Elon Musk compra o Twitter e traz esperança de liberdade de expressão
Escrevo há mais de 30 anos. Sempre tive muito prazer em dividir minhas reflexões com os leitores. Alguns concordam com as minhas opiniões, outros não. Sem problema. Desde que eu contribua para que os temas sejam discutidos fico feliz.
Confesso, entretanto, que nos últimos tempos a minha pena, está com o freio de mão puxado. Ando com receio de falar o que penso. Nunca tive essa preocupação. Com prudência, externei com liberdade as minhas ideias. Agora não. A cada parágrafo, preciso avaliar se não estou cometendo alguma impropriedade.
Cheguei a deletar um texto inteiro só por autocensura. Não deixo de compartilhar as minhas teses com os leitores, mas tenho o cuidado de usar muito as entrelinhas. Quem ler o artigo ao pé da letra, às vezes não percebe o que está por trás da informação de face. Quem levanta o véu das letras, todavia, entende que existe outra mensagem escondida nas palavras.
É trabalhoso
Cansa. O ideal seria pôr no papel, na verdade, na tela, sem restrições os meus pensamentos. Ou seja, seria maravilhoso se pudesse ter a liberdade para produzir meus escritos sem ter de me censurar. Não adianta, contudo, tentar ser mais realista que o rei. É assim que funciona o sistema e, embora não minta, se quiser participar dele, devo me enquadrar.
A notícia da compra do Twitter por Elon Musk trouxe para mim e para quem anseia por liberdade um sopro de esperança. O CEO da Tesla, que também é uma das pessoas mais ricas do mundo, despendeu na compra do Twitter a bagatela de US$ 44 bilhões. Multiplique essa cifra astronômica por cinco e tanto e veja quanto dá em real. É grana que não acaba mais.
Sopro de esperança
Por que essa expectativa positiva? Ele sempre foi adepto da liberdade de expressão como base para que uma democracia possa funcionar. Defendeu desde o princípio que o Twitter é uma espécie de praça da cidade. Aquele local onde os assuntos são discutidos sem barreiras. Só que nesse caso de forma virtual. E com tal abrangência que os temas relevantes possam influenciar positivamente o futuro da humanidade.
Mais liberdade
Em um momento em que as pessoas ficam apavoradas com a censura das poderosas mídias, e evitam dizer "guerra", "vacina", "China", "droga", "cocaína" e tantos outros termos que podem derrubar suas páginas do ar, com essa possível liberdade que se avizinha, poderão agir sem restrições. O próprio mercado fará a seleção do que é verdade ou não. Do que seja agressividade gratuita ou opinião contundente.
Vamos aguardar. Em pouco tempo saberemos se essa defesa da liberdade de expressão era apenas discurso ou se defendia verdadeiramente um princípio de vida. Como tenho visto muita gente que gosta de aplaudir a censura com a pulga atrás da orelha, tudo indica que o magnata colocará em prática o que sempre pregou com as palavras.
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