'Prévia' do PIB cresce 0,5% em junho, mas encolhe 0,56% em um ano, diz BC
A atividade econômica em junho cresceu 0,5% na comparação com maio, segundo o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), considerado uma "prévia" do PIB (Produto Interno Bruto). O resultado é melhor que o previsto por analistas consultados pela agência de notícias Reuters (0,2%).
O número considera o chamado ajuste sazonal. Quando são comparados dados de períodos diferentes (ex: junho em relação a maio, ou 2º trimestre em comparação com o 1º trimestre), analistas costumam descontar as diferenças sazonais.
Em relação a junho do ano passado, porém, a economia encolheu 0,56%. Quando são analisados períodos iguais, mas de anos diferentes (ex: junho de 2017 e junho de 2016), não é necessário aplicar o ajuste sazonal.
Considerando o acumulado do ano, o indicador encolheu 0,11% e, em 12 meses, caiu 2,03%.
Economistas ouvidos pelo Banco Central esperam que o PIB cresça 0,34% neste ano, enquanto o governo prevê crescimento de 0,5%.
Inflação, juros e desemprego
O crescimento acima do esperado sinaliza recuperação gradual da economia. O cenário no Brasil é de inflação baixa e queda nos juros, o que barateia o crédito, favorecendo a atividade econômica ao estimular o consumo. Mas, na outra ponta, o desemprego permanece alto.
Junho foi o quarto mês de indicador neste ano. A exceção foi maio, no qual o IBC-Br caiu 0,37%. O dado divulgado anteriormente, de queda de 0,51%, foi revisado pelo BC nesta quinta-feira (17).
Comércio e serviços
O número de junho reflete desempenhos positivos dos setores de comércio e de serviços no mês.
Enquanto as vendas varejistas subiram 1,2%, o volume de serviços aumentou 1,3%, fechando o segundo trimestre no azul depois de nove trimestres seguidos de perdas.
Somente a indústria mostrou dificuldades de engatar uma recuperação mais consistente, tendo ficado estagnada na comparação com maio.
PIB oficial
O último dado oficial sobre o PIB, medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), se refere ao primeiro trimestre.
A economia brasileira cresceu 1% no período, na comparação com o trimestre anterior, interrompendo oito períodos seguidos de queda. Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, porém, o PIB encolheu 0,4%, no décimo segundo recuo seguido.
Em 2016, a economia encolheu 3,6%, e o país enfrentou o segundo ano seguido de recessão.
IBC-Br
O indicador do BC é visto pelo mercado como uma antecipação do resultado do PIB. Ele é divulgado mensalmente pelo Banco Central, enquanto o PIB é divulgado a cada três meses pelo IBGE.
O IBC-Br serve de base para investidores e empresas adotarem medidas de curto prazo. Porém, não necessariamente reflete o resultado anual do PIB e, em algumas vezes, distancia-se bastante.
O indicador do BC leva em conta a trajetória das variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (agropecuária, indústria e serviços).
A estimativa incorpora a produção estimada para os três setores, acrescida dos impostos sobre produtos. O PIB calculado pelo IBGE, por sua vez, é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país durante certo período.
(Com Reuters)
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