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CDB, Tesouro Direto, poupança, fundos: veja por qual investimento começar

Raphael Coraccini

Colaboração para o UOL, em São Paulo

16/09/2021 04h00

O primeiro passo para investir pode ser um dos mais difíceis. Começar por investimentos mais conservadores, da renda fixa, é o caminho natural, segundo especialistas. Mas no universo da renda fixa existem desde os famosos títulos do Tesouro Direto e CDBs, a letras de crédito, letras financeiras, debêntures, fundos. Por qual desses investimentos começar?

Guilherme Cadonhotto, especialista em renda fixa da Spiti, e Laís Costa, analista da Empiricus, participaram do Guia do Investidor UOL e explicaram como distribuir seus investimentos dentro da renda fixa para se proteger das intempéries do mercado e experimentar ganhos mais robustos. Veja abaixo.

Reserva em Tesouro Selic e fundos DI

O primeiro passo, segundo os analistas, é pensar na reserva de emergência, aquele dinheiro que servirá para cobrir despesas fixas mensais em caso de perda ou redução da renda.

"Essa reserva deve ser colocada em investimentos de renda fixa como Tesouro Selic ou fundo DI com taxa zero, e deve ser um valor que varie entre três e 12 meses dos seus custos fixos mensais", diz Cadonhotto.

Depois de garantida a reserva de emergência, é hora de pensar em rendimentos mais robustos dentro da renda fixa.

"Aí dá para ter um ganho de capital relevante de médio e longo prazo", diz o analista, que ressalta a necessidade de o investidor identificar seu perfil para saber o quanto deve aportar em cada uma dessas opções de risco moderado.

CDBs com liquidez diária, que pagam pelo menos 100% do CDI, também são opção para a reserva.

Pós-fixados para ter liquidez

Além do perfil de risco, Laís diz que é preciso entender o tempo que o investidor tem para deixar o seu dinheiro rendendo.

"Existem papéis de risco muito maior. Tem que ponderar se aquele retorno que é aparentemente mais atrativo está condizente com esse risco de liquidez. Se você quiser sair daquele papel, quanto você vai ter que pagar de penalidade?", afirma.

Cadonhotto recomenda ainda que os investidores não aportem a maior parte do seu dinheiro em títulos que vencem a longo prazo.

Em um momento de crise como o atual, é preciso ter uma parte maior em investimentos que permitam resgatar o dinheiro em alguns dias sem perdas, como os pós-fixados.

Nesse caso, há desde CDBs de liquidez diária, que pagam 110%, 120% do CDI, a LCAs (Letras de Crédito Agrícola) e LCIs (Letras de Crédito Imobiliário), que são isentos de Imposto de Renda, e que pagam mais de 110% do CDI, com vencimento de curto prazo, de dois ou três anos.

Também há CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e CRAs (Certificados de Recebíveis Agrícolas), que pagam acima da inflação ou do CDI, e com prazos menores para resgate.

"Acredito que colocar acima de 40% ou 50% em ativos que só vão ter a liquidez no vencimento é uma parcela muito alta, ainda mais para o momento que a gente está vivendo", diz.

Indexados à inflação para ganhos consistentes

Dentro da renda fixa, a melhor opção, segundo Cadonhotto, são os investimentos indexados pela inflação de até cinco anos.

Dentro dessa categoria estão os títulos Tesouro IPCA e o Tesouro IPCA com juros semestrais, que pagam um retorno sempre acima da inflação.

Segundo o especialista, o índice "entrega o melhor retorno ajustado ao risco entre todas as opções do mercado brasileiro, mesmo considerando os índices de renda variável".

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