Dossiê da Petrobras sobre Pires assusta ministro de Minas, diz jornal

Um relatório da Diretoria de Governança e Conformidade da Petrobras sobre o histórico de Rodolfo Landim e Adriano Pires, indicados pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para ocupar cargos de chefia na empresa, assustou o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque e técnicos da CGU (Corregedoria-Geral da União). As informações são do jornal O Globo.
No dossiê, a diretoria da Petrobras cita conflito de interesses —os dois têm ligação com empresários e empresas do setor de gás — e aponta que há dificuldades para que os nomes de Landim e Pires sejam aprovados.
No sábado, o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, recusou a chefia do Conselho da Petrobras e disse que se concentrará no clube. A colunista do jornal O Globo, Malu Gaspar, diz que Pires também cogita desistir do cargo. Ele diz que descobriu só agora que a política da Petrobras não permite que executivos tenham parentes comercialmente ligados a concorrentes e parceiros comerciais.
O dossiê da Petrobras ressalta que Landim tem uma série de processos e acusações pendentes na Justiça que atestam sua relação com o empresário Carlos Suarez, sócio de distribuidoras de gás.
A conclusão é que a posse de Landim poderia configurar conflito de interesse, além de colocar em risco a imagem da Petrobras.
No caso de Adriano Pires, economista e consultor, o relatório diz que ele terá "conflitos demais". Além de atuar como consultor do empresário Carlos Suarez, ele também trabalha com a Abegás, associação do setor, Compass, concessionário de gás do empresário Rubens Ometto, entre outras empresas.
Como presidente da Petrobras, Pires decidirá sobre contratos e disputas judiciais e terá acesso a todo tipo de informação confidencial, ressaltou o jornal O Globo.
A questão dos conflitos de interesse é a base de um pedido do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União para que Pires não assuma a presidência antes de uma investigação aprofundada.
Segundo informações do jornal O Globo, o comitê da Petrobras se reúne amanhã para analisar o relatório e preparar um parecer, que será encaminhado aos acionistas que deliberam sobre a indicação de Bolsonaro.
Especialistas dizem que Pires e Landim formam 'dupla constrangedora'
O mercado financeiro comemorou as indicações do governo Bolsonaro, mas especialistas da área de energia dizem que a dupla Landim e Pires seria constrangedora, pois ambos são próximos do empresário Carlos Suarez. As informações são da Folha de S.Paulo.
Suarez é dono da Termogás, empresa que controla distribuidoras de gás encanado em regiões ainda não atendidas por gasodutos, como o Distrito Federal, e ficou conhecido por ajudar a fundar a empresa OAS —o S representa o seu sobrenome.
Uma de suas empresas, a Cigás (Companhia de Gás do Amazonas), tem um embate judicial envolvendo recolhimento de PIS/Cofins com a Petrobras que passa de R$ 600 milhões.
No setor empresarial, a percepção é de que está em curso uma tentativa do governo e do Congresso de dar espaço aos interesses de Suarez na Petrobras. O empresário é próximo de muitos políticos, especialmente do Centrão, entre eles o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Nesse contexto, a discussão sobre a política de preços dos combustíveis, que justificou a queda do general Silva e Luna, passou a ser vista como uma cortina de fumaça.
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