Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
5 investimentos que estão rendendo 4 vezes mais que a poupança
O rendimento de 1% ao mês, tão comum em anos passados, tão desejado atualmente, voltou? Em parte. Não temos mais aquela abundância de aplicações de baixo risco rendendo 14% ao ano ou mais.
Mas, entre os fundos imobiliários, que são investimentos de risco médio, existem alguns com um retorno em dividendos acima de 1% ao mês. Para efeitos de comparação, em julho, a poupança, produto financeiro mais popular do país, rendeu 0,25%. Ou seja, 1% ao mês é quatro vezes o rendimento da caderneta. Separei cinco fundos imobiliários com esse rendimento para comentar na coluna de hoje.
1. CPTS11
Entre os fundos de investimento imobiliário (FIIs), com retorno acima de 1% ao mês, o Capitânia Securities II (negociado com o código CPTS11) é o que tem apresentado maior estabilidade na distribuição de proventos.
Em 2021, a remuneração ao acionista variou entre R$ 1 e R$ 1,05 por cota. Historicamente, o valor mínimo foi de R$ 0,65, em junho do ano passado, e o máximo foi de R$ 1,45, em dezembro de 2016.
O CPTS11 aloca o seu patrimônio principalmente em outros fundos imobiliários e em CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários).
O DY (retorno em dividendos, na sigla em inglês) desse fundo ficou em 12,52%. Isso significa que os proventos pagos por cota nos últimos 12 meses equivalem a 12,52% do preço atual do papel.
2. URPR11
O fundo Urca Prime (URPR11) está frequentemente nas primeiras posições dos rankings de dividendos de FIIs.
Atualmente, seu retorno em dividendos está em 22,8% em 12 meses, o que dá quase 2% ao mês. Ou seja, se você investir R$ 100 mil nesse fundo hoje, e se ele continuar pagando proventos no mesmo ritmo dos últimos 12 meses, você passará a ter uma renda média de R$ 2 mil por mês.
Mas, por favor, não se esqueça da parte "se ele continuar pagando proventos no mesmo ritmo dos últimos 12 meses". Não há garantia nenhuma de que isso ocorrerá.
Esse FII distribuiu proventos pela primeira vez em abril do ano passado. Desde então, o seu pior rendimento foi de R$ 0,77 por cota (em maio de 2020), e o melhor, de R$ 3,24 (outubro de 2020).
Você pode ver então que varia muito o valor dos proventos por cota. Eu, particularmente, invisto parte do meu dinheiro nesse FII porque seus gestores têm uma experiência relevante no mercado e o seu portfólio está pulverizado, ainda que dentro de um segmento específico (dívidas de financiamento imobiliário residencial).
3. BCRI11
O Banestes Recebíveis Imobiliários está hoje com um DY de 12,26% ao mês, considerando o preço atual do papel.
Esse é um "fundo de papel", ou seja, não possui imóveis em seu patrimônio, mas CRIs. Sua distribuição de dividendos não tem sido tão estável quanto a do CPTS11 nem tão volátil quanto a do URPR11.
4. BARI11
O retorno em proventos do fundo Barigui Rendimentos (BARI11) está em 14,54%, considerando os últimos 12 meses.
Esse fundo investe em outros FIIs, todos eles de papel. Comprando uma cota, você se torna, indiretamente, dono de contratos de financiamento imobiliário. A sua renda virá da dívida das pessoas ou empresas que compraram imóveis.
5. IRDM11
O Iridium Recebíveis Imobiliários é mais um exemplo de fundo de papel. O DY está em 13,48%, considerando os últimos 12 meses.
O destaque desse fundo está no forte aumento do valor dos proventos. Nos primeiros oito meses de 2021, ele distribuiu R$ 9,88 por cota, um aumento de 46% em relação a igual período do ano passado.
No entanto, não custa lembrar, nada garante que ele continuará oferecendo proventos nesse nível. Desse fundo você pode esperar certa instabilidade no recebimento dos seus rendimentos.
Conheça os riscos
Em primeiro lugar, quero reforçar o que sempre digo quando cito algum ativo nesta coluna: isso não é uma recomendação de compra nem de venda.
A intenção deste texto é chamar atenção para o fato de que existem, hoje, investimentos que podem oferecer um retorno de 1% ao ano sem tanta volatilidade.
Porém, os fundos imobiliários de alta rentabilidade ("high yield", como são conhecidos), como esses acima, oferecem um risco um pouco maior do que os demais, ainda que sejam menos arriscados que o mercado acionário.
Para saber se esse tipo de investimento é para você ou não, só existe uma forma, na minha visão: começar, ainda que seja com um valor irrisório. Isso tende a estimular a sua busca por informações sobre aquele FII específico e, consequentemente, você passará entender cada vez melhor esse mercado como um todo.
Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.
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