Ex-presidente do Banco Central projeta que economia volte a crescer em 2021
A crise causada pela pandemia do novo coronavírus tem gerado grande preocupação no setor econômico. Mas, enquanto estudos indicam uma queda de até 11% e a pior década de PIB (Produto Interno Bruto) per capita em mais de 100 anos, o ex-presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, disse hoje que a economia brasileira deve voltar a crescer em 2021.
"A previsão no nosso cenário é de que a economia brasileira volte a crescer no ano que vem, mas a velocidade disso depende de uma série de fatores. Primeiro tem a questão do ambiente político, se ele continuar conturbado vai atrapalhar. Segundo tem a questão da pandemia, se o Brasil continuar lutando contra a pandemia com 'meias medidas', isso pode atrasar a recuperação. Outro ponto é a gestão fiscal. E finalmente tem que ser retomada aquela agenda destinada a aumentar a produtividade e competitividade do Brasil, uma série de políticas que tem esse condão de aumentar o potencial de crescimento da economia. Mas ela deve se recuperar ano que vem, é só uma questão de grau", considerou Loyola em entrevista à CNN.
O economista também comentou as expectativas para a cotação do dólar. Ontem, a moeda norte-americana subiu 2,39% e fechou a R$ 5,84. Com o resultado, a moeda bateu o recorde nominal (sem considerar a inflação) de fechamento desde a criação do Plano Real pelo segundo dia seguido.
Para Loyola, essas variações tem relação direta com as incertezas do atual momento.
"A retomada do investimento tem muito a ver com a retomada da confiança na economia e a redução das incertezas. Tudo o que contribui para a redução das incertezas e para o aumento da confiança é positivo. Aquilo que aumenta as incertezas evidentemente vai pesar negativamente no dólar e em outras variáveis, como o próprio crescimento", disse.
De acordo com a última atualização do Ministério da Saúde, o Brasil chegou a 135.106 casos do novo coronavírus. Com isso, ultrapassou a Turquia (133.721 casos) e agora é oitavo país no ranking mundial de diagnósticos da covid-19, segundo levantamento da Universidade John Hopkins. No total, o país tem 9.146 mortes oficiais.
Quanto às medidas adotadas pelo Brasil no combate à pandemia, Gustavo Loyola acredita que o país "tem coisas boas e coisas ruins".
"Em geral, as medidas da área econômica têm sido corretas, do Banco Central, do Ministério da Fazenda. Elas podem ser até insuficientes em alguns casos, mas elas estão claramente na direção certa. Na questão de lidar com a pandemia é que estamos com sinais trocados, principalmente com essa ideia equivocada de que há uma dicotomia entre o econômico e a saúde. Nós só vamos recuperar a economia quando a saúde, os brasileiros estiverem a salvo. Quando a gente tiver eliminado a pandemia é que a economia vai voltar. Com a pandemia na rua as pessoas não terão a confiança para consumir e nem os investidores terão confiança para investir", finalizou.
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