Empresa propõe escudos e inversão de poltronas contra contágio em aviões
Quando o setor aéreo retomar seu ritmo normal, um das principais preocupações dos passageiros deverá ser a segurança sanitária. Em tempos de distanciamento social, esse deve ser mais um desafio para as companhias aéreas colocarem em prática. Voar em aviões lotados passou a ser um problema de saúde pública.
A solução pode vir de uma empresa italiana especializada em criar assentos para aviões. A Avio Interiors desenvolveu dois projetos que criam uma barreira de proteção entre os passageiros. Nos dois casos, seria instalada uma placa de vidro ou acrílico separando as poltronas e evitando a disseminação do vírus dentro do avião.
A Avio Interiors tem mais de 50 companhias aéreas como cliente, entre elas as brasileiras Azul, Latam e Passaredo. Os dois projetos foram apresentados no início desta semana e nenhuma empresa ainda demonstrou interesse em implementá-los de fato.
Barreira entre os assentos
O primeiro projeto é o mais simples de ser instalado. Chamado de Glassafe (ou vidro de segurança), trata-se de um kit que pode ser instalado nos assentos já existentes para criar uma barreira física entre os passageiros.
"O Glassafe cumpre perfeitamente o objetivo de criar um isolamento ao redor do passageiro, a fim de evitar ou minimizar contatos e interações via ar entre os passageiros, de modo a reduzir a probabilidade de contaminação por vírus ou outros agentes", afirmou a empresa.
A proteção seria instalada no encosto de cabeça da poltrona. Segundo a Avio, o Glassafe seria fornecido já com um sistema de fixação no assento para permitir a fácil instalação e remoção. A empresa diz ainda que ele poderia vir com diferentes graus de transparência e que o material seria de fácil limpeza para uma higienização segura.
Assento do meio invertido
A segunda proposta é bem mais complexa e exigiria uma reconfiguração de todo o interior do avião. Chamada de Janus, em referência ao deus romano Jano de duas cabeças, o projeto se distingue pela posição invertida do assento central. Isso garantiria o máximo isolamento entre os passageiros sentados lado a lado.
Enquanto os passageiros sentados nos assentos da janela e do corredor continuam posicionados para a frente do avião, como de costume, o passageiro sentado no centro está voltado para trás. Além disso, todos ainda estariam protegidos por um escudo feito de material transparente para isolar os passageiros.
"Cada passageiro tem seu próprio espaço isolado dos outros, mesmo de pessoas que andam pelo corredor. Cada lugar é cercado nos três lados por um escudo alto que impede a propagação da respiração para os ocupantes dos assentos adjacentes", afirmou a Avio.
Os projetos da italiana Avio Interiors podem até não serem implementados na prática, mas já mostram que lidar com o distanciamento social é um dos desafios que o setor aéreo terá de enfrentar para voltar aos níveis pré-pandemia.
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