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Acha que tricô é 'coisa da vovó'? Grife mineira tem vestido de até R$ 3.000

Renata Tavares

Colaboração para o UOL, em Uberlândia (MG)

27/11/2017 04h00

Se você pensa que tricotar ou vestir roupas de tricô é "coisa da vovó", talvez seja hora de rever seus conceitos. A estilista mineira Renata Campos, 46, começou a trabalhar com confecção de roupas em tricô em 1996 e projeta chegar a 2018 com lojas em seis capitais. Sua marca vende peças por até R$ 3.200.

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No início, Renata usava a marca Squadro. Em 2009, a grife passou a se chamar Renata Campos. Segundo a empresária, ela percebeu que usar o próprio nome no negócio seria mais atrativo. Por 20 anos, ela fabricava as roupas e distribuia em mais de cem lojas multimarcas no país, até que decidiu apostar em lojas próprias.

Em 2015, investiu R$ 50 mil em uma loja online e, em 2017, mais R$ 500 mil em uma loja em Belo Horizonte. A expectativa da estilista é ter retorno até o final do ano. O faturamento e o lucro da empresa no ano passado não foram divulgados.

Até 2018, ela diz que planeja abrir loja em mais cinco capitais: São Paulo (até fevereiro), Curitiba, Rio de Janeiro, Goiânia e mais uma, que ainda está sendo avaliada. "É algo novo para mim. Estou descobrindo esse novo mundo, que é muito diferente", diz Renata, que também fez parceria com a blogueira de moda Helena Bordon para divulgar sua marca.

Peça pode levar até 30 dias para ficar pronta

As roupas no tricô são feitas no maquinário de tear, mas a técnica envolve também trabalho manual na produção. Uma peça pode demorar até 30 dias para ficar pronta, diz Renata.

"É um processo trabalhoso, porque eu desenho, a confecção monta o tecido por completo e, só depois, são feitos os cortes para construir a roupa", relata.

A fábrica fica em Belo Horizonte e tem 85 funcionários. Todas as peças são voltadas para o público feminino.

Peças em tricô representam metade da produção

No início da produção, em 1996, todas as peças eram produzidas no tricô: saias, calças, vestidos, blusas, casacos, blazers, camisas e regatas.

Com o passar dos anos, Renata diz que precisou se adaptar ao mercado e começou a produzir peças com outros tipos de tecido, como seda, lurex, moletom, crepe e algodão.

O tricô ainda é o principal produto da empresa, com cerca de metade da produção. As peças de tricô custam de R$ 300 (blusas, tops e regatas) a R$ 3.200 (vestido longo de lurex de um ombro só).

Família trabalha com confecção desde 1980

Apesar de formada em engenharia civil, Renata nunca atuou na profissão. "Na faculdade mesmo percebi que queria trabalhar com moda. Minha família tem confecção. Cresci nesse ambiente e percebi que era isso que gostaria de fazer", diz.

A família da engenheira foi dona de uma confecção que produzia peças em tamanhos acima do 46 e para gestantes, de 1980 a 2000, em Belo Horizonte. A fábrica não existe mais.

Mercado em expansão, diz especialista

Taís Remunhão, especialista em processos e produtos têxteis e professora da Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo, diz que não conhece a marca, mas ao fazer uma avaliação prévia das peças considera que a empresa "trabalha muito bem a construção da roupa e os tipos de ponto usados".

Para ela, no entanto, a empresa poderia investir na linha masculina, com produtos como gravatas e camisetas, por exemplo. Segundo Taís, a produção no tricô ainda é um mercado em expansão e que pode ser mais bem explorado no Brasil, principalmente para o público masculino.

"O brasileiro é muito tradicional. Quando pensa em tricô, lembra da avó e do tecido pesado. Mas agora contamos com fibras tecnológicas e fios mais finos e delicados, que podem ser usados no inverno e no verão", relata.

Onde encontrar:

Rua Paulo Afonso, 149, bairro Santo Antônio, Belo Horizonte (MG)
Renata Campos - www.renatacampos.com