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10 estratégias do megainvestidor Luiz Barsi para lucrar com dividendos

O bilionário Luiz Barsi Filho, autor do livro "O Rei dos Dividendos", é o maior investidor individual da Bolsa brasileira - Forbes
O bilionário Luiz Barsi Filho, autor do livro 'O Rei dos Dividendos', é o maior investidor individual da Bolsa brasileira Imagem: Forbes

Gabriela Bulhões

Colaboração para o UOL, em São Paulo

15/06/2023 11h00

Luiz Barsi Filho é um dos maiores investidores da Bolsa brasileira. Em seu livro, "O Rei dos Dividendos", ele conta como as estratégias ajudaram a construir sua fortuna. O livro foi lançado em outubro de 2022. Desde os anos 1960 até hoje, vivenciou as crises no mercado, mudanças de moeda e até a pandemia. UOL tentou falar com Barsi e solicitou uma entrevista, mas não teve retorno. Veja a seguir os conselhos do bilionário de 84 anos.

Quem é o megainvestidor Luiz Barsi Filho

Luiz Barsi Filho, 84, se define como o maior investidor individual da B3. A Bolsa não confirma a informação. Chamado de Warren Buffett brasileiro, sua fortuna em ações é de cerca de R$ 2 bilhões, segundo a Forbes.

Começou a investir aos 14 anos. Filho de mãe espanhola e pai italiano, teve uma infância simples no Brás, em São Paulo. É formado em direito e em economia e começou a trabalhar em uma corretora aos 14 anos. Apesar da fortuna, é conhecido por andar de metrô e remendar suas próprias roupas.

Investe muito em poucas ações. Ele tem 5% de todo o capital da AES, por exemplo. No ano passado, ele foi investigado pela CVM por uma compra atípica de ações da Unipar - hoje, ele tem 13,95% do capital da empresa. A investigação ainda não terminou e, ao Estadão, ele negou as acusações na época.

Tem cinco filhos. Seu filho Luiz Barsi Neto é fundador do escritório de investimentos Barsi Investimentos e sua filha, Louise Barsi, é fundadora da Ações Garantem o Futuro, que oferece cursos sobre como viver de dividendos.

1) Tenha paciência

Disciplina, prioridade e paciência são as três palavras-chave para Barsi. As metas de compras de ações eram guiadas por essas "atitudes mentais", como ele mesmo diz.

A estratégia era investir tudo o que sobrava, o que exigia disciplina para manter a frequência das aplicações. O resultado não aparece de um dia para o outro, e o conselho é pensar a longo prazo e buscar a aposentadoria por dividendos.

2) Preste atenção no mercado

As oportunidades não caem do céu, e Barsi diz que entendeu isso quando começou a investir. A dica que ele dá é se empenhar em descobrir empresas que paguem bons dividendos, para ficar cada vez mais longe do aperto financeiro.

Tendo ações dessas companhias, o investidor recebe regularmente esse dinheiro direto na sua conta. Isso sem precisar se desfazer dos papéis.

Ele criou o que passou a chamar de "carteira de renda mensal". Prestar atenção no mercado e se manter informado gasta tempo e energia, mas faz com que as aplicações não sejam feitas sem fundamento.

3) A renda fixa pode ser sua aliada

A renda fixa nunca foi seu tipo de investimento preferido, tanto que a chama de "perda fixa". Mas isso não quer dizer que o megainvestidor a descarte completamente. Barsi usava como uma modalidade de resgate automático.

Ele deixava o dinheiro na renda fixa até achar boas oportunidades de mercado. Então sacava o valor e investia em ações que rendem bons dividendos.

4) Evite o varejo e companhias aéreas

O investidor estudou os setores que preferia aproveitar e os que optou por evitar. Para Barsi, é melhor fugir do varejo, por conta da sensibilidade aos momentos de crise, e das companhias aéreas, já que são empresas altamente reguladas e com um custo muito alto.

Turismo, saúde, transporte e shoppings centers também não são uma boa opção, segundo ele. Ele também prefere evitar compras no IPO (abertura de ações de uma empresa).

O economista diz ter se mantido fiel ao plano, mesmo que isso significasse perder boas oportunidades. O que vale a pena é considerar os projetos sustentáveis a longo prazo e empresas que sejam boas pagadoras de dividendos.

Entre seus setores preferidos, estão o bancário e o elétrico. Ele também aposta em empresas no ramo de indústria química, papel e celulose . A carteira dele possui ações como: Banco do Brasil (BBAS3), IRB Brasil (IRBR3), Klabin (KLBN11), Suzano (SUZB3), Unipar (UNIP6), Taurus Armas (TASA4), Transmissão Paulista (TRPL4), Paranapanema (PMAM3) e Cemig (CMIG4)

5) Trace uma meta de quantidade de empresas

Barsi tem uma carteira bastante enxuta. A composição da carteira de Barsi seguia a quantidade de vezes em que as empresas pagam dividendos ao ano. Como muitas empresas pagam dividendos uma vez por ano, o investidor e economista concluiu que 12 é um bom número de empresas para se ter na carteira. Para alguns, isso pode ser arriscado, já que uma queda em um dos papéis pode afetar bastante a carteira.

6) Prefira as ações de baixo custo

O importante para Barsi é ter muitas ações, e não ter um patrimônio grande com elas. A estratégia é comprar ações a baixo custo com potencial de pagamento de dividendos atrativos, diz Barsi em sua obra autobiográfica. Não adianta comprar poucas ações caras, que não vão render dividendos. Também evite comprar várias ações baratas em empresas sem futuro, diz ele.

Se os preços das ações estão em queda, é uma oportunidade de comprar ainda mais e, no futuro, ganhar ainda mais dividendos.

Ele se tornou o maior acionista individual do Banco do Brasil no passado, ao comprar ações da empresa por R$ 0,60. Isso foi na década de 1970, quando o banco tinha uma base acionária pequena, com dividendos polpudos e bonificações que chegavam a 200%, disse em sua biografia. Vale pontuar que, no livro, é utilizado o real a título de comparação, por mais que a moeda vigente à época tenha sido outra.

7) Não demore para pensar na aposentadoria

Barsi rejeitou a ideia da aposentadoria pelo INSS. Em meados dos anos 1970, Barsi não estava convencido de que passar anos contribuindo para o governo em troca de receber um benefício para o resto da vida fosse um bom negócio. Foi então que decidiu estudar até encontrar a solução nos dividendos.

Mesmo longe de se aposentar, o bilionário já se preocupava com o longo prazo. A estratégia é que quanto antes começar, mais tempo terá para acumular capital.

As ações escolhidas para compor a carteira precisam ter segurança, rentabilidade e liquidez. Assim, segundo ele, o risco do investidor é praticamente inexistente. Vale lembrar que, apesar de algumas ações sofrerem menos com o sobe e desce da Bolsa, não há garantia de rentabilidade.

8) Perceba a inflação nos seus gastos

Atravessar vários planos econômicos e turbulências fez o megainvestidor criar suas próprias convicções sobre como enriquecer. Então, passou a monitorar como a inflação afeta a própria vida.

Todo começo do ano, ele anota os seus maiores gastos com detalhes, cerca de 30 itens que incluem até meias e pasta de dentes. Em dezembro, atualiza o preço para ter noção do quanto a inflação afeta o seu consumo cotidiano. Seu conselho é que as ações são a melhor maneira de proteger o dinheiro da inflação.

9) Aprenda com os seus erros

Os fracassos não podem abalar o foco, mas podem ajudar a avaliar, conhecer e escolher melhor os papéis que você compra. Inclusive, Barsi orienta que ir às empresas é uma tática excelente para descobrir o que existe além da cotação.

Sempre que possível, ele visitava as fábricas, complexos industriais e escritórios. Outra estratégia foi criar o hábito de participar das assembleias de acionistas para ouvir, perguntas e opinar. Visitar as empresas nem sempre é acessível para todos, mas qualquer acionista pode participar das assembleias e até votar.

10) Use o dinheiro com racionalidade

Ao contrário do que muitos pensam, a ostentação não faz parte do estilo de vida do investidor. Mesmo sendo bilionário, Barsi mantém uma vida tranquila e anda até de metrô.

Só que isso não quer dizer que não aproveita os benefícios que o dinheiro pode trazer. Questionado sobre se gasta sua fortuna, ele não hesita em responder que sim. O segredo é usar o dinheiro com racionalidade e não deixar de reinvestir, ou seja, comprar com equilíbrio e inteligência.

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