enquanto isso, alguns fundos multimercado foram capazes de alcançar retornos superiores a 19% no mesmo período. Confira, na sequência, a estratégia vencedora utilizada pelos gestores destes fundos.
A tese das gestoras para 2022
Desde o começo do ano, as principais gestoras do país acreditavam que haveria aumento na taxa básica de juros pelo Fed, o Banco Central americano, bem como crescimento generalizado da inflação ao redor do mundo provocado pela pandemia, guerra na Ucrânia e pelos fortes estímulos monetários dos últimos anos.
Tal posicionamento foi demonstrado, por exemplo, na Carta de Gestão publicada em abril pela gestora ASA Investiments:
"Março foi mais um mês de oscilações históricas no mercado de juros americanos, favorecendo, mais uma vez, nossa alocação estrutural e principal tese de investimento. [...] De certa forma, parte do movimento explosivo ao longo do mês foi uma devolução da aversão a risco que o início da guerra na Ucrânia causou nos mercados, segurando a tendência de abertura das taxas no final de fevereiro. A outra parte, no entanto, foi uma justa reação à continuidade de endurecimento nos discursos do FOMC, cada vez menos desconectados da realidade inflacionária da economia americana."
Também em abril, a Ibiúna se manifestou por meio de sua Carta Mensal:
"Neste contexto, a guerra na Ucrânia inicialmente exacerbou o dilema enfrentado por autoridades monetárias no curto prazo: intensificar o aperto monetário diante do impulso adicional à inflação e à potencial desancoragem de expectativas, ou atrasar a retirada de estímulos para mitigar os impactos sobre a desaceleração econômica? Dados de alta frequência em março parecem ter resolvido esse dilema ao indicar que a guerra no Leste Europeu teve até agora baixo impacto em atividade econômica, mas gerou forte pressão adicional nas taxas de inflação, inclusive em coletas de preços que excluem itens mais voláteis como alimentos e energia."
Esta era, na teoria, a visão das gestoras sobre o cenário econômico no início do ano. Porém, na prática, como será que os fundos delas se saíram? Confira na sequência!
Fundos multimercado de destaque em 2022
O Asa Hedge FIC Multimercado, da Asa Investiments, deu retorno de 39,07% até 20 de dezembro, o que representa 349,62% do desempenho do CDI no ano. Enquanto isso, o Ibiuna Hedge FIC Multimercado retornou 16,22%aos investidores, ou 154,87% do CDI —ambos os fundos estão abertos para captação.
Além destes, outros fundos apresentaram excelentes retornos aos cotistas: o GAP Absoluto FIC Multimercado, da Gap Asset, rendeu 16,20% em 2022, ou 154,62% do CDI, ao passo que o Vinland Macro FIC Multimercado, da Vinland Capital, rendeu 20,35% ao ano, ou 189,64% do CDI —ambos também abertos para captação.
Quando se observa o longo prazo, os resultados são ainda melhores: o GAP Absoluto FIC Multimercado gerou retornos de 609,31% aos investidores desde que foi criado, enquanto o Ibiuna Hedge FIC Multimercado multiplicou o dinheiro dos cotistas por 208,13% desde a sua concepção.
Mas, e 2023?
Mesmo após um ano com resultados expressivos, a classe de fundos multimercados continua promissora. Devido ao seu grau de liberdade em poder escolher as melhores oportunidades em diferentes mercados, os fundos multimercado podem se ajustar rapidamente às condições e notícias econômicas e conseguem dar bons resultados mesmo em cenários de crise e queda de Bolsas como o que estamos vivendo atualmente.
Sendo assim, 2023 pode muito bem ser mais um ano positivo para a classe.
Por conta disso, alocar em fundos multimercado é uma ótima estratégia para os investidores preocupados em aumentar a diversificação e os retornos da sua carteira --em especial, a médio e longo prazo.
Para se aprofundar no universo dos fundos de investimentos, continue acompanhando os artigos do PagBank PagSeguro no UOL Economia!
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