4 investimentos que são "cringe" para você ficar longe, segundo analistas
Se você não entendeu bem o título desse texto, provavelmente você nasceu antes de 1995. "Cringe" é o termo cunhado pelos jovens da geração Z para o que os mais velhos costumavam chamar de "mico" ou simplesmente "vergonha alheia". E quem nunca teve um investimento ou produto financeiro "cringe" que atire a primeira pedra.
Tem aquele dinheiro que está seguro, mas não rende, ou aquele título que o gerente do seu banco lhe ofereceu como uma grande oportunidade de investimento - e você acreditou. Até investimentos que parecem mais sofisticados também têm sua cota de constrangimento. Especialistas ouvidos pelo UOL Economia+ fizeram uma lista de investimentos "cringe" para ninguém passar mais vergonha.
Ainda tem um bônus: um produto que você pensa que é investimento, alguém provavelmente já te vendeu como investimento, mas é o maior de todos os micos, segundo especialistas. Confira abaixo a lista.
1. Poupança
"Não é o pior investimento, mas ganha o primeiro lugar por uma questão de representatividade. A gente tem mais de 50% dos investimentos no Brasil alocados em poupança e o brasileiro ainda tem muito que aprender sobre investimentos", afirma Júnior Monteiro, consultor de investimentos e sócio-fundador da Six Capital.
Para ele, a poupança é ultrapassada como opção para reserva de emergência, porque existem outros ativos melhores, como Tesouro Selic e alguns CDBs que têm liquidez e rentabilidade maior.
"Com a alta dos juros, faz menos sentido ainda deixar o dinheiro na poupança. O Tesouro Selic, por exemplo, também é seguro e acompanha os juros", afirma. Já a poupança rende 70% da taxa Selic.
2. CDB que rende menos que 100% do CDI
CBDs que rendem menos que 100% do CDI é vergonhoso, segundo especialistas. Esse é um dos papéis mais comuns oferecidos por grandes bancos.
"O investidor do CDB geralmente tem medo de arriscar e não se interessa em conhecer outros tipos de investimento e vai pela indicação do gerente, que ele costuma ter como alguém de confiança", diz Gabriela Mosmann, analista de investimentos da Suno Research.
Os CDBs com rendimento acima de 100% geralmente são ofertados a clientes "prime", que costumam utilizar a aplicação para fazer operações estruturadas. Contudo, o pequeno investidor consegue encontrar CDBs melhores nas plataformas das corretoras.
3. Fundos de renda fixa com altas taxas de administração
"A rentabilidade desses fundos por si só não é alta. Normalmente acompanha ou ganha um pouco acima do CDI. Se tiver uma taxa de administração alta, vai descontar da rentabilidade", afirma Monteiro, da Six Capital.
Nesses casos, afirma, o rendimento líquido fica abaixo do CDI. É que boa parte desses fundos coloca o seu dinheiro em títulos públicos e CDBs —investimentos que você poderia fazer sozinho, sem precisar pagar nenhuma taxa. "Se a taxa de administração for acima de 1,5%, não vale a pena", diz.
"É preciso correr atrás de informações sobre o fundo, para não acabar investindo em um produto ruim ou ineficiente", afirma Gabriela Mosmann, da Suno.
4. Conta Remunerada
Embora nem todos os especialistas considerem a conta remunerada um investimento, ela tem ganhado espaço como opção de rentabilidade para quem deixa dinheiro parado na conta, e é bem comum entre bancos digitais.
"Ela rende menos ainda que a caderneta de poupança. Tem gente que deixa lá dezenas de milhares de reais, achando que é melhor render pouco do que não render nada. Algumas remuneram apenas 35% do CDI", afirma Mauro Calil, fundador da Academia do Dinheiro.
"Os bancos costumam convencer os clientes a deixar dinheiro na conta remunerada, pois é uma aplicação financeira e assim a instituição se livra do depósito compulsório, podendo utilizar o valor integral deixado na conta. Mas para o correntista, não vale a pena", diz.
Bônus: Títulos de capitalização
Esse é o maior "cringe" entre os produtos financeiros. Títulos de capitalização não são investimentos, embora sejam vendidos como se fossem em muitos bancos, e estão atrelados a um sorteio.
"Ele serve para capitalizar o emissor do título e não quem o compra. Além disso, é comum encontrar títulos em que você retira menos dinheiro do que o valor investido", afirma Mauro Calil.
"Os títulos têm prazo de 48 a 60 meses e no final você recebe o valor mais uma taxa referencial que está próxima de 0%. Logo, você perde o poder de compra, pois não rende nem a inflação. Além disso, se houver imprevisto e você precisar retirar o dinheiro antes do prazo, você perde o valor do capital", declara Júnior Monteiro.
Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.
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