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Vale investir em fundos multimercados após queda da Selic?

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Com a queda dos juros, investidores buscam formas de aumentar seu rendimento em outros investimentos. Como a renda fixa passa a render um pouco menos, quem aplica seu dinheiro fica de olho na renda variável, como a Bolsa, FIIs e fundos imobiliários. Mas é hora de investir mais em fundos multimercados? Veja riscos e oportunidades.

O que são fundos multimercado

São uma das classes de fundos. Há fundos que investem apenas em renda fixa, ações ou câmbio, por exemplo. Existem ainda fundos de previdência, fundos imobiliários e os ETFs, que são fundos que seguem certos índices como o Ibovespa, da Bolsa brasileira.

Os fundos multimercado investem um pouco em cada coisa. E a fatia de cada classe de ativos dentro do fundo também muda. Por isso, há fundos mais ou menos arriscados. É possível ver todas essas informações na lâmina dos fundos, que são disponíveis para os investidores.

Estão entre os preferidos dos investidores. Eles representam 20,9% do total da indústria de fundos, segundo a Anbima. Estão atrás apenas dos fundos de renda fixa, que correspondem a 38,3% da indústria de fundos.

Riscos são maiores, mas oportunidades também

Maior instabilidade. Esses investimentos, teoricamente, oferecem retornos maiores no longo prazo. Mas também têm maior risco de perdas, afirma Wilson Barcelos, CEO da Azimut Brasil Wealth Management.

É oportunidade para diversificar os investimentos Como os multimercados podem podem atuar com várias classes de ativos, é uma forma de aumentar a diversificação da carteira do investidor, diz Ronaldo Zanin, sócio da AZ Quest. Também possuem vários instrumentos para a proteção do capital e poucas barreiras para investir no exterior.

Diversificação é indicada para reduzir o risco. Em momentos de estresse, ela faz com o que seus investimentos sofram menos, já que seu dinheiro não está apenas em um lugar. Hulisses Dias, analista CNPI e mestre em finanças pela Sorbonne, explica que os fundos também podem adotar, em alguns momentos, uma estratégia para se proteger de algum acontecimento ou mesmo aproveitar uma oportunidade.

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Risco do fundo depende da gestão. Dias diz que um fundo ser ou não arriscado varia de acordo com a tese de quem administra o dinheiro. Mesmo entre fundos que operam principalmente com ações, há quem prefira empresas já estabelecidas e quem opta por apostar em empresas com potencial de crescer no futuro.

Mesmo em fundos que operam apenas com ações, há estratégias diferentes. "Existem gestores que alocam os recursos seguindo uma tese de investimento em crescimento, logo, buscarão por empresas que estão em fase de expansão, e que muitas vezes ainda nem apresentam lucro. Se ainda não há lucro, qual o sentido de investir em empresas assim? Nesse caso, o investimento é feito com base em uma expectativa futura, que pode ou não se confirmar", diz Dias.

Renderam pouco no último ano

O desempenho foi próximo da inflação. O IFHA (Índice de Hedge Funds Anbima) é usado para mostrar o desempenho dos fundos multimercados no país. Esse índice rendeu 2,70% nos últimos 12 meses, de acordo com o consultor Einar Rivero. No acumulado de 2023, o rendimento é de 3,87%. Mas, em 60 meses, ou cinco anos, foi de 41,43%, superior à inflação, que foi de 31,29% no período. Como comparação, o CDI rendeu 43,27% em cinco anos.

O rendimento baixo no último ano pode ser explicado por erro de estratégia dos gestores, dizem especialistas. Hulisses lembra que, no final de 2022 e início de 2023, a expectativa para o mercado de ações era ruim. Logo, muitos optaram por colocar o dinheiro em ativos mais defensivos e seguros. "No entanto, entre os meses de abril e junho, tivemos uma alta considerável das ações. Depois dessa alta, esses fundos que estavam mais defensivos decidiram mudar a estratégia e se expor mais às ações. Mas em julho, a tendência de alta se inverteu", diz.

Por isso, investidores tiraram dinheiro desses fundos no último ano. Em 12 meses até outubro, o resgate foi de 4,86% de todo o patrimônio líquido desse tipo de fundo.

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Mas interesse está voltando. Em outubro, o resgate foi de 0,76% do total. Ou seja, aos poucos mais investidores começam a se interessar por esse investimento.

Como identificar um bom fundo?

Importante analisar para o posicionamento da gestora do fundo. Vale mais isso do que observar o desempenho passado, diz Zanin, da AZ Quest. Neste sentido, o investidor precisa verificar a experiência da equipe, os processos de investimentos, a diversificação dos produtos e os mecanismos para controle de riscos.

Veja no que o fundo investe. "Alguns fundos têm maior foco em ações e outros têm maior foco em renda fixa. É necessário compreender isso", diz Dias. As informações estão disponíveis no site da gestora e também na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), podendo ser acessadas a qualquer momento pelos investidores.

Saiba o prazo para o qual pretende investir. Alguns fundos permitem saques depois de 30 dias úteis. Outros, apenas após 360 dias úteis. Por isso, Dias diz que é fundamental observar a liquidez e procurar fundos de baixo custo.

Contexto econômico pode pesar. É verdade que performance passada não será a mesma dali em diante. Mas Barcellos, da Azimut, diz que isso pode ser usado como referência. Ele diz que o investidor deve colocar na conta o ambiente econômico atual e as perspectivas. "Fatores como taxa de juros, inflação e eventos geopolíticos podem afetar as diferentes classes de ativos", afirma.

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Em quais taxas ficar de olho?

Custos podem ser calcanhar de Aquiles. Eventualmente, isso pode prejudicar que sua rentabilidade seja acima da média, por exemplo. Dessa forma, Dias diz que o investidor deve observar a taxa de aporte, de retirada, de administração e de performance do fundo.

Taxas de administração e performance devem estar adequadas ao tamanho e sofisticação do produto. É o que diz Barcellos, da Azimut. Ou seja, quanto mais complexa uma estratégia, maior a taxa.

Não faz sentido uma taxa alta para um produto de renda fixa com baixa instabilidade. O risco retorno sempre deve ser observado, assim como as equações: risco, custo e retorno.
Wilson Barcellos, CEO da Azimut Brasil Wealth Management

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