Tempestade, calor extremo: que ações podem subir com mudanças climáticas

As mudanças climáticas já estão afetando a vida de diferentes maneiras. O clima extremo traz tempestades e ondas de frio e de calor mais intensas, o que também afeta as empresas da Bolsa. Algumas sentem mais o impacto que outras, e ações de empresas de geração de energia limpa podem, inclusive, se beneficiar do cenário, além de fabricantes de cerveja.

Quem sai ganhando com as mudanças climáticas?

Serena (MEGA3), que é a antiga Omega Energia, e Hidrovias do Brasil (HBSA3) estão no topo da lista. Elas são citadas em um relatório do banco Santander, que diz que o fenômeno El Niño, este ano, será mais intenso.

A Serena é uma geradora de energia. Ela usa uma combinação de diferentes matrizes de energia, como a eólica (ventos), a solar e a hidrelétrica. Com mais chuvas no Sul e Sudeste, segundo o Santander, os ventos sopram mais fortes e a empresa gera mais energia, o que pode favorecer os acionistas.

Além disso, a preocupação com o meio ambiente ajuda. "A transição para fontes de energia limpa, como solar e eólica, também é impulsionada pela crescente conscientização sobre as mudanças climáticas e eventos climáticos extremos", diz André Vasconcellos, diretor-adjunto do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (IBRI).

Outras empresas de geração de energia também ganham nesse cenário. São AES Brasil (AESB3), Auren (AURE3), CPFL (CPFE3), Equatorial (EQTL3), Neoenergia (NEOE3) e Alupar (ALUP11). Algumas delas, como CPFL e Equatorial, estão mais concentradas em energia hidrelétrica e podem ganhar menos ou até perder, já que, embora o preço da energia, a geração diminui.

A Hidrovias do Brasil (HBSA3) também se beneficia das chuvas. A companhia faz o transporte de mercadorias por meio de rios em quatro rotas: Corredor Norte do Brasil, Hidrovia Paraguai-Paraná, rota de cabotagem entre Porto Trombetas e Vila do Conde (PA) e para o Porto de Santos. Com rios mais cheios, a empresa se beneficia.

Por mais que a agricultura seja afetada no Brasil, algumas companhias do setor ficam do lado positivo. É o caso de São Martinho (SMTO3) e Jalles Machado (JALL3). O El Niño faz a produção de açúcar na Índia cair, embora por aqui ela não seja tão afetada. O preço internacional da commodity pode aumentar no mundo e, por isso, essas empresas de açúcar e álcool ganham.

Cervejeiras também venderão mais. É o que diz Leandro Ormond, analista de Investimentos da Aware Investments. Embora as mudanças climáticas esquentem o inverno e tragam ondas de frio no verão — o que dificulta a logística para companhias como a Ambev (ABEV3) — no geral, se vende mais cerveja. "Ela se beneficia com o aumento da temperatura, que ocorre com mais frequência e força", diz o especialista.

Empresas de mineração lucram. Embora sejam empresas que precisam afetar o meio ambiente para minerar, elas podem subir na Bolsa. Isso porque a demanda por minerais, principalmente para produção de baterias, aumenta. Nesse caso, uma das que constam na lista do Santander é a Vale (VALE3).

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Em quais ações vale investir?

O segredo é diversificar e não apostar em uma só. É o que diz Gabriela Joubert, estrategista-chefe do banco Inter. "Como algumas ganham mais que outras, o segredo é investir um pouco em cada uma", diz ela.

Para o Santander, Serena é um bom investimento, com recomendação de compra. É a mesma classificação da XP, que calcula preço alvo de R$ 17 e um potencial de valorização de 82,80% em 12 meses.

Hidrovias do Brasil também é uma boa compra, segundo o Santander e o BTG. O preço alvo pode chegar a R$ 6, o que representaria ganhos de 55% em 12 meses, conforme o BTG.

São Martinho tem potencial de alta no mesmo intervalo de 24,61%, segundo a XP. E Jalles Machado (JALL3) pode render 27%. As duas têm a compra recomendada pela corretora e também pelo Santander.

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