Katherine Rivas

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Reportagem

7 FIIs desafiam a Selic elevada; como ganhar R$ 3.000 todo mês com eles

Mesmo com uma perspectiva mais alta para a Selic nos próximos anos, ainda há fundos imobiliários (FIIs) que podem entregar uma boa remuneração para os investidores. Levantamento exclusivo do Trix Investimentos para a coluna apresenta sete fundos imobiliários que podem ter um bom desempenho em um ambiente de juros elevados por mais tempo. São os fundos de papel HGCR11, KNCR11, KNIP11, VGIR11 e os fundos de tijolo BTLG11, HGBS11 e TRXF11.

Como ter uma renda mensal de R$ 3 mil com estes FIIs?

O investidor precisaria ter um patrimônio entre R$ 296.700 e R$ 403.539 para conquistar uma renda mensal de R$ 3.000 com dividendos destes FIIs. É o que mostra um levantamento de Einar Rivero, sócio-fundador da Elos Ayta Consultoria, para a coluna. Rivero considerou para o cálculo o último dividendo pago pelos fundos imobiliários e o dividend yield mensal destes. Para continuar gerando a renda mensal de R$ 3.000 nos próximos meses, os fundos devem manter sua política de distribuição de dividendos e ter no mínimo o mesmo volume financeiro do último mês nos meses subsequentes. Veja abaixo:

VGIR11

  • Segmento: CRI
  • Dividend Yield Mensal: 1,01%
  • Rendimento por cota: R$ 0,10
  • Patrimônio investido necessário para renda de R$ 3000: R$ 296.700 (30 mil cotas)

TRXF11

  • Segmento: Renda Urbana
  • Dividend Yield Mensal: 0,88%
  • Rendimento por cota: R$ 0,93
  • Patrimônio investido necessário para renda de R$ 3000: R$ 341.935 (3.226 cotas)

HGCR11

  • Segmento: CRI
  • Dividend Yield Mensal: 0,92%
  • Rendimento por cota: R$ 0,95
  • Patrimônio investido necessário para renda de R$ 3000: R$ 327.632 (3.158 cotas)

KNCR11

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  • Segmento: CRI
  • Dividend Yield Mensal: 0,91%
  • Rendimento por cota: R$ 0,95
  • Patrimônio investido necessário para renda de R$ 3000: R$ 329.653 (3.158 cotas)

KNIP11

  • Segmento: CRI
  • Dividend Yield Mensal: 0,91%
  • Rendimento por cota: R$ 0,87
  • Patrimônio investido necessário para renda de R$ 3000: R$ 330.345 (3.448 cotas)

HGBS11

  • Segmento: Shopping
  • Dividend Yield Mensal: 0,75%
  • Rendimento por cota: R$ 1,60
  • Patrimônio investido necessário para renda de R$ 3000: R$ 399.000 (1.875 cotas)

BTLG11

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  • Segmento: Logística
  • Dividend Yield Mensal: 0,74%
  • Rendimento por cota: R$ 0,76
  • Patrimônio investido necessário para renda de R$ 3000: 403.539 (3.947 cotas)

O que pode render mais

Nos fundos de papel, se destacam aqueles com portfólios indexados ao CDI (Certificado de Depósitos Interbancários, e principal indexador da renda fixa). Segundo Rodrigo Medeiros, analista de FIIs e fundador do Desmistificando Research, como o CDI é uma derivada da Selic, na medida que a taxa de juros aumenta, os rendimentos destes fundos também crescem, principalmente aqueles que têm forte concentração como o KNCR11 e o VGIR11.

Também é possível encontrar taxas interessantes em FIIs que têm têm uma parcela indexada ao CDI e outra à inflação. Isso porque as perspectivas para o IPCA ainda estão elevadas, afirma Caio Nabuco de Araújo, analista da Empiricus Research. É o caso do FII HGCR11, que possui 72% do portfólio indexado à inflação, mas com taxas de IPCA mais 7,8%. O KNIP11 também segue este formato, com uma taxa média da carteira de IPCA mais 7,5%.

No caso dos fundos de tijolo, o desempenho e as oportunidades vão depender do segmento. O setor logístico, por exemplo, consegue ter um desempenho bom mesmo diante da Selic alta, por conta da boa demanda no e-commerce e varejo online, aponta Felipe Sousa, analista de FIIs da Eleven Research. É onde atua o fundo BTLG11. Já o TRXF11 compra imóveis localizados em grandes centros. Ele já possui uma estabilidade na distribuição de rendimentos recorrentes, que podem aumentar com as vendas de imóveis, destaca Sousa.

O segmento de shoppings acaba tendo um melhor desempenho com os juros baixos. Mesmo assim, a alta da Selic não destrói o valor dos imóveis e nem os benefícios que os shoppings oferecem aos consumidores, aponta Leonardo Garcia, analista de fundos imobiliários do Trix. Segundo ele, com a alta da inflação, algumas lojas conseguem manter seus níveis de venda e repassar os preços aos consumidores. A escolha pelo HGBS11 estaria relacionada ao bom retorno do fundo, a qualidade e histórico de gestão. "Enxergamos a possibilidade de novas vendas que podem melhorar o resultado para o investidor", diz Garcia.

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KNCR11

Gerido pela Kinea, o KNCR11 é o segundo maior fundo imobiliário do Brasil. Segundo Medeiros, 89,6% da carteira do fundo está atrelada ao CDI. O fundo tem baixo risco de crédito e sua carteira está composta por 70 operações com remuneração média de CDI mais 2,48% e um prazo médio de 4,6 anos, destaca Nabuco, da Empiricus Research.

Por se tratar de um fundo de crédito, que investe maioritariamente em CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários), o seu principal risco é a inadimplência. "Por isso, a diversificação, a qualidade da gestora no controle de riscos e o risco de crédito médio são aspectos que devem ser avaliados rigorosamente", pontua Garcia, do Trix. Contudo, Medeiros destaca que, pelo tamanho do fundo, muitas vezes o risco de crédito acaba sendo mitigado. Os analistas projetam um dividend yield (retorno em dividendos) entre 10% e 12% para os próximos 12 meses.

HGCR11

Gerido pela Pátria, o HGCR11 tem um portfólio híbrido com 72% dos CRIs indexados à inflação e 29% da carteira atrelada ao CDI, aponta Nabuco. Ele destaca que as taxas também são interessantes, com IPCA mais 7,8% e CDI mais 3,6% ao ano. Para Garcia, os ativos são equilibrados e essa participação pode mudar, se for mais vantajoso e se ajudar o fundo a passar por cenários econômicos diferentes. "Essa estratégia tem sido bem-sucedida, com resultados consistentes nos últimos anos", aponta o analista do Trix.

A carteira do fundo tem 45 ativos, 85% deles de baixo risco de crédito, diz Nabuco. Os principais riscos, assim como em outros fundos de CRI, seriam possíveis atrasos nos pagamentos. Para os próximos 12 meses, o analista projeta um dividend yield de 10,5%. Já no Trix, a expectativa é de dividendos de entre 10,5% e 11,5%.

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BTLG11

O setor logístico, impulsionado pelo e-commerce, continua aquecido. É nesse setor que atua o BTLG11, fundo de logística gerido pelo BTG e o segundo maior do segmento no país.

Está em expansão. Sousa, da Eleven Research, explica que o fundo realizou recentemente uma aquisição bilionária de 11 ativos com mais de 500 mil metros de área bruta locável. Isso deve aumentar os dividendos no curto prazo: enquanto o fundo paga os imóveis de forma parcelada, está recebendo o aluguel cheio deles. O fundo também pode ganhar com a venda de alguns ativos que não fazem parte do modelo de negócios do portfólio. O analista projeta um dividend yield de 9% para os próximos 12 meses.

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