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Desenrola: quais ações podem se valorizar com programa do governo?

As ações de bancos e de empresas de varejo podem ser beneficiadas pelo programa Desenrola Brasil, de renegociação de dívidas. Mas o efeito não deve ser imediato, dizem os especialistas.

Hoje, 71,9 milhões de brasileiros, segundo a avaliadora de crédito Serasa, têm dívidas em atraso. O objetivo do Desenrola, segundo o governo, é limpar o nome desses devedores que deixarão de ter o CPF negativado. Com isso, é possível voltar a comprar a prazo, pedir empréstimos, abrir crediário ou fazer um novo contrato de aluguel, por exemplo.

Vai limpar o nome de milhões de brasileiros. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, 2,5 milhões de brasileiros com dívidas de até R$ 100 poderão ser desnegativados.

Ações de bancos podem se beneficiar do Desenrola

Bancos podem ser os primeiros a terem impacto na Bolsa. O governo liberou R$ 50 bilhões em créditos para os bancos nesta primeira fase do programa. "Os bancos, com essa ajuda, vão poder tirar os maus pagadores da base e limparão a carteira de crédito", explica Gabriel Meira, Economista da Valor Investimentos.

Com isso, a inadimplência - um dos maiores problemas do setor bancário no pós-pandemia - deve cair. Os empréstimos em atraso por mais de 90 dias no Bradesco (BBDC4), por exemplo, passaram de 3,2% do total no primeiro trimestre de 2022 para 5,1% entre janeiro, fevereiro e março deste ano. No Santander (SANB11) o índice de inadimplência encerrou março em 3,2% ante 2,9% do ano anterior. A diminuição da inadimplência só vai ser vista no balanço dos bancos a partir do terceiro trimestre.

Melhora da carteira de crédito deve ser imediata. Isso porque agora as instituições financeiras vão ser mais duras na hora de conceder novos créditos, diz Meira. Os bancos não querem repetir o erro de conceder muito crédito, depois que viram seu lucro do primeiro trimestre cair por causa de empréstimos não pagos (no caso do Bradesco, queda de 37,3% em comparação com o mesmo período de 2022 e, no do Santander, de 46,6%, na mesma base de comparação).

"Mesmo limpando o nome dos devedores, os bancos não vão reabrir a torneira dos empréstimos como era antes da pandemia", diz João Piccioni, analista da Empiricus Research.

Competição entre bancos também pode aumentar. "Isso pode provocar uma migração de clientes de um banco para outro", afirma o analista. Essa migração pode se agravar mais ainda se o banco não aderir ao Desenrola.

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Consumidores vão voltar às compras e varejo pode subir

Consumidores podem voltar às compras. "As empresas do varejo vão ter de volta consumidores que não podiam mais comprar a crédito porque estavam com o CPF bloqueado", declara André Sanson, diretor da TM3 Capital, de Curitiba. Assim, o varejo também deve se beneficiar dos efeitos do Desenrola, diz ele.

O comércio está ansioso por isso. Há um ano, por exemplo, Luiza Helena Trajano, presidente do conselho de administração do Magalu, foi para as redes sociais pedir ao consumidor que usasse o crediário da varejista, mesmo com o nome negativado.

O problema é que falta educação financeira para o consumidor. "Não é bom comprar nada a crédito agora, com a taxa de juros tão alta. Ela, na minha opinião, só vai estar abaixo de 10% ao ano no final de 2024", diz ele. Por isso, a liberação de crédito que o Desenrola vai provocar, na opinião dos especialistas, deve ser mais comedida e só surtir efeitos ao longo dos próximos meses.

Além disso, a maior restrição de crédito dos bancos também pode conter as vendas no varejo. O Magazine Luiza, por exemplo, faz suas operações de crédito por meio do Itaú (ITUB4).

Por enquanto, as dívidas a serem renegociadas são só as bancárias. Na segunda fase do Desenrola, poderão ser renegociadas outras pendências, como contas de energia, internet e telefone. Então, no futuro, podem se beneficiar as ações de energia e telecomunicações.

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Vale comprar ações de banco e varejo?

Se o investidor estiver de olho no longo prazo, pode ser uma boa. Mas é bom ficar de olho nos riscos. Para o varejo, as recomendações ainda são neutras. Melhor não comprar, nem vender - por conta do endividamento dessas empresas.

Magalu, por exemplo, tem classificação neutra pela XP. No entanto, o banco estima que a ação, que tem um preço atual de R$ 2,95, possa valorizar 69% para R$ 5 até o final do ano. É a mesma recomendação do BTG e da XP para Via (VIIA3), a dona das Casas Bahia.

Bancos também não estão entre as recomendações. O BTG classifica como neutra a ação do Bradesco. O preço alvo seria de R$ 18 (o atual é de R$ 16,51). No caso do Santander, a Genial aconselha vender. O preço da ação, hoje em R$ 30,51, poderá cair até o final do ano para R$ 27,00 em virtude do preço alto da ação. Banco do Brasil (BBAS3) tem classificação de compra pela XP, com preço alvo de R$ 61, um potencial de ganho de 25,10%. Para o BTG, Itaú (ITUB4) pode passar dos atuais R$ 28,89 para R$ 35.

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