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Lira diz que Congresso está comprometido com a solidez fiscal do Brasil

Do UOL, em São Paulo

22/10/2021 17h00

O presidente da Câmara, Arthur Lira, disse hoje que o Congresso Nacional está comprometido com a solidez fiscal do país e que "inflação, câmbio e juros" altos afetam diretamente a vida do brasileiro. A fala de Lira ocorreu minutos depois da entrevista coletiva do ministro da Economia, Paulo Guedes, ao lado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ocorrida em Brasília.

Estamos comprometidos c/a solidez fiscal do país. É um pilar importante de nossa democracia. Dados os fatos dos últimos dias, temos convicção de que precisamos da união de todos poderes para solucionarmos mais este impasse. Inflação, câmbio e juros afetam diretamente a vida da população. Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira

Com apoio da ala política do governo, o presidente Bolsonaro planeja uma manobra para driblar o teto de gastos e viabilizar um auxílio social de R$ 400 até o final de 2022, ano em que Bolsonaro tentará a reeleição. O benefício se refere à implantação do Auxílio Brasil, programa que deve substituir o Bolsa Família. A decisão foi considerada uma derrota para o ministro Guedes.

Na terça, o governo chegou a confirmar um evento para apresentar detalhes do programa, mas cancelou diante da repercussão do mercado com as informações adiantadas pela imprensa. A Bolsa tombou 3,28% e o dólar comercial subiu 1,33%, fechando a R$ 5,594.

Conforme apuração do UOL, o presidente, que tem buscado aumentar a popularidade em busca da reeleição, decidiu que, além dos R$ 300 que tinha combinado para turbinar o Bolsa Família, quer um formato que ainda beneficie os chamados "invisíveis", que não atenderiam aos critérios do programa, com um ticket médio de R$ 100, ampliando o benefício para a faixa dos R$ 400.

A medida implica financiar parte do programa com recursos de fora do teto de gastos, o que foi visto com preocupação por investidores. Ainda não há uma nova data para a apresentação do projeto, que pode passar por alterações.

Quatro secretários que integravam a equipe de Guedes pediram demissão ontem, conforme apuração da colunista Carla Araújo, do UOL. Foram eles: secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, a secretária especial-adjunta do Tesouro e Orçamento, Gildenora Dantas, e o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araujo.

Os quatro informaram razões pessoais, segundo o ministério. "Funchal e Bittencourt agradecem ao ministro [Paulo Guedes] pela oportunidade de terem contribuído para avanços institucionais importantes e para o processo de consolidação fiscal do país", diz a pasta.