As ações e os setores que mais cresceram na Bolsa no 1º ano da pandemia
A pandemia do novo coronavírus afetou negativamente a vida das pessoas e empresas. Na Bolsa de Valores, contudo, o efeito negativo não foi generalizado. Estudo realizado pelo Centro de Estudos em Finanças da FGV, com dados da Economatica, mostra que setores de commodities e indústrias apresentaram retornos positivos para os investidores entre 26 de fevereiro de 2020 e início de março deste ano.
"Esses setores cresceram muito por causa do câmbio. A receita deles cresceu em cima disso. Um segundo aspecto é que a China cresceu muito e eles foram beneficiados por esse crescimento", explica o professor da FGV e coordenador do estudo, William Eid Junior.
A mesma análise vale para as empresas. As que apresentaram bom desempenho no primeiro ano da pandemia foram as companhias de mineração e petróleo. Na lista das top 10 ainda aparecem empresas de seguro, de papel e celulose e de comércio.
Confira abaixo os setores e as empresas que contrariaram o mercado e conseguiram apresentar retornos positivos na Bolsa durante o primeiro ano da pandemia.
Setores que mais se beneficiaram
Segundo o professor Eid, o setor de commodities deve continuar apresentando bons resultados neste ano. O principal motivo ainda é a China e a desvalorização do real frente ao dólar.
O câmbio deve continuar, na melhor das hipóteses, com muita volatilidade. Olhando hoje, o câmbio vai ficar em níveis elevados e isso ajuda o setor, mas o favorecimento dele vem principalmente da China, que mudou o foco da economia para o mercado interno.
William Eid Junior, da FGV
Empresas que mais cresceram na Bolsa, apesar da crise
Considerando as empresas listadas da Bolsa, as de mineração e petróleo se destacaram. A CSN foi muito beneficiada pela desvalorização do real frente ao dólar. Já a Vale foi muito beneficiada pelo aumento do preço do minério de ferro no mercado mundial, que praticamente dobrou de preço nos últimos meses.
A Magazine Luiza é a única do setor de comércio na lista das 9 empresas que se destacaram. Segundo o professor, o comércio deve continuar sofrendo por causa da pandemia.
A minha expectativa para as empresas de consumo é, de novo, de um ano ruim. A saúde está piorando a olhos vistos. A única solução, enquanto não tem vacina para todo mundo, é trancar tudo. Mas o Brasil tem mais um problema: ele não consegue auxiliar quem precisa e tudo complica. Essa conta não fecha. Olhando para a Bolsa, o único estímulo que ela tem para ficar em alta são os juros baixos, mas isso não é suficiente para manter a Bolsa em alta durante muito tempo.
William Eid Junior, da FGV
Para o professor, nem o auxílio emergencial é suficiente para retomar o crescimento generalizado de ações de empresas do comércio. "O auxílio ajuda, mas não salva, porque continuamos com um nível de desemprego gigante. O auxilio é pequeno e o governo não tem condições de ampliar", avalia.
O que acontece é que a perspectiva para o Brasil continua ruim. A crise deve se estender mais do que no resto do mundo. É difícil, o Brasil não é para amadores e a crise deve permanecer.
William Eid Junior, da FGV
Este material é exclusivamente informativo, e não recomendação de investimento. Aplicações de risco estão sujeitas a perdas. Rentabilidade do passado não garante rentabilidade futura.
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