As 10 ações que mais subiram e as 10 que mais caíram em 2022

De janeiro ao final de outubro, já aconteceu de tudo em 2022: o avanço da variante Ômicron do coronavírus, a guerra entre Ucrânia e Rússia, o aumento dos juros nos Estados Unidos e na Europa, o avanço da inflação e os meses de deflação por aqui e as eleições, com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva.

"Vem sendo um ano complicado", diz George Wachsmann, presidente da Empiricus Gestão. "O que mais afeta o mercado é a questão dos juros dos Estados Unidos. Mas por outro lado, o fato de a Rússia estar em guerra e todos os bloqueios econômicos que se sucederam transferiu um pouco do investimento que ia para países emergente para o Brasil", diz ele.

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Com todo esse cenário, quais foram as ações que mais subiram e caíram em toda a Bolsa de Valores de São Paulo?

As 10 ações que mais subiram até agora são:

1. Cielo (CIEL3) 153,35%
2. PetroRio (PRIO3) 82,15%
3. Hypera (HYPE3) 74,11%
4. Eletrobras (ELET6) 72,99%
5. Assaí (ASAI3) 59,85%
6. Eletrobras (ELET3) 57,25%
7. BB Seguridade (BBSE3) 54,49%
8. 3R Petroleum (RRRP3) 52,94%
9. Sabesp (SBSP3) 51,54%
10. CPFL Energia (CPFE3) 50,10%

Fonte: Economatica, entre 3/1/2022 até 4/11/2022

O que motivou as altas?

Bons resultados e rumores de fusões: Em outubro, as ações da empresa de meios de pagamento Cielo continuaram sua escalada na Bolsa. A empresa divulgou seu balanço, com crescimento de receita operacional de 12,4% na comparação com o terceiro trimestre do ano passado e aumento de 23% no volume total de pagamentos (TVP) feitos pelas maquininhas e outras ferramentas da Cielo.

A Hypera, fabricante de medicamentos como o Engov, a Maracujina e o Buscofem, vem tendo resultados muito bons. Há uma semana, a empresa divulgou que os consumidores compraram 17,3% mais no terceiro trimestre deste ano em relação a 2021. Com isso, a receita líquida somou R$ 2,03 bilhões, alta de 24,7% em relação aos mesmos meses do ano passado.

Além disso, a fabricante do Benegrip, do Zero-cal e da Mantecorp está, segundo informações que circularam na imprensa, em negociação com rivais para uma possível combinação de seus negócios com outra empresa; ela nega a possibilidade de fusão. A Hypera vale R$ 30 bilhões na Bolsa. Para a XP, a ação é uma boa compra, com preço alvo de R$ 56,50, potencial valorização de 16,88 % em 12 meses.

Petróleo movimenta setor: Em seguida vêm as petroleiras PetroRio e Petrobras, impulsionadas pela alta do petróleo internacionalmente.

Privatizações estão na pauta de investidores: Eletrobrastambém está na lista por conta de sua privatização, entre agosto e setembro. As três ainda são boa opção de investimento já que não há previsão de estabilidade ou baixa do petróleo no curto prazo, dizem analistas.

A Sabesp, segundo ele, ganhou atratividade por conta da possibilidade de privatização aventada pelo governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

Inflação e juros impulsionam ações: Já BB Seguridade foi ajudada pela alta da Selic, explica Romero Oliveira, chefe de renda variável da Valor Investimentos. A ação também é considerada uma opção segura em tempos de crise, o que atrais mais investidores para o ativo.

O atacarejo Assaí, por vender produtos em quantidade e mais baratos, ganhou terreno com a inflação: os consumidores foram para suas lojas em busca de preços melhores. Além disso, a informação - negada pela empresa - de que o grupo francês Casino iniciou estudos para venda de uma fatia de sua participação no Assaí aumentou a corrida pelos papéis da varejista. A Genial Investimentos recomenda compra, com preço alvo de R$ 27 e potencial de ganhos de aproximadamente 39% em 12 meses.

As 10 ações que mais caíram até agora são:

1. IRB Brasil (IRBR3) -76,12
2. Méliuz (CASH3) -60,80%
3. Qualicorp (QUAL3) -51,10%
4. Alpargatas (ALPA4) -48,75%
5. CVC Brasil (CVCB3) -46,13%
6. Americanas (AMER3) -45,88%
7. Embraer (EMBR3) -45,45%
8. Petz (PETZ3) -44,71%
9. Usiminas (USIM5) -44,24%
10. BRF (BRFS3) -43,61%

Fonte: Economatica, entre 3/1/2022 até 4/11/2022

O que derrubou as ações?

Fraudes e preços mais altos prejudicam essas empresas: A IRB Brasil sofre pelas fraudes financeiras cometidas no passado. A empresa de cashback Méliuz depende do varejo, setor que vem apanhando com a inflação - o que também afeta diretamente a Americanas.

Qualicorp também é afetada pelo aumento de preços. Com os seguros saúde subindo em média 20% no ano, as pessoas estão cancelando os seguros saúde. Por enquanto, os analistas não recomendam esses ativos.

A Havainas é prejudicada pela alta do petróleo, que é matéria-prima para seus chinelos.

CVC cai por conta do preço alto das passagens aéreas, catapultado pela alta do petróleo. O BTG tem recomendação neutra para o papel.

E Petz, que custa hoje R$ 9,02, tem recomendação de compra, com preço alvo de R$ 26. Ela sofre com aumento nas despesas gerais, de venda e administrativas. Muitas lojas novas ainda estão em processo de maturação. E a Zee.Dog, companhia adquirida no ano passado, ainda não apresentou resultados.

Recessão na China e mercado americano derrubam ações: Usiminas, Companhia Siderúrgica Nacional e CSN Mineração foram arrastadas para baixo por um motivo em comum: a baixa do valor internacional do minério de ferro. Com a recessão na China, os investimentos das indústrias chinesas cai e, consequentemente, essas empresas vendem menos minério.

Mesmo assim, a Genial Investimentos mantem a recomendação de compra para Usiminas. A empresa, porém diminuiu o preço alvo do ativo de R$ 15 para R$11,50. O BTG recomenda compra de CSNA3 e CMIN3, com preço alvo de R$ 31 para as duas.