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Alemão fazia cerveja para lembrar origem e hoje tem rede de bares no Brasil

Larissa Coldibeli

Colaboração para o UOL, em São Paulo

04/03/2016 06h00

O alemão Jörg Franz Schwabe, 64, veio morar no Brasil ainda criança, mas não escapou das influências de seu país de origem. Mesmo a distância, desenvolveu o gosto pela cerveja alemã e passou a fabricar sua própria bebida, seguindo a linha germânica.

A pedido de amigos, resolveu comercializar o produto em 1993, quando fundou seu primeiro bar. Hoje, a Fritz Cervejaria Artesanal possui 22 unidades. Pelas mãos do filho, Carsten Schwabe, 35, que como o pai se formou mestre cervejeiro na Alemanha, a empresa virou franquia em 2013.

São quatro unidades próprias e 18 franqueadas, a maioria no interior de São Paulo. A expansão se dá por lojas de rua, em cidades com mais de 60 mil habitantes.

O investimento inicial é a partir de R$ 310 mil, com custos de instalação, taxa de franquia e capital de giro. O faturamento médio mensal é de R$ 90 mil, com lucro de 10% a 15% (de R$ 9.000 a R$ 13,5 mil). O retorno do investimento é a partir de 24 meses. Os dados são da empresa.

"Não é para encher a cara"

Antes de fundar sua empresa, Schwabe trabalhou numa grande cervejaria e na comercialização de maquinário de uma multinacional alemã para fabricantes da bebida no Brasil. O trabalho exigia viagens à Alemanha e foi nesse período que ele se interessou por micro e pequenas cervejarias, até que resolveu criar a sua.

A primeira unidade foi em Campinas (93 km a noroeste de São Paulo). “A dificuldade inicial era convencer as pessoas de que a cerveja era diferente, não era para encher a cara e, sim, para apreciar. Agora, com o desenvolvimento do mercado e da cultura cervejeira, isso está mais fácil”, diz.

Fábrica aberta à visitação em Monte Verde

A empresa possui uma fábrica própria na cidade de Monte Verde (MG), inaugurada em 2009. A capacidade de produção é de mais de 80 mil litros por mês, segundo Schwabe, mas, atualmente, a produção não chega a 50% disso. “A ideia é crescer com a rede de lojas”, diz.

A fábrica é anexa a uma unidade própria do bar e está aberta a visitação. É necessário agendar a visita, que é guiada por um mestre cervejeiro e inclui degustação. O preço do passeio é de R$ 25 por pessoa.

“A escolha do local se deu por se tratar de uma cidade turística, o que facilita a divulgação da marca, e pela qualidade da água para fabricação da bebida”, afirma o mestre cervejeiro.

Restaurantes têm eisbein e chucrute

Além das cervejas e chopes de fabricação própria, que custam de R$ 7,20 a R$ 22, há pratos típicos alemães, como eisbein (joelho de porco) e chucrute (conserva de repolho fermentado). O cardápio também inclui bebidas e pratos brasileiros para agradar a quem não tem preferência pela culinária alemã.

“A cultura da cerveja e da comida alemã são os principais valores do negócio. O que mais atrai os clientes é o conjunto, a cerveja sozinha não faz as pessoas saírem de casa”, diz o filho do fundador.

Crise afeta bares e restaurantes

Segundo Marinho Ponci, da consultoria especializada em franquias Dom48, a empresa tem uma história de sucesso porque a pessoa física veio antes da jurídica. “Há verdade no negócio. A empresa entrega o que se propõe a fazer. Além disso, o mercado de cervejas artesanais teve um boom, há interesse das pessoas por isso”, afirma.

No entanto, ele diz que, na crise, o setor de bares e restaurantes é um dos que mais sofrem. “As pessoas cortam gastas supérfluos, o consumo de alimentos fora do lar diminui, assim como a frequência das visitas.”

Ponci afirma que a ideia de virar franquia ajuda no ganho de escala e na modernização do negócio. “O filho só não pode esquecer que toda a história e o sucesso da marca estão atrelados ao pai. Não pode pensar só em volume”, declara. 

Onde encontrar:

Fritz Cervejaria Artesanal: www.fritzcervejariaartesanal.com.br

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