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Bolsa tem 5ª queda e bate menor nível desde 7 de abril, após áudio de Jucá

Do UOL, em São Paulo

23/05/2016 17h24Atualizada em 23/05/2016 18h03

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, emendou a quinta queda seguida e fechou esta segunda-feira (23) em baixa de 0,79%, a 49.330,42 pontos. Este é novamente o menor nível de fechamento desde 7 de abril (48.513,10 pontos).

Na sexta-feira, a Bovespa havia caído 0,82% e encerrado a semana com queda de 4,02%. No mês, a Bolsa acumula perda de 8,50%, mas, no ano, ainda tem alta acumulada de 13,80%.

A queda de hoje foi puxada, principalmente, pelo desempenho negativo das ações da Petrobras, que caíram 4,5%, e do Banco do Brasil. Essas empresas têm grande peso sobre o Ibovespa.

Investidores estavam cautelosos após a "Folha" divulgar áudio indicando que o ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-RR), teria proposto um "pacto" contra a operação Lava Jato (leia mais abaixo).

Crise no Ministério do Planejamento

Após a divulgação de áudios de conversa de Jucá com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, o ministro do Planejamento afirmou que vai pedir licença do ministério a partir de amanhã. O mercado teme que a campanha pelo reequilíbrio das contas públicas brasileiras possa enfrentar novos impasses com isso.

Jucá é um dos principais interlocutores do governo do presidente interino Michel Temer com o Congresso e está encarregado de buscar apoio para medidas como corte de gastos e aumento de impostos.

"A política continua falando mais alto do que a economia. A oposição vai cair matando no Congresso, e existe a possibilidade concreta de [Jucá] ser afastado", disse Arlindo Sá, operador da corretora Ativa, à agência de notícias Reuters, antes de o ministro ter anunciado seu afastamento.

"Perder um soldado já na largada seria muito ruim para a credibilidade desse governo, ainda mais por acusações de obstrução de Justiça", afirmou.

Petrobras despenca

As ações preferenciais da Petrobras (PETR4), que dão prioridade na distribuição de dividendos, despencaram 4,49%, a R$ 8,50.

As ações ordinárias da Petrobras (PETR3), com direito a voto em assembleia, caíram 2,56%, a R$ 11,04. 

Os papéis da empresa foram influenciados pela queda nos preços do petróleo no mercado internacional e pela crise envolvendo o ministro do Planejamento, Romero Jucá.

BB cai; Bradesco e Itaú sobem

As ações do Banco do Brasil (BBAS3) perderam 1,79%, a R$ 17, também influenciadas pela crise política. 

No sentido opostos, as ações do Itaú Unibanco (ITUB4) subiram 0,33%, a R$ 30,18, e as ações do Bradesco (BBDC4) avançaram 0,29%, a R$ 24,45.

Vale sobe

As ações ordinárias da Vale (VALE3) ganharam 2,19%, a R$ 14,44, e as ações preferenciais da Vale (VALE5) se valorizaram 0,88%, a R$ 11,50.

Os papéis da companhia foram influenciados por comunicado do Bank of America Merrill Lynch, que reiterou a recomendação de compra para as ações da mineradora, apesar da queda nos preços do minério de ferro na China.

Dólar sobe 1,87%, a R$ 3,584

No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em alta de 1,87%, a R$ 3,584 na venda. É o maior valor desde 18 de abril, quando a moeda norte-americana terminou o dia valendo R$ 3,597.

Na sexta-feira, o dólar havia caído 1,46% e encerrado a semana em baixa de 0,15%. Com isso, o dólar acumula alta de 4,13% no mês. No ano, no entanto, a moeda tem desvalorização de 9,26%.

Bolsas internacionais

As principais Bolsas de Valores da Europa fecharam em queda.

  • Itália: -2,74%
  • Portugal: -0,84%
  • Alemanha: -0,74%
  • França: -0,66%
  • Espanha: -0,65%
  • Inglaterra: -0,32%

Das sete principais Bolsas da Ásia e do Pacífico, quatro fecharam em alta e três terminaram o dia em baixa.

  • Taiwan: +2,62%
  • China: +0,66%
  • Coreia do Sul: +0,39%
  • Cingapura; +0,11%
  • Hong Kong: -0,22%
  • Japão: -0,49%
  • Austrália: -0,6%

(Com Reuters)