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Ação das Americanas é excluída do Ibovepsa e de mais 13 índices da Bolsa

Do UOL, em São Paulo

20/01/2023 11h11

A exclusão vale a partir do fechamento do pregão de hoje, já que as Americanas pediram recuperação judicial ontem, com dívidas de R$ 43 bilhões. As ações continuarão a ser negociadas na Bolsa, mas os acionistas devem ter mais dificuldade de negociar as ações, já que há menos interessados nos papéis, e o valor deve demorar mais a se reerguer.

De que índices as Americanas serão excluídas?

A maior mudança é a saída do Ibovespa, o principal índice da B3, a Bolsa de Valores brasileira. O índice reúne dezenas de empresas que estão entre as mais negociadas da Bolsa e serve de referência para o mercado.

Além desse índice, ela também sai dos seguintes indicadores:

  • Índice Governança Corporativa (IGCX)
  • Índice Carbono Eficiente (ICO2)
  • Índice de Consumo (ICON)
  • Índice Brasil (IBXX)
  • Índice de Governança Corporativa Trade (IGCT)
  • Índice de Governança Corporativa Novo Mercado (IGNM)
  • Índice Brasil Amplo (IBRA)
  • Índice Valor (IVBX)
  • Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISEE)
  • Índice de Ações com Tag Along Diferenciado (ITAG), de empresas que ofereçam melhores condições aos acionistas minoritários
  • Small caps (SMLL), que são empresas com um menor valor de mercado
  • Índice Brasil 50 (IBXL)
  • GPTW (índice de empresas certificadas pela GPTW como as melhores para trabalhar).

O que acontece com a ação agora?

Ontem, a ação das Americanas despencou 42,55% e terminou o dia cotada a R$ 1. Desde que foi divulgado o rombo contábil, as ações já acumulam queda de 91,7%, segundo a Economatica.

A empresa sai do Ibovespa, mas continua com os ativos negociados em Bolsa de Valores.
Ricardo Brasil, fundador da Gava Investimentos e pós-graduado em análise financeira

É importante, segundo o analista, não confundir sair do principal índice da B3 com a empresa deixar de ser negociada em Bolsa. Os papéis continuam no mercado.

Mas, como muitos fundos de investimentos são atrelados ao Ibovespa, os que têm ações da empresa vão precisar vendê-las.

Então, em um primeiro momento, pode acontecer uma grande queda, já que esses fundos irão vender esses papéis.

E o pequeno investidor que tem ações AMER3?

Ele continua com seu papel, como antes. Mas fica mais difícil vender, porque o interesse pela ação cai muito. Então, o preço desaba, dizem Régis Chinchila e Luis Novaes, da equipe de análise da Terra Investimentos.

Isso aconteceu com a Oi (OIBR4). Para se proteger contra os credores e evitar a falência, a empresa de telefonia pediu a RJ e apresentou um plano de recuperação.

A Oi fez isso, em 2016, quando entrou no processo. Considerada uma das mais complexas recuperações judiciais da história do país, envolvendo uma divida de R$ 65 bilhões, essa fase durou seis anos e só terminou em dezembro. Ao fim, a dívida líquida foi reduzida para R$ 18,3 bilhões. Já a maior maior já registrada no Brasil é a Odebrecht (R$ 98,5 bilhões), iniciada em 2019 e ainda em andamento. Veja lista.

Nesse período todo, as OIBR4 continuaram sendo negociadas e tiveram uma queda acumulada de quase 90%.

O que aconteceu com a empresa?

O Grupo Americanas "viu-se sem saída", depois que mais de R$ 1,5 bilhão do seu caixa foram bloqueados por bancos. Por isso, precisou formalizar a recuperação judicial, justifica a empresa.

A empresa disse que tem apenas R$ 800 milhões em caixa e que parte desse dinheiro estava "injustificadamente indisponível para movimentação pela companhia" até ontem, em fato relevante divulgado nesta quinta-feira (19).

Veja como a empresa chegou a esse ponto, de ver o seu caixa secar em apenas oito dias, aqui.

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