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PIB cai 9 trimestres, pior marca desde 96, e economia encolhe 3,8% em 1 ano

Do UOL, em São Paulo

31/08/2016 09h02Atualizada em 31/08/2016 12h26

A economia brasileira vive sua pior sequência de quedas dos últimos 20 anos. O PIB (Produto Interno Bruto) caiu 0,6% no segundo trimestre em relação ao primeiro. Na comparação de um ano atrás, com o segundo trimestre de 2015, o PIB caiu 3,8%.

Nessa comparação anual, é a nona queda seguida. Em relação ao trimestre anterior, o PIB sofreu seu sexto recuo consecutivo. Em ambas as medições, trata-se da maior sequência de resultados negativos em 20 anos, desde 1996, quando se iniciou essa série histórica de dados.

As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (31) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Em valores atuais, o PIB no segundo trimestre de 2016 alcançou R$ 1,5 trilhão.

No acumulado do primeiro semestre de 2016, a economia encolheu 4,6%. 

Em 2015, o PIB encolheu 3,8%, com resultados negativos nos quatro trimestres do ano. Bastam dois trimestres seguidos de recuo para se considerar que um país está em recessão técnica.

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Indústria volta a crescer

Segundo o IBGE, a indústria mostrou expansão de 0,3% no trimestre passado sobre o anterior, interrompendo cinco sequências seguidas de contração. Os investimentos subiram 0,4% no período, depois de cair por 10 trimestres seguidos.

Do lado negativo, serviços e agropecuária tiveram quedas de 0,8% e 2% no período, respectivamente.

Em relação ao segundo trimestre de 2015, os três setores tiveram queda. A agropecuária encolheu 3,1%, a indústria, 3% e os serviços, 3,3%.

Consumo das famílias cai

O consumo das famílias, no trimestre passado, caiu 0,7% sobre janeiro a março, em meio ao cenário de inflação e desemprego elevados. O consumo do governo, no mesmo período, caiu 0,5%.

PIB do 1º trimestre 

O IBGE informou nesta quarta-feira que a economia encolheu 0,4% no primeiro trimestre deste ano sobre o período anterior. O número foi revisado para mostrar um resultado pior que o de 0,3% de queda divulgado antes.

Sinais de recuperação?

"A recessão chegou ao fundo do poço no meio de 2016", disse à agência Reuters o diretor para a América Latina da Moody's Analytics, Alfredo Coutino, acrescentando que a economia deve começar a crescer novamente ainda antes do final do ano.

Mais de 1,7 milhão de brasileiros perderam o emprego nos últimos 12 meses. A crise custou ao Brasil o grau de investimento pelas agências de classificação de risco e ajudou a desestabilizar o governo de Dilma, que deve ser definitivamente afastada da Presidência nesta semana pelo Senado.

Os primeiros sinais de recuperação vieram da melhora na confiança dos consumidores e dos empresários, que saíram das mínimas históricas. 

Estimativas para o ano

O governo do presidente interino, Michel Temer, espera que o PIB encolha 3% neste ano e tenha crescimento de 1,6% em 2017.

Analistas de mercado consultados pelo Banco Central para o boletim Focus esperam queda de 3,16% na economia em 2016 e crescimento de 1,23% no ano que vem. 

No mês passado, o FMI (Fundo Monetário Internacional) melhorou sua previsão sobre o desempenho econômico do Brasil neste ano e no próximo. De acordo com o FMI, o Brasil fechará 2016 com o PIB em contração de -3,3%, previsão meio ponto melhor do que a de -3,8% anunciada pela mesma entidade em abril.

Para 2017, o Fundo adotou uma previsão de crescimento de 0,5%, também superior em meio ponto a expectativa de aumento nulo do PIB que havia expressado em abril.

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(Com agências de notícias