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BC intervém no mercado após dólar bater recordes e encostar em R$ 4,27

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Imagem: iStock

Fabrício de Castro e Luci Ribeiro. Colaboraram Silvana Rocha, Luciana Xavier e Niviane Magalhães

Brasília

26/11/2019 12h53

Com a cotação do dólar batendo recordes, o Banco Central anunciou leilão extra para vender a moeda norte-americana à vista nesta terça-feira, 26. O mercado reagiu à fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, que, na segunda-feira, disse não estar preocupado com o dólar acima de R$ 4,20 e que "é bom se acostumar com o câmbio mais alto e juro mais baixo por um bom tempo".

A operação do BC ocorreu das 11h03 às 11h08 e não foram divulgados os montantes ofertados. Conforme o BC, a taxa de corte do leilão foi de R$ 4,2320.

Mais cedo, o BC promoveu operação de venda à vista de dólares e de swap cambial reverso, que equivale à venda de dólar no mercado futuro.

Logo após a ação do Banco Central, o dólar desacelerou para o patamar de R$ 4,24. Antes, tinha chegado à máxima de R$ 4,2694 no mercado à vista e R$ 4,270 no contrato futuro de dezembro.

Às 12h22, a moeda era cotada a R$ 4,2610, com alta de 1,12%.

O dólar turismo era vendido a R$ 4,4582 em São Paulo.

Na segunda-feira, 25, o dólar comercial fechou em nova máxima histórica, a R$ 4,2145, o maior valor desde o início do Plano Real.

Em entrevista coletiva na embaixada brasileira em Washington, Guedes disse que o Brasil tem uma moeda forte e que flutuações no câmbio não são motivo de preocupação. "Quando você tem um fiscal mais forte e um juro mais baixo, o câmbio de equilíbrio também ele é mais alto."

Política monetária

O sinal do ministro reforça a percepção do mercado de que o Banco Central pode fazer o último corte de juros em dezembro.

Na semana passada, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que se o patamar da moeda americana pressionar os preços, o BC poderá atuar via política monetária (ou seja, na taxa de juros), e não via câmbio.

Na manhã desta terça, o presidente da República, Jair Bolsonaro, disse que "há prós e contras" com fato de o dólar ter alcançado novo valor nominal recorde. "Se você for analisar na ponta da linha, tem vantagens, prós e contra no dólar a R$ 4,21 como está agora (sic)", afirmou o presidente, na saída do Palácio da Alvorada. "Espero que caia (a cotação da moeda), torço, assim como torço para que caia a taxa Selic, torço para que aumente a nossa credibilidade junto ao mundo", acrescentou.

Bolsa em queda

Logo na abertura do pregão, o Ibovespa perdeu a marca dos 108 mil pontos. Às 11h35, o Ibovespa caía 1,34%, chegando aos 106.970 pontos, na mínima.

As ações da Petrobras perdiam mais de 1%, mesmo com o petróleo em leve alta. Os papéis dos bancos como Itaú Unibanco, Santander, Banco do Brasil e Bradesco, também caíam mais de 1%. As ações da Vale ON tinham recuo de 0,22%, em dia de queda de 1,78% do minério de ferro na China.

Aéreas

A disparada do dólar pesa também nas ações de companhias aéreas e os papéis da Gol e da Azul perdiam perto de 5%. Essas empresas possuem 70% de seus custos atrelados à moeda americana, como suas dívidas, por exemplo, por isso são muito afetadas pela valorização da divisa.