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Dólar passa a subir, perto de R$ 5,05, e Bolsa opera em queda; acompanhe

Dólar fechou em queda ontem - Getty Images/iStockphoto
Dólar fechou em queda ontem Imagem: Getty Images/iStockphoto

Do UOL, em São Paulo*

18/06/2021 09h19Atualizada em 18/06/2021 11h44

O dólar comercial operava em alta e o Ibovespa caía hoje. Por volta das 11h35 (de Brasília), a moeda norte-americana subia 0,53%, cotado a R$ 5,049 na venda. Mais cedo, o dólar chegou a operar a menos de R$ 5 —a última vez em que a moeda fechou abaixo desse patamar foi em 10 de junho de 2020 (R$ 4,94).

No mesmo horário, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, registrava baixa de 0,29%, a 127.686,46 pontos —se confirmada no fechamento, será a quarta queda consecutiva.

Ontem, o dólar comercial teve desvalorização de 0,74%, fechando a R$ 5,023 na venda, e a Bolsa terminou em baixa de 0,93%, a 128.057,219 pontos. Até agora em 2021, a moeda norte-americana recua cerca de 3,7% em relação ao real.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

O mercado operava em meio à expectativa de juros mais altos no Brasil, enquanto os investidores avaliavam os desdobramentos em torno da aprovação MP de privatização da Eletrobras.

Ao promover elevar a taxa de juros na quarta-feira (16), o Banco Central anunciou a intenção de dar sequência ao aperto monetário com uma nova alta de pelo menos 0,75 ponto percentual em sua próxima reunião.

O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC também abandonou o uso da expressão "normalização parcial" para se referir ao atual ciclo de alta de juros, explicitando que pretende fazer um aperto maior do que vinha sendo sinalizado até então, levando a Selic para patamar considerado neutro.

Em nota, analistas da Genial Investimentos avaliaram que esses são todos sinais "positivos para a trajetória do real nos próximos meses, apesar da postura mais dura do Federal Reserve."

O banco central norte-americano antecipou para 2023 suas projeções para o primeiro aumento nos juros pós-pandemia e abriu a discussão sobre quando e como pode ser apropriado começar a reduzir suas compras mensais de ativos.

Um maior diferencial de juros (juros altos aqui e baixos em outros lugares) entre o Brasil e países de economias avançadas tende a beneficiar o real, principalmente devido a estratégias de "carry trade". Elas consistem na tomada de empréstimos em moeda de país de juro baixo e compra de contratos futuros da divisa de juro maior (como o real). O investidor, assim, ganha com a diferença de taxas.

Privatização da Eletrobras

Além da expectativa de juros mais altos no Brasil, Vanei Nagem, responsável pela Mesa de Câmbio da Terra Investimentos, disse que a notícia de conclusão da votação da medida provisória da privatização da Eletrobras também estava ajudando o real.

"A aprovação da privatização da Eletrobras já ajudaria, mesmo com alguns gargalos, a atrair dinheiro para o mercado doméstico, o que tende a beneficiar o real", afirmou Nagem.

Para ele, em meio a um cenário benigno, "continuamos trabalhando com uma tendência de baixa do dólar".

*Com informações da Reuters

Este conteúdo foi gerado pelo sistema de produção automatizada de notícias do UOL e revisado pela redação antes de ser publicado.