Tesouro Direto, CDB: entenda os riscos dos investimentos conservadores
Investimentos de renda fixa, como títulos do Tesouro Direto e CDBs, são para quem não tolera riscos? Especialistas que participaram do Guia do Investidor UOL dizem que essa afirmação pode ser verdadeira, mas não em todo caso. Betina Roxo, estrategista-chefe da Rico Investimentos, e Flávio Conde, chefe de análises da Levante, afirmam que até os mais arrojados investem na renda fixa.
Os motivos dos mais conservadores e dos que têm mais apetite ao risco para investir em renda fixa são diferentes: desde proteger parte do capital até experimentar algumas oportunidades nas modalidades que foram tradicionalmente reconhecidas como as mais seguras do mercado. Veja abaixo por que a renda fixa não é só para quem é conservador, e conheça os riscos desse tipo de investimento —sim, eles existem.
Renda fixa é para todo mundo
Flávio Conde diz que, todo mundo acaba tendo um percentual, maior ou menor, em renda fixa. "Eu que sou investidor de Bolsa quase o tempo inteiro, preciso deixar cerca de 10% [na renda fixa] quando eu vou trocar de carro, vou viajar". Com isso, ele consegue fazer o dinheiro render, ainda que com uma rentabilidade menor, e resgatá-lo a qualquer momento.
Ele destaca que, entre os três perfis tradicionais - conservador, moderado e agressivo/arrojado -, o conservador é o que tem uma parcela maior na renda fixa, porque ele não pode ter uma rentabilidade negativa com relação ao dinheiro que, geralmente, ele precisaria retirar com mais urgência.
Os demais perfis, porém, recorrem aos investimentos mais seguros para ter alguma garantia, mesmo que a parcela dos seus investimentos nessa modalidade seja menor que a destinada a ações e fundos mais arriscados.
Renda fixa também tem riscos
Betina Roxo ressalta que os investimentos em renda fixa não envolvem só a possibilidade de assegurar um rendimento constante para todo tipo de investidor. Eles também incluem riscos, o que atrai também os investidores mais ousados.
Em fundos de renda fixa, por exemplo, é preciso saber relacionar valores de taxas de administração com a rentabilidade de fundos para obter ganhos maiores. "Quando você escolhe um fundo atrelado ao CDI (fundos DI), por exemplo, não dá para você pagar uma taxa acima dos juros", afirma.
A especialista destaca que a rentabilidade desses fundos DI pode ser baixa caso sejam da classe de gestão automática, que não têm um operador tomando decisões sobre eles a todo momento, e apenas acompanham o indicador principal, no caso, o CDI. Portanto, essas opções, em casos de taxas muito altas, podem significar perda de dinheiro para o investidor.
Um levantamento feito pela empresa Spiti apontou que os brasileiros tinham, em agosto deste ano, R$ 218 milhões operando em fundos que rendem menos que a poupança. A maioria desses fundos é do tipo automático e oferecida pelas instituições bancárias tradicionais, como Banco do Brasil, Caixa e Bradesco.
Além disso, os investimentos em CDB são outros que precisam de alguma atenção, especialmente para quem investe altas quantias. Conde explica que, em caso de uma instituição bancária quebrar e não conseguir pagar seus credores, o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) garante reembolso, mas apenas até R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira.
"Toda vez que uma pessoa sai da poupança - e ela precisa sair para obter rendimentos maiores - ela está incorrendo em algum risco. No caso do CDB, se o banco quebrar, você não recebe no dia seguinte, existe um processo", diz o especialista.
Tesouro Direto com rentabilidades maiores
Além disso, o Tesouro Direto também pode ter sua rentabilidade prejudicada se o investimento for retirado antes da data de vencimento.
"Quando você investe em renda fixa, você tem uma previsibilidade maior porque você sabe qual é o rendimento e o prazo. Mas se você tira antes, você está sujeito às variações do mercado", afirma Betina.
Quem investe em títulos do Tesouro Direto para ganhar com a compra e a venda de títulos antes do vencimento precisa tomar cuidado. É preciso acertar as oscilações da variação das taxas de juros futuros. Os investidores que operam dessa maneira no Tesouro chegam a ganhar até cinco vezes o valor dos juros contratados.
Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.
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