Minha primeira lembrança com o dinheiro é de não tê-lo. Lembro nitidamente do dia em que eu estava na escola, no quinto ano, e queria comprar uma merenda na cantina, mas não tinha dinheiro.
Sou a filha do meio de uma professora pública e um microempresário. Eu e meus irmãos estudamos em escola pública, nos áureos tempos da escola pública. O dinheiro era escasso e só dava para o básico, sem chances de comprar merenda na cantina para três filhos!
Mas eu tinha aquela vontade e me perguntava "o que poderia fazer para conseguir ter o meu misto-quente com queijo derretido e suco de laranja". Foi essa vontade de ter que me movimentou, me fez olhar com curiosidade para os meus recursos e habilidades e estruturar um plano de ação. Na época eu nem imaginava o quanto essa iniciativa estaria presente ao longo dos meus anos de vida posteriores. E foi assim:
Passo 1 - Identificar o objetivo: Merenda escolar.
Passo 2 - Saber quanto custava: R$ 12 (valor atualizado).
Passo 3 - Observar onde estava o que eu queria: Cantina da escola (maravilha, a dona era amiga da minha mãe).
Passo 4 - Calcular quanto eu tinha: Nada!? ... Tinha sim: o meu tempo de recreio.
Pronto, agora era só colocar meu plano em prática.
Em um dia qualquer, durante o recreio, fui puxar conversa com a dona da cantina. Ela disse que não podia falar porque era o horário de pico e o movimento era grande. Foi quando eu plantei minha sementinha dizendo: "A senhora precisa de mais gente para ajudar!". Ela respondeu: "Precisar, preciso, mas não tem como, é só no horário do recreio."
Dois ou três dias depois, terminei minhas atividades mais rápido e consegui sair para o recreio antes do horário de pico. Fui até a cantina e me ofereci para ajudar. Nunca fui tão ágil e simpática como naqueles 15 minutos. O atendimento fluiu super bem. Em agradecimento, nos últimos cinco minutos, já com tudo em ordem, "ganhei" meu misto-quente com suco de laranja. Depois dessa experiência, foi só esperar que a necessidade da dona da cantina falasse mais alto para ela passar a me chamar.
Objetivo atingido: merenda especial conquistada e, para além das minhas expectativas, meu network tinha crescido consideravelmente, todos me conheciam na escola!
A história verídica é de uma pré-adolescente, mas a estrutura do plano é utilizada até hoje. Eu segui e sigo adotando essa estrutura. Foi com ela que conquistei (não paguei) minhas aulas de balé, meu mestrado, minha primeira viagem à Europa. Profissionalmente, sempre uso esse recurso nas consultorias de finanças pessoais e micro e pequenas empresas. Aliás, grandes empresas estrategicamente adotam essa ferramenta. Por que não você?
Então: Qual o seu objetivo; quanto ele custa; onde ele está, quem está com ele; quem quer e pode te ajudar a conquistá-lo; quais recursos você tem disponível. É essa pequena estrutura que, somada ao seu foco, levarão à solução do problema.
Mas, me permite uma pergunta: Qual é a sua primeira lembrança com o dinheiro?
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