Dinheiro do Safra e BV retido das Americanas deverá ficar em conta judicial
A 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro determinou hoje que as quantias retidas pelos bancos Safra e Votorantim, ou BV, no caso da recuperação judicial das Americanas devem ir para uma conta judicial.
Os bancos estavam retendo dinheiro das Americanas como forma de compensar a incerteza em meio ao rombo milionário da varejista.
- A Justiça, então, determinou que os valores devem ir para uma conta judicial.
- Dessa forma, é como se o dinheiro ficasse congelado até o fim do processo.
- Nem os bancos ou as Americanas podem acessar esse montante antes disso.
O juiz substituto Luiz Alberto Carvalho Alves argumentou em sua decisão que o Safra e o Votorantim estavam prejudicando o processo de recuperação da varejista.
Perdas do Safra na Justiça. Hoje, a Justiça do Rio de Janeiro rejeitou o pedido do Safra para que a recuperação judicial das Americanas fosse suspenso.
Outro pedido da defesa do banco foi para não ter que devolver R$ 95 milhões da varejista que ficam guardados no Safra. A Justiça também negou essa solicitação.
Na quinta-feira, a 4ª Vara Empresarial do Rio, aceitou o pedido de recuperação judicial das Americanas. A empresa declarou em seu pedido dívidas de R$ 43 bilhões de um total de cerca de 16.300 credores.
Até o terceiro trimestre de 2022 (dado do último balanço financeiro), antes da revelação do rombo nos balanços das Americanas, a empresa informava um endividamento bruto de R$ 19,3 bilhões.
Entenda a crise das Americanas
- A recuperação judicial é um instrumento jurídico que tem como objetivo dar fôlego para uma empresa se recuperar de uma situação financeira difícil e evitar a falência.
- O ex-CEO da empresa Sérgio Rial ficou apenas dez dias no cargo e pediu demissão após revelar um rombo de R$ 20 bilhões na empresa
- No dia 13, as Americanas conseguiram uma proteção liminar contra credores e a Justiça deu 30 dias para a empresa decidir se pedirá ou não recuperação judicial, citando uma dívida potencial de R$ 40 bilhões.
- A agência S&P rebaixou a nota de risco de crédito das Americanas para "D", de default (calote).
- Bancos conseguiram reverter a decisão liminar e, em razão da falta de avanço nas negociações com credores, as Americanas decidiram pelo caminho da recuperação judicial.
- BTG Pactual, Bradesco e Santander Brasil estão entre os mais expostos à dívida da varejista.
- A CVM abriu investigações para apurar o escândalo contábil. Um grupo de acionistas minoritários também entrou na Justiça pedindo indenização e dizendo que a empresa "manipulou fatos e dados".
- Para justificar o pedido de recuperação judicial, a empresa argumentou que sem a proteção contra credores há risco de 'absoluto aniquilamento do fluxo de caixa' do grupo, o que impedirá o pagamento de fornecedores e funcionários.
- A empresa afirma manter mais de 100 mil empregos diretos e indiretos, e reunir 3.600 estabelecimentos no país.
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