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Weg em queda: até a redução na venda de geladeira impactou no lucro

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL, em São Paulo

20/07/2022 13h12

Desde a abertura de capital, em fevereiro de 2000, os ativos da fabricante de motores elétricos Weg (WEGE3) saltaram de R$ 0,17 para o pico de R$ 44,49 em janeiro do ano passado. Mas, recentemente, a ação vem rateando. Está valendo hoje R$ 26 e tem caído mais. E, pelos resultados apresentados pela empresa ontem, essa tendência pode continuar.

A Weg lucrou R$ 912,9 milhões no segundo trimestre de 2022, desempenho 19,5% menor que nos mesmos três meses de 2021. A companhia explicou que, há um ano, seu lucro havia sido melhor por conta de compensação de impostos. E que, descontando esse ganho não recorrente, o resultado deste trimestre seria 6,6% maior que o de um ano atrás.

Mas o lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) caiu 9,8%, para R$ 1,256 bilhão. A receita líquida somou R$ 7,1 bilhões — 25% a mais que na comparação o segundo trimestre de 2021, sendo 41,1% no mercado interno e 11,9% no mercado externo.

Vendendo menos geladeira?

Um dos motores que a Weg produz são os de eletrodomésticos, como de geladeiras. Com a inflação e os juros em alta, as pessoas estão evitando gastar com produtos caros como esses, chamados de linha branca.

"A área de motores comerciais (onde estão os motores destinados ao segmento de linha branca) foi o destaque negativo. Quando se olha para o mercado interno, os resultados recentes são 23,5% piores em comparação com o ano passado", disse Régis Chinchila, da equipe de análise da Terra Investimentos.

"O movimento esperado de acomodação na demanda, após o forte volume de vendas no mesmo período do ano anterior, impactou o
desempenho deste trimestre. Vale destacar que observamos a retomada de vendas por parte de alguns clientes e segmentos ao
final do trimestre, especialmente nos motores destinados ao segmento de linha branca", publicou a empresa, em seu relatório.

Porém, lembra Luis Novaes, também da Terra Investimentos, essa área de negócio não é tão representativa na composição das receitas da empresa, ainda mais se considerado apenas o mercado interno. De acordo com a Weg, essa divisão tem 8,1% da receita.

"Desta forma, podemos atribuir aos custos inflacionados o resultado abaixo do esperado, já que as receitas se mostram resistentes enquanto a margem operacional foi consideravelmente menor", disse Novaes.

A margem Ebitda da Weg ficou estável em relação ao trimestre anterior e caiu 0,5 ponto percentual em relação ao ano passado, para 17,5%. "Isso marca o terceiro trimestre consecutivo de margens caminhando de lado, sinalizando que a empresa conseguiu sustentar uma boa lucratividade, mas provavelmente não retornará aos altos níveis vistos no final de 2020 e início de 2021, pelo menos no curto prazo, devido a um pior mix de produtos vendidos e inflação de custos de matérias-primas", destacou o Itaú BBA em documento para acionistas.

Por isso o banco classificou a ação como neutra: se você tem, é uma hora ruim para vender. Se não tem, melhor ficar de fora.

Mas o BTG, ao contrário, gosta da ação e recomenda compra, com preço alvo de R$ 40 — o que faria Weg voltar a ficar próxima de seu pico.

Para o banco, apesar de os resultados virem dentro da expectativa, eles trazem uma mensagem positiva em qualidade e resiliência de ganhos. O Banco ainda destacou que a ação está barata, com desconto de 34% em relação ao seu preço médio dos últimos cinco anos.

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