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'Nova CPMF' pode travar pagamentos instantâneos, diz ex-presidente do BC

Ilan Goldfajn vê imposto sobre transações como "único risco" do sistema de pagamentos instantâneos - Gabriela Bilá/Estadão Conteúdo/AE
Ilan Goldfajn vê imposto sobre transações como "único risco" do sistema de pagamentos instantâneos Imagem: Gabriela Bilá/Estadão Conteúdo/AE

Antonio Temóteo

Do UOL, em Brasília

22/07/2020 12h17

A criação de um imposto sobre transações financeiras foi criticada pelo economista Ilan Goldfajn, ex-presidente do BC (Banco Central). Segundo ele, a "nova CPMF" pode atrapalhar os planos do governo de criar um sistema de pagamentos instantâneos.

O sistema de transferências e pagamentos instantâneos será criado para que as operações sejam realizadas todos os dias, inclusive nos fins de semana e feriados, a qualquer hora, por pessoas e empresas.

Para fazer compras no Brasil, os consumidores precisam pagar em dinheiro, usar cartões ou quitar boletos. Transferências de recursos entre pessoas ou empresas, com contas em diferentes bancos, têm limite de horário. O sistema começará a funcionar em novembro, segundo o BC.

Imposto preocupa qualquer Banco Central

A declaração de Goldfajn ocorreu durante um debate promovido pelo jornal Valor Econômico, com a presença do presidente do BC, Roberto Campos Neto.

"O único risco que a gente vê (no sistema de pagamentos instantâneos) é ter um imposto sobre transações. Aí a coisa do digital pode ter um percalço. Vendo de fora é mais fácil comentar", disse Goldfajn.

Campos Neto afirmou que não comenta assuntos tributários. Entretanto, ele declarou que a criação de com potencial para encarecer transações financeiras preocupa qualquer Banco Central do mundo.