Bolsa reage no mês, mas não escapa de primeira perda anual desde 2015
Resumo da notícia
- Dólar tem comportamento oposto, com baixa em dezembro, mas valorização no ano
- Ifix, índice de fundos imobiliários, lidera entre investimentos em dezembro
- Veja desempenho de principais investimentos de mercado no mês e no ano
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa brasileira B3, conseguiu registrar em dezembro a primeira alta após emendar cinco quedas mensais seguidas, mas não escapou da primeira perda anual desde 2015. Já o dólar teve comportamento inverso, apurando recuo no último mês de 2021, mas ainda apresentando apreciação anual ante o real.
O destaque positivo do mês entre algumas das principais aplicações do mercado brasileiro foi o Ifix, índice das cotas de fundos imobiliários negociados na Bolsa, que teve o primeiro ganho desde julho. O ouro e a poupança também apresentaram variações positivas no mês e no acumulado do ano.
Veja abaixo como se comportaram algumas das principais aplicações do mercado brasileiro, considerando as variações mensal e anual.
Mesmo aplicações que acumularam valorizações nominais em 2021 não vão conseguir entregar ganhos reais porque tiveram variações menores que a variação acumulada pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o índice oficial de inflação do governo, que avançou 10,42%, na última prévia divulgada pelo IBGE.
Veja algumas das principais aplicações do mercado brasileiro, considerando as variações mensal e anual.
Desempenho dos investimentos em dezembro
- Ifix: +8,72%
- Ouro: +3,12%
- Ibovespa: +2,85%
- Poupança: +0,49%
- Dólar: -1,06%
Desempenho dos investimentos no ano
- IPCA-15: +10,42%
- Dólar: +7,46%
- Ouro: +4,43%
- Poupança: +2,99%
- Ifix: -2,30%
- Ibovespa: -11,93%
O que influenciou o mercado de dezembro
Segundo profissionais de mercado, os investidores ficaram menos preocupados com o impacto da variante ômicron sobre a economia. Isso porque embora os níveis de contágio tenham crescido, os indicadores de internações e óbitos não avançaram na mesma velocidade, em especial entre os vacinados.
Em dezembro, os dados mostraram que a variante ômicron se mostrou menos severo que o que era temido, o que ajudou os índices de Bolsa internacionais e as empresas de commodities. Além disso, no Brasil, os juros de longo prazo recuaram das máximas, o que ajudou a Bolsa.
Andrey Nousi, CFA e CEO da Nousi Finance, empresa de consultoria e educação financeira
Mas trajetória de 2021 já estava comprometida
Mas profissionais de mercado destacaram que esse desempenho da Bolsa em dezembro não foi suficiente para apagar o comportamento fraco registrado ao longo da maior parte do ano. A preocupação dos investidores com os gastos do governo alimentou a alta do dólar no país. A alta da moeda americana provocou no Brasil um processo de reajustes dos preços mais intenso que a inflação global que atingiu a economia em todo o mundo em 2021.
E para retomar o controle sobre a inflação e trazer o IPCA de volta à meta, o Banco Central acelerou a alta dos juros no país, em especial no segundo semestre. Essa cadeia de eventos, segundo profissionais de mercado, afetou o desempenho da Bolsa brasileira em 2021.
Aqui, além da covid-19 e suas variantes, pesaram o quadro fiscal complicado, inflação e juros em alta, além do quadro político e uso eleitoreiro dos escassos recursos.
Alvaro Bandeira, economista-chefe do banco digital Modalmais
Cenários para 2022
Para o ano que vem, as preocupações dos investidores e analistas de mercado com esses fatores permanecem no radar, ameaçado ainda por outros riscos que serão adicionados ao ambiente econômico brasileiro.
A estimativa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) mais fraco no Brasil ano que vem que em 2021, as incertezas econômicas provocadas pelas eleições presidenciais em outubro e a expectativa de aumento dos juros nos Estados Unidos são apontadas por profissionais de mercado como fatores que devem prejudicar os investimentos em renda variável, como Bolsa e fundos imobiliários, e favorecer ativos de segurança, como a renda fixa -incluindo a poupança-, o dólar e o ouro.
Depois de um 2021 de perdas das aplicações para a inflação, a gente espera um ajuste em 2022. Com a expectativa da Selic indo até perto de 12%, o que deve favorecer as aplicações der renda fixa, considerando ainda que a inflação deve começar a desacelerar no segundo semestre. Para a Bolsa, com custo de oportunidade na casa de 10%, as empresas terão que ter melhor geração de caixa por causa do maior custo financeiro. E ainda devemos ter bastante volatilidade na Bolsa por causa das incertezas provocadas pelas eleições.
Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos
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