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ANÁLISE

Veja como investir para ter sempre um dinheiro guardado nas emergências

Está passando perrengues com dinheiro todo mês? Saiba como aplicar o seu dinheiro para ter uma vida financeira mais tranquila - Damir Khabirov/iStock
Está passando perrengues com dinheiro todo mês? Saiba como aplicar o seu dinheiro para ter uma vida financeira mais tranquila Imagem: Damir Khabirov/iStock

Colaboração para o UOL, em São Paulo

25/03/2023 04h00

Seu orçamento está sempre estourando e nunca sobra dinheiro?

Veja como começar a investir para ter uma vida financeira mais tranquila no dia a dia. No Papo com Especialista, programa ao vivo do UOL, a planejadora financeira Keylla Santos afirma que a carteira de investimento é uma possibilidade de você criar proteções para seu dinheiro. Ela fala como montar uma reserva de emergência.

Leia abaixo a análise da planejadora financeira e assista ao programa completo. É um tira-dúvidas sobre investimentos exclusivo para assinantes e transmitido semanalmente, às quintas-feiras, das 16h às 17h.

Para também ter sua dúvida respondida no programa, envie sua questão para o Papo pelo email uoleconomiafinancas@uol.com.br.

Seus investimentos podem te proteger

  • Seus investimentos podem te ajudar no equilíbrio financeiro. Keyla diz que o dinheiro guardado pode tanto atender às necessidades do presente e servir de proteção no futuro.
  • A carteira de investimentos deve te proteger de situações que saiam do seu controle, fugindo dos perrengues. Isso inclui investir pensando em emergências pessoais, crises econômicas e até a aposentadoria.
  • "Para construir esse investimento de forma inteligente, você deve, primeiro, se preocupar com as camadas de proteção e depois avançar para as camadas de construção de patrimônio, sem pular etapas", declara.

Como fazer uma reserva de emergência se eu ainda não tenho nada investido?

  • O primeiro passo é entender seu orçamento. Você precisa saber quanto ganha e quanto gasta, para saber qual é a sua capacidade de poupar. Liste todas as entradas e saídas de dinheiro. Crie duas categorias na lista das saídas: gastos essenciais e gastos flexíveis (aqueles que não são tão essenciais). Verifique como está o saldo: negativo ou positivo.
  • Se você estiver no negativo: Se você tiver dívidas ou estiver gastando mais do que ganha, vale dar um passo para trás e organizar essas dívidas. "Para isso, é importante criar um orçamento de contingência, ver onde é possível pagar, reduzir, renegociar, para você conseguir encaixar esse orçamento", diz ela.
  • Se você estiver no 0 a 0: Se você paga todas as contas, mas não sobra nada, vale ver qual gasto é possível cancelar ou reduzir. Comece com as despesas flexíveis. Abra espaço no orçamento para ter dinheiro e começar a montar sua reserva de emergência.
  • Crie um boleto para investir. Após essa fase de ajustes, crie o compromisso de, no início do mês, já separar esse valor que sobrou no seu orçamento para a reserva de emergência. É como se você estivesse pagando uma conta para si mesmo.
  • Trave a reserva de emergência. Keylla diz que vale a pena deixar essa reserva de emergência em um lugar pouco acessível. "Deixe a reserva fora do seu fluxo financeiro, da sua conta corrente ou do banco que você costuma movimentar com mais frequência. Deixe em um lugar com pouco acesso, como na poupança ou em algum banco digital que permite o acesso ao dinheiro a qualquer momento", diz.
  • Isso não significa que o dinheiro deve ficar travado em um investimento de longo prazo. Isso porque as principais características da reserva de emergência são segurança, liquidez (o resgate do dinheiro pode ser feito a qualquer momento) e rentabilidade (use como referência a taxa Selic ou a taxa CDI). "Escolha produtos que atendam a essas características. Mas se você ainda se sentir travado, coloque na poupança mesmo ou em algum banco digital. O importante é você conseguir aplicar esse dinheiro assim que cair o seu salário e viver o resto do mês sem contar com essa grana", declara.

Para que devo usar minha reserva de emergência?

  • A reserva de emergência serve para cobrir situações que não cabem no seu orçamento. Também são gastos que vão desajustar, de uma certa forma, as suas finanças, segundo ela.
  • Pense se precisa mesmo do dinheiro. "Se é uma situação em que você teria coragem de pedir dinheiro emprestado para a sua avó, então, é uma situação de emergência", afirma. Quebra de eletrodomésticos ou do carro, algum problema de saúde ou desemprego são exemplos de situações emergenciais.
  • Consumo não é emergência. "É diferente quando a geladeira estraga do que quando a televisão quebra. A geladeira tem um impacto mais importante no seu dia a dia, o que seria um atendimento de emergência", diz.

É preciso ter esse senso, para não correr o risco de tudo virar emergência.
Keylla Santos, planejadora financeira

Consigo investir para pagar minhas maiores contas?

  • Há contas que você precisa pagar todos os anos. IPTU, IPVA, matrícula escolar, uniforme e material escolar, vacinas, seguro do carro, pagamento de conselhos de classe, entre outros, são considerados gastos eventuais, e você sabe que precisará do dinheiro dentro de um ano.
  • Entenda qual o tamanho dessas contas. Para incluí-los no seu orçamento, você deve dimensionar todos esses gastos que terá ao longo do ano e já separar o dinheiro.
  • "Você pode manter esse dinheiro investido junto com a reserva de emergência ou investir em produtos que tenham as mesmas características da reserva. Afinal, você precisará acionar esse dinheiro no curto prazo, dentro de um ano", afirma.
  • Algumas opções são os títulos do Tesouro Selic (do Tesouro Direto), fundos de investimento de renda fixa e CDBs com liquidez diária.

Sou iniciante e quero entrar em ações e renda variável. Como não me desesperar em momentos de crise?

  • Não coloque todo o seu dinheiro em um único lugar. Pense na estratégia de diversificação. "A ideia é você conseguir posicionar o seu investimento em diferentes cenários e possibilidades, porque não sabemos o que pode acontecer no futuro", afirma Keylla.
  • A diversificação serve também para reduzir os riscos. "Enquanto um ativo está em um momento de queda, outro pode estar em período de rentabilidade mais alta. Daí, você consegue equilibrar isso. O resultado de um investimento pode ter sido muito abaixo do que você esperava, mas, proporcionalmente na sua carteira, ele é um valor pequeno em relação a todo o seu patrimônio", diz.
  • Veja a proporção da renda variável na sua carteira. Isso está ligado a quanto do seu patrimônio você está disposto a correr risco. "O que ajuda a chegar a essa resposta é o seu perfil de investidor", declara Keylla.
  • Vale testar o seu perfil aos poucos. "Comece com uma proporção menor e, com o tempo, à medida que você vai entendendo melhor o mercado financeiro e ganhando mais experiência, pode ir ajustando a proporção no seu portfólio", diz ela.
  • Investir de acordo com seu perfil é essencial para não passar por apertos. Assim, você não corre o risco de tirar todo o dinheiro ao primeiro sinal de crise e de ter prejuízo.
  • Reserva é primeiro passo. A planejadora financeira afirma que, antes de entrar na renda variável, é recomendável que o investidor iniciante já tenha a reserva de emergência montada.
  • "Estamos falando de um portfólio para o longo prazo, voltado para o objetivo de construção do patrimônio. Daí pensamos em diversificação e em proporção em cada classe de ativo, depois que passou da fase de reserva de emergência", afirma.

Tenho medo de cair em um golpe ou em investimentos ruins. Como posso me proteger disso?

  • Busque em sites oficiais se a corretora tem registro.
  • Consulte os sites de reclamação.
  • Em casos de produtos novos ou investimentos que estão "na moda", consulte os sites da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), da B3 e do Banco Central, para entender melhor sobre esses ativos.
  • Ela diz que é preciso entender quais são os lastros desses investimentos, quem é que está validando, qual a instituição que está por trás. "Tudo isso é importante avaliar para tentar minimizar os riscos", afirma.
  • Vale entender sempre quais os riscos envolvidos. "Não foque só no crescimento, na rentabilidade, mas também no cenário adverso, em que as coisas não saiam como você estava esperando", diz.
Lembre-se sempre que não existe almoço grátis. Se você tem a possibilidade de ganhar muito dinheiro, e não tem contrapartida, já é um sinal de que há alguma coisa errada. Vale a pena ser mais cauteloso.
Keylla Santos, planejadora financeira

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