Comentarista Caio Coppolla amadureceu na Jovem Pan e vai muito bem na CNN
As dificuldades são o aço estrutural que entra na construção do caráter.
Carlos Drummond de Andrade
Disse Bernard Shaw: a vida é como uma pedra de amolar, tanto pode desgastar-nos como afiar-nos, tudo depende do metal de que somos constituídos. Se pensarmos bem, é exatamente o que acontece com todos nós. São os momentos difíceis, de desafios, que exigem empenho, capacidade de resiliência e até muito sacrifício que nos preparam para os embates da vida.
Quando analisamos a história de algumas pessoas vitoriosas, descobrimos os imensos obstáculos que tiveram de superar. John Grisham, por exemplo, antes de se tornar um dos autores mais lidos no mundo teve de ser obstinado para não desistir. Uma de suas obras mais destacadas "Tempo de matar" foi recusada 26 vezes antes de ser aceita por uma editora.
Ele mesmo conta que depois de publicado o livro precisou comprar mil exemplares e teve dificuldades até para dá-los. Disse que arrumou os livros no porta-malas do seu carro e saiu pelas estradas vendendo como se fosse um mascate. Deixava os exemplares em cafeterias, armazéns, mercearias e nas livrarias que concordavam em aceitá-los em consignação.
Quantos empresários bem-sucedidos só chegaram a alcançar sucesso depois de terem quebrado. Alguns foram à falência mais de uma vez. Eles caíram, espanaram a poeira, se levantaram, voltaram a cair e voltaram à luta até atingirem seus objetivos.
A Apple quase quebrou
Outro exemplo emblemático é a Apple. No final dos anos 1980 demitiram seu fundador Steve Jobs. Nessa época a situação da empresa se tornou desesperadora, pois tinha de enfrentar a Microsoft e outras companhias que lutavam com unhas e dentes para abocanhar maior participação do mercado.
Cerca de uma década depois, no final dos anos 1990, Jobs foi recontratado e promoveu verdadeira revolução com o lançamento do iPhone. Assim, depois de quase ter ido à falência, determinada a superar suas dificuldades, em poucos anos na empresa com resultados positivos só se falava em bilhões de dólares.
Os exemplos são abundantes. Quase todos demonstram que os momentos de dificuldade serviram para endurecer a carcaça e tornar essas pessoas mais fortes e competentes para enfrentar e superar as tempestades. São verdadeiros espelhos para motivar aqueles que por encontrarem as portas fechadas precisam persistir.
Caio Coppolla
Com a inauguração da CNN alguns profissionais deixaram suas antigas empresas de comunicação para compor o novo quadro de comentaristas e apresentadores. Os mais conhecidos são William Waack, Evaristo Costa, Monalisa Perrone e Reinaldo Gottino. Entre essas novas caras há um jovem bacharel em Direito que atuou por cerca de um ano na Rádio Jovem Pan, participando como comentarista político no programa Morning Show, Caio Coppolla.
Ele participa atualmente como debatedor ao lado da advogada Gabriela Prioli. Ela é Mestre em Direito Penal e muito articulada. De fala afiada, rápida de raciocínio e com amplo repertório de informações jurídicas e políticas é uma combatente de respeito.
O quadro mediado por Reinaldo Gottino permite que os dois debatam temas relevantes, como, por exemplo, "Os seis anos da Lava Jato". A Dra. Gabriela, além de ter ótima capacidade de comunicação é ácida e contundente na sua argumentação. Em certos momentos se não bastasse seu arsenal de conhecimentos usa a ironia como recurso para tentar desestabilizar o debatedor oponente.
Acredito que a experiência de Caio no Morning Show tenha lhe dado a oportunidade de "afiar" suas habilidades para o debate. Nesse ano comentando política na Jovem Pan, Coppolla enfrentava diariamente três e até quatro oponentes simultaneamente. Edgard Piccoli, o comandante do programa, sempre bem preparado e com forte argumentação, era o mais contundente. Os outros eram Fefito, Paula Carvalho e Vini.
Pressão, preparação e estudo: a receita para a excelência
Com larga experiência atuando em importantes programas de rádio e televisão, especialmente apresentando na MTV, Edgar tem comunicação poderosa e argumentos lógicos e concatenados. Ao seu lado estava também como parceiro de bancada mais fiel o Fefito. Os dois com viés divergente de Caio se uniam para tentar derrotar os argumentos de Coppolla.
Era uma disputa que valia a pena acompanhar. Já no momento de levantar as questões a serem debatidas, Edgard preparava o terreno construindo armadilhas para neutralizar a argumentação de Coppolla. Com sua larga experiência, simpatia e fluência verbal o comandante do programa deixava o oponente em verdadeiras saias justas.
Caio, ainda inexperiente, teve de se virar para sobreviver àquelas disputas. Imagino que não deva ter sido uma situação confortável para ele. Com o passar do tempo, entretanto, era possível notar que o jovem se sentia cada vez mais tranquilo, e reagia ao bombardeio com serenidade.
Para o programa deve ter sido uma maravilha. Era difícil encontrar alguém que não tivesse ouvido um ou outro desses debates. E, quando as pessoas não ouviam ao vivo, recorriam às gravações para se atualizar. Para dar mais dinamismo ao programa e garantir a boa audiência, Edgard se valia de todos os recursos de que dispunha. Ironizava, recorria a depoimentos que coincidiam com sua forma de pensar, interrompia, dava a palavra para os outros participantes para reforçar suas teses.
E Caio lá, firme
Esse período foi determinante para a formação de Caio como debatedor. Recebia os ataques sem demonstrar contrariedade e respondia com respeito e altivez, sempre procurando sustentar seus argumentos em dados consistentes. Estudava com profundidade cada tema que precisava debater e se sentia amparado por esse preparo.
Agora está amadurecido e pronto para o debate
Agora na CNN essa experiência de ter enfrentado os quatro companheiros demonstra sua utilidade. Ele confronta de igual para igual Gabriela Prioli e, em vários momentos, consegue impor sua forma de pensar. É um debate que merece ser assistido e avaliado. Com certeza, os telespectadores não saem da frente da tela da mesma forma como chegaram.
E não é apenas o debate das ideias em si, mas sim a forma como os dois contendores se apresentam. A maneira como argumentam, as expressões faciais que utilizam para complementar sua linha de raciocínio, ou para tentar contrapor as teses contrárias. São dois jovens brilhantes que dão verdadeira aula de boa comunicação.
Coppolla se transformou em excelente comentarista, em condições de enfrentar e vencer com tranquilidade seus oponentes.
Uma questão importante: nesta semana, Caio Coppolla passa por exames médicos e está ausente do programa. Foi substituído Tomé Abduch, responsável pelo movimento "Nas ruas", e que nos dá orgulho por ser ótimo comunicador e aluno do nosso Curso de Expressão Verbal. É uma jovem liderança que está pavimentando um futuro promissor.
E você, também foi instigado por alguém ao longo da vida? Passado um bom tempo, percebeu que essas dificuldades impostas no passado foram na verdade o que precisava para que estivesse em condições de enfrentar os percalços que a vida vai apresentando no dia a dia?
Superdicas da semana
- Os piores momento da vida geralmente são aqueles que nos fortalecem
- Os momentos difíceis nos impedem às vezes de enxergar como serão úteis no futuro
- Quase sempre aprendemos mais com os professores mais exigentes
- É possível que os chefes rigorosos sejam os melhores para nos preparar para a vida
Livros de minha autoria que ajudam a refletir sobre esse tema: "29 Minutos para Falar Bem em Público", publicado pela Editora Sextante. "Como falar de improviso e outras técnicas de apresentação", "Oratória para advogados", "Assim é que se Fala", "Conquistar e Influenciar para se Dar Bem com as Pessoas" e "Como Falar Corretamente e sem Inibições", publicados pela Editora Saraiva. "Oratória para líderes religiosos", publicado pela Editora Planeta.
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