É possível ganhar dinheiro com investimento conservador; veja os melhores
Quem quer ganhar dinheiro investe na Bolsa, quem quer só proteger o capital coloca na renda fixa. O senso comum pode sugerir esse tipo de avaliação simplificada, mas a realidade é bem diferente. O Guia do Investidor UOL contou com dois especialistas de Bolsa para dizer que, sim, é possível ganhar dinheiro com investimento conservador, como títulos do Tesouro Direto, CDBs e títulos de empresas. E eles contam como isso pode ser feito.
É claro que a renda variável, que é o caso das ações, tem possibilidades mais atraentes de remuneração, mas também tem altas possibilidades de perdas. Na renda fixa, existem diferenças importantes entre os investimentos que podem elevar os ganhos de qualquer investidor. É o que afirmam Betina Roxo, estrategista-chefe da Rico Investimento, e Flávio Conde, coordenador de análise de investimentos na Levante. Veja abaixo onde estão as oportunidades na renda fixa.
Investimento seguro não é sinônimo de baixa rentabilidade
Conde destaca que não é porque um investimento é mais seguro que ele oferece baixa possibilidade de retorno. Inclusive, foi a alta rentabilidade histórica dos investimentos em renda fixa que deram a essa modalidade a sua fama e adesão ao longo das últimas décadas.
Mesmo em tempos de migração para a renda variável, como houve no ano passado e no início deste ano, a renda fixa como um todo continuou tendo opções rentáveis.
"Quando dizem que a renda fixa está muito baixa, estão pensando só na Selic, e a renda fixa não é só Selic. Tem títulos de longo prazo que estão pagando 8%, 9% ou 10% ao ano", diz Conde.
Sem imposto
Os investimentos atrelados à Selic devem ser evitados, ao menos por enquanto, segundo os especialistas. Conde afirma que há melhores oportunidades em CDBs, letras financeiras e debêntures, mas tem uma opção que ele recomenda mais que as outras, as debêntures incentivadas.
"A debênture incentivada surgiu quando o governo viu que tinha setores ligados à infraestrutura que precisavam de investimento. O governo não tinha dinheiro e falou para os investidores 'financiem que eu não te cobro Imposto de Renda, e você vai ajudar o país e as empresas'", afirma.
Investimentos como títulos públicos atrelados ao IPCA (índice oficial de inflação do país), por exemplo, podem ser boas opções por cobrir a inflação e ainda oferecer uma rentabilidade extra. Mas, encontrar uma debênture incentivada que pague IPCA+4% pode ser ainda melhor que o Tesouro IPCA+4,5%. "Pode parecer que o título do Tesouro é melhor, mas a debênture não cobra Imposto de Renda", diz.
Títulos privados para ganhos maiores
Os especialistas destacam ainda a necessidade de levar em conta os objetivos de vida na hora de alocar o dinheiro em alguma modalidade de investimento.
Objetivos de longuíssimo prazo, como uma reserva para aposentadoria, podem tolerar as oscilações naturais da economia no curto e médio prazo.
Quem pode deixar o dinheiro rendendo mais tempo pode correr um pouco mais de risco e tentar uma rentabilidade maior fora dos títulos públicos.
As opções são o CDB, onde o investidor empresta dinheiro para instituições financeiras, além de LCI, LCA, CRI e CRA, os títulos de dívida privada e que garantem o financiamento dos setores de infraestrutura e agropecuária.
Proteção
Quem precisa do dinheiro para objetivos mais próximos, como uma viagem ou um curso, deve levar em conta opções mais seguras, e com a possibilidade de saque sem perda de rentabilidade. Para Betina, da Rico Investimentos, os títulos pós-fixados podem ser uma boa opção neste caso porque não existe o risco de a rentabilidade ser corroída diante da necessidade de resgate antecipado.
Mas ela ressalta que a diversificação é fundamental, mesmo dentro da renda fixa, para não assumir todo o risco que um tipo de setor da economia ou um indexador podem trazer.
Por isso, ela aconselha incluir na carteira também o Tesouro IPCA para que o investidor possa alocar algum capital que garanta proteção contra o aumento da inflação, "mas lembrando que isso pode variar dependendo da expectativa da inflação, por isso a gente sugere ter só um pouco dessa opção", diz.
Para Conde, a renda fixa não é uma modalidade reservada para investidores conservadores. Até mesmo os mais arrojados podem - e devem - alocar dinheiro em renda fixa, ainda que para objetivos pontuais.
"Eu sou investidor de Bolsa quase o tempo inteiro, mas às vezes preciso deixar 10% na renda fixa porque eu vou trocar de carro, vou viajar. Então, a renda fixa serve para todos os investidores", afirma.
Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.
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