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Fundadores da Ambev tomam tombo de R$ 2,36 bi com derrocada das Americanas
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As posições de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Sicupira nas Americanas encolheram R$ 2,36 bilhões no primeiro pregão desde o anúncio que o balanço da gigante varejista apresentava "inconsistências contábeis" de R$ 20 bilhões.
Pelo mais recente ranking de bilionários da Forbes, no final do ano, Lemann é o homem mais rico do país (fortuna de R$ 72 bilhões, em dezembro de 2022). Telles (R$ 48 bilhões) e Sicupira (R$ 39,8 bilhões) são respectivamente terceiro e quarto no ranking da publicação.
Os três são sócios da 3G Capital e controlam uma série de pesos pesados como a Ab-Inbev, a maior cervejaria do mundo, a Kraft-Heinz e o Burger King. No Brasil, o trio foi responsável pela fundação da Ambev, fundindo a Brahma e a Antarctica.
Juntos, Lemann, Telles e Sicupira são os maiores acionistas das Americanas, embora não majoritários. Eles controlam o equivalente a 31% da companhia por meio de uma série de estruturas jurídicas baseadas no Brasil e no exterior. Alguns familiares dos três também aparecem como acionistas da companhia.
Maior acionista individual, a holding Velame Administração de Recursos, baseada em São Paulo, tendo na estrutura societária familiares de Lemann e Sicupira, detém 15,20% das ações das Americanas.
Esta participação acionária valia R$ 1,64 bilhão na noite de quarta (11), antes de Sergio Rial apontar o rombo contábil e renunciar ao cargo de CEO das Americanas. Quando o pregão de quinta-feira terminou, esse lote valia R$ 371 milhões.
A BRC S.A.R.L., uma outra companhia de Lemann, Telles e Sicupira, tinha uma posição de 11,58% na companhia. No fim do pregão de quarta, este naco valia R$ 1,25 bilhão; 24 horas depois, R$ 283 milhões.
A BRC é uma companhia de investimentos com sede em Luxemburgo, um pequeno país europeu com uma das legislações tributárias mais amistosas para investidores internacionais de todo o mundo rico.
Não é ilegal que brasileiros detenham estruturas jurídicas no exterior e façam investimentos no mercado de capitais local, desde que atendidas as exigências fiscais dos países envolvidos.
Carlos Sicupira é o maior investidor das Americanas como pessoa física. Ele detém, sozinho, 1,98% da empresa - uma alocação que encolheu de R$ 214 milhões para R$ 48 milhões no pregão de ontem.
O colunista propositalmente evitou o verbo "perder" para designar essa oscilação, ainda que violenta. Sabedoria convencional no mercado: só perde quem vende. Lemann, Telles e Sicupira foram procurados pela coluna, mas eles preferiram não se manifestar no momento.
Estes são os 10 maiores acionistas das Americanas:
1) Velame Administração de recursos (15,20%)
2) BRC SARL (11,58%)
3) Capital Group Companies (7,98%)
4) TIAA-CREF (5,71%)
5) Blackrock (4,49%)
6) Moat Capital (2,86%)
7) Vanguard (2,43%)
8) Wells Fargo & Co (2,05%)
9) Carlos Sicupira (1,98%)
10) Macquaire Group (1,37%)
Firmas como a Blackrock, Moat Capital, Vanguard, Wells Fargo e Macquaire figuram como acionista porque fundos de investimentos em ações que elas administram compraram participações na empresa. Estes fundos são distribuídos a investidores no mercado.
TIAA-CREF (Teachers Insurance and Annuity Association of America-College Retirement Equities Fund) é uma organização de serviços financeiros que surgiu a partir da administração de fundos de pensão de professores americanos.
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