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Dar Auxílio Brasil temporário de R$ 400 é iludir as pessoas, diz relator

Do UOL, em São Paulo

21/10/2021 14h13Atualizada em 21/10/2021 16h51

Para o deputado federal Marcelo Aro (PP-AL), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) precisa mostrar como o valor temporário de R$ 400 do Auxílio Brasil até o fim do ano que vem poderá se concretizar sem acabar estourando o limite do teto de gastos.

"A pessoa vai receber R$ 400, mas no final do ano que vem se fala: não, volta a ganhar R$ 189. Isso é regredir, iludir essas pessoas. Elas vão ter uma sensação de melhoria na qualidade de vida, mas na frente elas vão regredir", disse Aro ao UOL News, programa do Canal UOL.

Para Aro, o governo comete uma "irresponsabilidade fiscal" ao propor o valor fixo de R$ 400 até o fim do ano que vem, já que o Auxílio Brasil acabaria rompendo o limite do teto de gastos, que busca garantir que o governo não vai gastar mais do que possui de receitas.

"Responsabilidade fiscal é priorizar o que você entende que é mais priorizável no país. Não é aumentando o bolo que supera o teto: é tirando de algum lugar para colocar nesse auxílio para a camada mais vulnerável da população", prosseguiu Aro.

A ideia de um auxílio temporário de R$ 400, segundo Aro, que relata a MP (Medida Provisória) do Auxílio Brasil na Câmara, muda tudo que estava sendo trabalhado entre o Congresso e o Executivo. "Auxílio temporário não é política de Estado", pontuou.

Reviravolta

Na última terça-feira (19), o governo federal cancelou de última hora um evento em Brasília que serviria para o lançamento do Auxílio Brasil, que visa substituir o Bolsa Família.

Mais cedo, o fato de Bolsonaro ter contrariado o ministro da Economia, Paulo Guedes, e proposto um auxílio de R$ 400 havia repercutido mal no mercado.

No mesmo dia, Marcelo Aro, em entrevista a jornalistas, disse que o governo estava planejando manter os R$ 400 como um valor mínimo do benefício somente até o fim de 2022, o que, para ele, seria uma medida com "fins eleitorais", já que no ano que vem ocorrem eleições gerais.

Ontem, Bolsonaro defendeu o valor de R$ 400 para o Auxílio Brasil, mas pontuou que a elevação temporária do piso do benefício não furaria o teto de gastos — mas não explicou como.

O valor temporário de R$ 400 foi reforçado mais tarde pelo ministro da Cidadania, João Roma, que disse que o benefício começaria a ser pago ainda em 2021, em novembro.

Na noite de ontem, porém, o ministro Paulo Guedes falou em "licença para gastar" fora do teto de gastos e bancar os R$ 400 temporários do Auxílio Brasil — e, em seguida, João Roma, falando à CNN Brasil, disse que o governo pode até mesmo rever a regra do teto.